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Já que não queria ir mais para casa ainda, Shivani passou a caminhar um pouco na rua.
Indo sozinha dentre as pessoas que cruzavam seu caminho, ela permaneceu com a mesma postura de antes, completamente perdida nos seus próprios pensamentos.
Sendo que dessa vez, não era mais o medo do desemprego que assolava o seu coração, era outro tipo de medo.
Não sabia ao certo se deveria aceitar aquela proposta, lhe parecia um pouco assustadora de fato.
Trabalhar ao lado daquele homem que tinha só tinha trazido problemas para sua vida até então... Isso tudo porque ela o tinha achando bonito, só isso! Mas, era só isso mesmo?...
Para dizer a verdade, não era só isso.
O que havia acontecido com o seu coração, era algo muito maior do que um simples "encantamento" - pois se encantar pelas pessoas - ah, ela fazia o tempo todo: olhando ao redor, reparando como os homens e as mulheres parisienses eram bonitos, assim como as crianças, até mesmo os cachorrinhos mas... com relação à Bailey, não tinha sido as mesma coisa.
Havia algo nele que a fez perceber, infelizmente, uma luz única, uma forma diferente, um existir sem igual, que nunca presenciou em outra pessoa. O que se demonstrou mais tarde, um verdadeiro desastre, a partir do momento que descobriu essa luz, que até um primeiro momento, tinha aquecido seu coração, na possibilidade, na esperança de se encontrar novamente com aquela pessoa.
Como estava enganada...
Se pudesse, gostaria de refazer todos os passos e nunca tê-lo visto, nunca se quer ter trocado uma palavras e jamais tomar conhecimento do seu nome mas... já era tarde.
Muito mais do que uma visão, ou o tom da sua fala, ela agora sabia seu nome... "Bailey Cabello May" – Tão lindo quanto ele, combinava, em todos os sentidos. Ele poderia fazer sentido para o restante das pessoas do mundo, MENOS para ela.
Pois de acordo com seus próprios dizeres, ele a considerava como – a moça, esquisita, do mercado. Nada além disso e tinha reafirmado mais de uma vez, ele poderia lhe dizer quantas vezes fossem necessárias.
Já não era o suficiente para responder sua pergunta inicial então? – Deveria ir lá e aceitar o emprego ofertado por ele?
Mesmo sabendo que ele a considerava uma boba, uma estranha;
Mesmo tendo ciência que diante dele, realmente, parecia uma esquisita mesmo, mas não era por sua culpa, essas atitudes tinham haver com o outro ponto...
... Que já estava bem claro para si mesma, desde que o viu pela primeira vez...
Que tinha...
... Se apaixonado por ele completamente.
Resumindo: Se fosse trabalhar na empresa que o pertencia, e tivesse que estar na sua presença todos os dias, não teria outra escapatória a não ser, se afundar nesse sentimento. Que jamais seria correspondido, não, NUNCA seria.
Bailey pertencia a um mundo diferente, completamente oposto do seu... e ele, jamais teria olhos para aquela "esquisita desajeitada".
Só havia lhe restado uma única opção, para que poupasse a si mesma de problemas posteriores. Entao, aos poucos, foi caminhando passo a passo, até chegar à sua casa.
A vó Jeong não se encontrava, deveria estar fazendo compras no mercado ou coisa parecida já que a mesma esperava que só chegasse a noite, por achar que se encontrava trabalhando.
Droga. Esse seria outro dilema a ser resolvido – dizer a sua querida avó que estava desempregada e que as duas ficariam sem ajuda do seu salário, tendo que voltar a viver com a pequena pensão que sua avó recebia.
Suspirou fundo ao entrar no seu quarto, jogando a mochila na cama para ver se Josh estava bem. O bichinho parecia em paz dormindo tranquilamente na sua palha. Shivani o invejou.
Abaixada o observando, queria se sentir assim que nem seu pequeno filhote – em paz. O que estava longe de ser, pois já tinha tomado uma decisão: Ainda que ficasse desempregada, ainda que permanecesse com dificuldade financeira depois, não iria aceitar o emprego de jeito nenhum! Iria batalhar e iria conseguir outra coisa com certeza.
Longe de problemas... Longe de Bailey.
Levantou-se decidida indo para o banheiro, onde abriu a privada, pegou o cartão do bolso e o segurou, pronta para jogá-lo na água e dar descarga.
Mas antes disso... sussurrou para si mesma.
- Adeus Bailey... que você nunca mais apareça na minha frente!
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Sweet Popcorn - Adaptação
FanfictionShivani era uma jovem que havia começado a trabalhar em um supermercado parisiense a pouco tempo. Aquele emprego não era exatamente o sonho da sua vida porém, foi graças à ele que pode se encontrar com a pessoa na qual roubou toda a sua atenção, sua...