- Olá - ela diz com voz falhando- Alguém?
Fernanda levanta seu corpo com muita dificuldade e procura alguém dentro do quarto branco, ela olha ao redor e observa seu braço ligado a aparelhos. Mesmo lhe faltando forças ela se levanta, ao enconstar os...
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Ouço batidas na porta e tiro minha atenção do notebook a minha frente, infelizmente eu não podia me levantar e abrir a porta como uma pessoa normal, então tive que esperar minha mãe abrir. - Olha quem chegou? - olho para trás e vejo Isabel com seu filho- - Oi mãe - ela me abraça e beija minha bochecha- - Oi meu bem, como você está garotão? - bagunço cabelo do pequeno a minha frente - - Tô bem vovó, podemos ir na praia? - ele pergunta e sua mãe revira os olhos- - Não Benício - ela diz e o lábios dele se formam num bico - - Você me disse que quando a gente viesse morar aqui, a gente ia pra praia - suas mãos vão para cintura e Isabel me olha - - Olha Bê, mais tarde a mamãe te leva na praia tá bom? - ele sacode a cabeça - Porque você não vai lá olhar seu quarto? - Obrigada mãe - Isabel suspira aliviada ao ver Benício correndo pro quarto - - Criança só distrai-los com outra coisa - ela ri e se senta ao meu lado - - E como a senhora está ? - seu braço envolve meu pescoço- - Estou bem e você? - sua cabeça encosta no meu ombro - - Cansada, Esther fez um escândalo quando eu saí - ela suspira - Ela disse que não é certo separar o Benício e a Eva - Talvez ela esteja certa - encosto minha cabeça na dela - - Não mãe, o certo é eu morar com você. Você é minha mãe não ela. Minha mãe de coração - ela diz baixinho e eu beijo sua cabeça- - Espero que o Benício e você não estranhe - digo e ela dá de ombros- - Estranho era morar com eles, lá não era minha casa. Minha casa sempre foi aqui - ela me abraça e eu me controlo pra não chorar - - Você vai me fazer chorar - digo e ela rir - - Meninas vamos almoçar? - minha mãe caminha até mim para me ajudar a sentar na cadeira - Enquanto estou me ajeitando a campanhia toca e nos entreolhamos, Isabel havia ido chamar Benício para almoçar, então minha mãe abre a porta. -Claro, entre - ela diz e eu giro minha cadeira pra olhar quem era - - Olá Fernanda, espero não ter chegado num mal momento - Gabriel diz e minha mãe nega- - Você chegou num momento ótimo, acabei de pôr a mesa. Vem almoçar conosco - ele nega e minha mãe o puxa pelo braço - - É melhor você aceitar - digo e ele sorri- - Vou deixar vocês dois a sós,esperamos vocês - minha mãe sai nos deixando sozinhos na sala - - O que devo a sua ilustre visita doutor ? - pergunto e ele morde as bochechas visivelmente nervoso - - Vim ver você - ele se senta no sofá e viro a cadeira pra ele - - Como assim? - questiono e ele esfrega as mãos - - Olha Fernanda, eu não consigo te tirar da cabeça. Desde do nosso beijo, eu pensei em milhões de maneiras de vim aqui, por isso decidir vim falar a verdade - abri a boca um pouco surpresa - Eu não quero te assustar nem nada, e nem te obrigar a ficar comigo, por favor diga algo - Eu não sei o que dizer - respondo sincera e sinto meu coração bater como um escola de samba - Eu acabei de acordar e estou tão perdida - Eu entendo, e como eu disse não quero que você se sinta obrigada a nada. Só quero que saiba dos meus sentimentos - ele segura minhas mãos - Eu gosto de você Fernanda, você é uma mulher forte, passou por tanta coisa e mantém esse sorriso lindo no rosto, você ama sua família mais do que tudo. E isso faz com que eu te admire - Nossa - sorrio que nem um boba e sinto minhas bochechas queimarem - - Então o que acha de nos conhecermos? - ele pergunta e eu mordo o lábio de nervoso - - Nós já nos conhecemos - digo e ele rir- - Sim, como médico e paciente. Mais quero te conhecer como Fernanda e Gabriel - não contenho o sorriso estampado em meu rosto - - Eu aceito - ele se aproxima de mim e encosta nossos lábios num singelo selinho - - Agora deixa eu levar você até a cozinha, antes que sua mãe me mate - ele se levanta e se posiciona atrás da cadeira a empurrando- Quando chegamos na cozinha recebemos olhares curiosos da minha mãe e da Isabel, enquanto almoçamos todos conversam animadamente e eu apenas fico os observando. Desde que descobri o que havia acontecido, eu venho remoendo tudo e todas as noites eu chorava vendo as fotos da família que Rodrigo formou sem mim, eles parecem tão felizes e é como eu nunca tivesse existido, é como até mesmo Eva não fosse minha filha. Tenho feito acompanhamento psicológico para