A Singular Meaning and Reason

As Vozes da Insegurança

- Às vezes eu ouço vozes... Isso começou desde o dia que presenciei a morte de alguém, eu queria protegê-la mas... Eu não consigo, eu não tenho forças.

Todo dia no noticiário da TV, numa rádio e até mesmo as pessoas falam sobre esses tais "Anômalos", todas as notícias falam somente sobre eles, e o número de pessoas com Anomalias só aumenta.

Ele nunca se esqueceu do dia que perdeu alguém por causa de uma dessas criaturas, acordar todos os dias tem sido difícil temendo outro Anômalo aparecer na sua frente. Apesar de toda essa melancolia, sua vida continuou a mesma de sempre, caminhar até a escola normalmente, observar as outras pessoas conversando, coisas do cotidiano que nunca deixaram de se fazer.

-Ei... - Dizia a voz que sempre o atormentava.

O garoto sempre procurava de onde vinha essa voz, mas sempre enxergava rastros de um espírito sorridente.

- Você ainda quer existir nesse mundo? Ou quer mudá-lo?

Ele acreditava que essa voz era da pessoa que tinha morrido na sua frente, mas esse espírito tinha algo de diferente.

O garoto sempre teve o desejo de sentir emoções que nunca sentiu na vida, a emoção de estar protegendo todas as coisas, mas a realidade era outra, era apenas um estudante no colegial.

Ele era um pouco baixo, por volta dos 1,70, pele branca, seu cabelo era bem preto e levemente encaracolado formando um elmo envolta do seu rosto, seu físico não era dos melhores e seus olhos eram amarelos mas num tom claro. Bem na ponta de sua cabeça próximo a testa, uma pequena mecha formava uma anteninha, mais conhecida como "ahoge".

De vez enquanto o garoto se perdia na aula com seus pensamentos heróicos, e sempre era chamado a atenção.

- Ishiya... - Ouvia a voz de uma garota bem de longe.

- Ishiya - A voz se aproximava lentamente.

- Ishiya Rakuta! - A garota bateu na sua mesa enquanto quase gritava o seu nome.

O garoto desnorteado arregalou seus olhos e olhou a sala em volta se sentindo totalmente estranho e envergonhado.

- Preste mais atenção na aula, Ishiya.

- Tudo bem, foi só um deslize - Disse o garoto.

Sua vida era a mesma coisa todos os dias, ele nunca esperou por mudanças, e também nunca está preparado para elas.

Voltando pra casa ouviu de novo aquela voz que sempre o atormentava.

- Você sabe que um dia sua vida vai mudar.

Essa voz parecia mais próxima do que o normal naquela hora.

- Você não vai ficar com esse rosto pra sempre - Parecia que alguém estava falando bem próximo do seu ouvido.

- Quem é você?! - Disse o garoto após o susto.

- Espere até que veja o que vai acontecer - Disse a voz se esvaindo lentamente.

- Quem era? E por que ela estava tão próxima? Algo de ruim vai acontecer de novo, igual naquele dia?

O garoto entrou em desespero, ele ouviu aquela voz bem alta e clara daquela vez, estava num tom mais sério dessa vez e parecia ser a voz de uma mulher.

O garoto caminhava de volta para casa preocupado com tudo, olhando para o lado e para o outro, ele se sentia ameaçado, mas não sentia que algo estava o observando, foi quando ele ouviu uma explosão, rapidamente ele pensou "Devo fugir logo" mas o espírito o parou.