III

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— Caralho Nicolas para com essa porra de perna! — digo alto explodindo e apertando o nervinho de sua perna que não parava de cutucar o porta-luvas com o joelho

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— Caralho Nicolas para com essa porra de perna! — digo alto explodindo e apertando o nervinho de sua perna que não parava de cutucar o porta-luvas com o joelho.

Putain, Amanda! Isso doeu. — massageia o local que encostei — Porque você está tão nervosa?

— Eu dormi muito mal! Culpa sua e dessa ideia de girico de ir jantar em plena Terça a noite. Além do mais, meu gato está em época de acasalamento. — explico rápido e nervosa enquanto faço massagem na lateral da minha testa em uma tentativa de aliviar a dor. Ouço então uma risada incoveniente vindo de Nicolas, e o encaro endurecida.

— O pobre animal não tem culpa, Amanda, e nem eu, nós precisávamos nos acertar. E olha, com esse seu humor o Hector vai acabar conseguindo te tirar do sério.

— Diferentemente de tu Nicolas, eu sou uma boa profissional, sei separar minha vida pessoal e profissional. — digo voltando a acelerar o carro.

— Quando foi que faltei com profissionalismo? Não sei de onde você tirou essa ideia absurde de mim. A propósito, porque você não gosta de mim mesmo?

— Olhe bem Nicolas, tu não mistura as coisas, estamos aqui de forma profissional indo resolver merdas que tu faz. Pode ir já parando com essa perguntação. — me apresso em dizer.

— Você é fou Amanda, nem me conhece.

— O que se há para conhecer Nicolas? Você é totalmente previsível.

— Como assim? — pergunta irritado mas é interrompido por uma ligação que soa no carro — É para atender? — balanço a cabeça positivamente e ele o faz.

— Caralho em Amanda, ligou porra nenhuma!

— Mãe, tu tá no viva-voz e tenho companhia. — aviso rapidamente desesperada e constrangida, fazendo Nicolas morder uma risada enquanto olhava para algo no celular — Eu esqueci de ligar mãe, desculpa. O Garry tá' me deixando louca lá em casa, não tô' sabendo nem onde deixo as chaves.

— Tu tá' com quem aí? — ignora completamente o que eu digo, e pergunta interessada. Vai começar.

— É o Nicolas, um cliente do trabalho. — digo torcendo para que ela não lembre dele.

— O francês que tu enche a boca de veneno pra' falar mal? — diz me fazendo arregalar os olhos e Nicolas me encarar com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso sínico.

— Eu mesmo madame Guimarães. Não sei o que ela disse sobre mim, mas não acredite. — Nicolas brinca enquanto me encara. Cacete, minha mãe fala demais.

— Ui, olha o sotaque que tu disse Amanda... — fala de repente me fazendo entrar em pânico interno — O prazer é todo meu. A Amanda é uma ingrata sem noção sabe Nicolas? Ela não me liga mais e nem me manda mensagem. Passo o dia inteiro tentando falar com ela e quando ligo ela só fala o quanto a profissão dela é uma mentira e como o corno do filho do Vaux é...

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