"As melhores coisas acontecem por acaso."

- Procurando Dory

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A última coisa na qual Louis imaginou que cairia era dentro de uma lixeira.

"Droga."

Ele não sabe se o cheiro forte de banana vem de cima dele, onde uma casca de banana repousa plena, ou debaixo dele, ou dos lados. Está em todo lugar.

A sensação de entrar dentro do portal foi a mesma de quando se está prestes a descer uma montanha-russa. Um vazio gelado na barriga. Arrepios. Um nada e depois alguma coisa. No caso, essa coisa acabou sendo um lixo. Que conveniente.

Se empurrando para cima, Louis põe apenas a cabeça para fora, analisando o local.

Okay. Okay. Uma respiração funda, vamos, Louis, jogue ar para esses pulmões. Muito bem. Boa.

Ele está em um bairro tranquilo. Casas parecidas se alinham uma ao lado da outra, os postes jogando sua luz pela rua silenciosa. Não há ninguém do lado de fora. Certo. Isso facilita as coisas.

Moleza. Vai, Louis. Silencioso como uma cascavel.

Se impulsionando para fora, Louis acaba por fazer um estrondo ao bater com as pernas do lado de fora da lata de lixo. Ele para.

"Ai, por Deus," sussurra para si. Espera. Respira duas vezes. Olha para um lado, pro outro.

Ninguém ouviu, então. Tudo sob controle.

"Tudo sob controle."

Isso mesmo. Viu, quem disse que ele não dava conta?

Louis acha uma placa a alguns metros de onde está. Rua dos Coelhos. A casa mais próxima de si, de dois andares e de uma cor meio alaranjada, tem o número 210. Então Louis está perto. Ótimo.

Ele começa a andar na direção em que o número das casas aumenta. Um passo silencioso e grande atrás do outro, como um ninja. Ele vai para trás de uma árvore, e então analisa o perímetro de novo. Nada. Nem uma mosca. Okay, talvez algumas moscas. Em
cima de si. No seu cabelo. Que ainda tem
cheiro de banana.

Se escondendo nos lugares, analisando, com cuidado, ele vai.

"Com calma, Louis, com calma." Ele olha para os dois lados na rua novamente. Ainda ninguém. Tropeça em uma pedrinha e caí no asfalto. "Ai-"

Se cala, resmungando em silêncio. Só um arranhãozinho no joelho. De boa. Ele se levanta. Checa tudo de novo.

E, quando vai conferir o número das casas, lá está ela.

Número 280. De dois andares, com a grama verde e uma cor amarelinha, lá está ela. Louis sente seus pelos arrepiarem. Tipo, todos os pelos. Até onde o Sol não brilha.

Ele se esconde atrás de uma árvore na fachada da moradia dos Styles e analisa as janelas. Todas estão escuras, exceto uma embaixo, e Louis tem quase certeza que o quarto de Gemma é o da segunda janela do andar superior, na lateral direita da casa. Geralmente, e ele sabe disso porque estudou um pouco de arquitetura no curso, o menor quarto da casa fica nessa posição, e, geralmente, o menor quarto é o do irmão caçula.

Louis anda silencioso até lá, os passos abafados pela grama. Quando está bem embaixo da janela, observando-a, decide tomar a Pastinvisível. O efeito dura apenas 10 minutos, e por isso Louis deixou para tomá-la o mais tarde possível. Viu? Tudo planejado e calculado.

Depois de mastigar e engolir a pastilha, ele observa sua própria mão ir sumindo, primeiro os dedos e depois a palma, o braço, o ombro, até ele todo ser apenas ar. Até mesmo seu equipamento e roupa sumiram. Bem, talvez ele não tenha calculado isso tão bem. Ainda precisa pegar os Escaladores e colocar nos pés e nas mãos. Agora, com eles sumidos fica meio complicado...

O Que Aconteceria Se Isso Acontecesse (l.s.) - longficOnde histórias criam vida. Descubra agora