Quando Amanda se formou em Direito nem imaginava que teria que lidar com situações tão aleatórias e fúteis quanto as de seu dia a dia. Na verdade, ela não precisaria lidar com nada disso se não tivesse aceitado trabalhar na maldita empresa ecológica...
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— Caralho, já vou! — grito com raiva enquanto pego minha bolsa e minhas chaves encima da mesinha de centro — Quebra a porta mesmo, estorvo. Bom dia Cecília. — digo indo abraçá-la e noto o tamanho atual de sua barriga.
— Desculpa Amandinha, eu disse pra' ele não ficar batendo desse jeito, é um inconveniente mesmo. — ela diz empurrando o ombro do meu irmão que ria enquanto andava de mãos dadas com ela.
Os dois tinham uma história bastante engraçada. Eles haviam se conhecido em uma das vezes que Lucas foi preso após ser capturado em uma festa na Tijuca. Cecília era de menor e havia ido de penetra junto com seu atual namorado da época. A história que me foi contada foi de que o tal Pedro, ex da Cecília, estava gritando com um cara da festa e de repente começou uma briga feia entre eles. Ela ficou desesperada porque claramente Pedro estava perdendo, então foi buscar por ajuda. Foi aí que ela encontrou Lucas, o encosto estava enchendo a cara de vodca falando um monte de porcarias e tentando encontrar alguma menina corajosa o suficiente para encarar aquela cara de sapo que ele tinha aos dezessete anos, uma época não muito boa pra sua aparência física. Cecília então o chamou junto de seus amigos, e quando eles chegaram no local da bagunça, apanharam do próprio Pedro. No final das contas lá estava eu e meus pais na delegacia buscando Lucas, e levamos Cecília pra casa. Depois disso, ela terminou com Pedro e ela e Lucas começaram uma amizade, foram para a mesma faculdade, e hoje já se fazem doze anos que se conhecem. Eles se casaram logo depois que formaram, a Cecília é paisagista e o Lucas é veterinário, e dois anos depois ela engravidou de gêmeos, e aqui estou eu indo com eles em uma feirinha de gestantes de Niterói.
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Após comprar alguns acessórios para os gêmeos, fomos almoçar em um restaurante próximo às barraquinhas.
— Nossa, me bate uma saudade de tomar um vinho branco. — Cecília reclama fazendo bico enquanto toma seu suco de abacaxi com hortelã.
— Não pode meu bem, faz mal na gravidez. — meu irmão diz, enquanto dá uma garfada em sua almôndega — Quando eles nascerem a primeira coisa que vou fazer é comprar sua garrafa favorita.