enfrentar esses sentimentos, e a psicóloga havia me dito que o melhor a se fazer nesse momento era cuidar de mim, da minha saúde emocional e física e o principal não me fechar para novas experiências, talvez conhecer melhor o Gabriel seja uma nova experiência, uma experiência boa. Gabriel me faz me sentir uma mulher novamente, não simplesmente uma paciente ou a " pobre coitada", ele despertou sensações e sentimentos que eu nunca imaginei sentir novamente, e eu sou muito agradecida a ele, quando eu olho pro que aconteceu eu me sinto um nada, mais quando eu vejo Gabriel me olhando eu sinto que posso tudo. E eu mereço ser feliz, todos merecemos, se o Rodrigo seguiu em frente, agora é meu momento também de seguir em frente. - O que tanto pensa? - Gabriel sussura e eu o olho - - Nada - digo e ele aperta os olhos - Ok, estava pensando em tudo que aconteceu - Quer conversar sobre isso? - ele pergunta e eu nego - - Vamos ver o filme - beijo sua bochecha e volto a atenção para o filme - - O que faz aqui? - ouço a voz de Rodrigo e me viro para ver se era ele - - Nós estamos vendo filme Rodrigo - Isabel diz e o mesmo entra sem pedir permissão - O que veio fazer aqui? - Vim trazer Eva para ver o Benício, ela chorou o dia todo porque o sobrinho foi embora - ele franze o cenho ao ver eu e Gabriel sentados juntos no sofá - - E cadê ela ? - dessa vez é minha vez de perguntar - - Está vindo com Esther - responde e se aproxima de nós - Não sabia que podia haver relacionamento entre médico e paciente - Fernanda não é mais minha paciente, e mesmo se fosse ela é minha paciente dentro do hospital, fora é uma mulher - Gabriel responde e escuto a risada abafada de Isabel - - Oi família - Esther entra de mãos dadas com Eva e Isabel revira os olhos - Benício vem dar um beijo na vovó - Você não é minha vovó, a Nanda que é - Benício responde, " touché, ponto pra vovó aqui"- - Olá Fernanda - Esther me olha e eu sorrio para ela - - Oi Esther - digo e ela se senta no sofá - Oi Eva, tudo bem? - Oi Nanda - ela me abraça e me dá um beijo estalado na bochecha- Ele é seu namorado? - Er.. - olho para Gabriel que mantém um sorriso no rosto - Acho que sim - Meu Deus, eu sabia - minha mãe bate palmas - Vamos abrir o vinho para comemorar - Mamãe - digo rindo e ela sacode as mãos pra mim - - Rápido vocês hein - Esther alfineta e sinto meu sangue ferver - - Só estou seguindo seu exemplo maninha - sorrio falsamente pra ela que faz questão de revirar os olhos - - Então agora eu tenho duas mães e dois pais? - Eva pergunta e todos na sala de olham- - Não Eva , nós somos seus pais - Esther diz e puxa a mesma pro seu colo - - Acho que está na hora de vocês pararem de mentir para a menina - minha mãe surge na sala - - Tudo bem mãe - digo e minha mãe nega - - Não Fernanda, estou cansada disso. Eva já é grandinha, ela vai entender - minha mãe diz e chama a neta para sentar no seu colo - - Mãe - Esther a censura e ela faz sinal que ela fique quieta - - Eva lembra que a vovó te contou, sobre sua mãe ? - a pequena balança a cabeça positivamente - Então sua mãe Fernanda e seu pai Rodrigo se gostavam muito e quando um casal se gostam nascem um bebê, e assim nasceu você - Você era a coisa mais linda, toda pequena, só gostava de dormir e mamar. Você não sabia andar e nem falar como faz agora - digo e a mesma mantém seus olhos em mim- Só que a mamãe se machucou e ela precisou dormir pra ficar boa, e enquanto a mamãe dormia a Esther e o papai cuidaram de você e da sua irmã pra mim, o papai e Esther passaram a se gostar e eles se casaram. Como a Esther cuidou de você pra mim, por isso a Esther é sua mamãe do coração, sabe por que ? - Porque ela cuidou de mim enquanto você dormia - ela respondeu e eu assenti - - Isso mesmo meu bebê, mais a mamãe não se importa que você chame a Esther de mãe porque ela também é mãe, a única diferença é que eu carreguei você aqui - apontei para minha barriga - E depois você nasceu - E doeu? - pergunta arregando os olhos e eu acabo rindo - - Um pouco, mais foi uma dor boa. Porque logo depois eu estava com você no meus braços - abro meus braços e a mesma senta no meu colo - Desse jeitinho - Então você é minha mãe de sangue e ela é minha mãe de coração - ela diz e eu sorrio com sua esperteza - Igual você é da Bel, mãe de coração - Isso mesmo - a abraço apertado contra mim - - Eu preciso morar com você e a vovó ? - ela se afasta - - Você que decide meu amor - passo a mão no seu cabelo - - Eu não quero - ela desce do meu colo - Quero morar com meu pai e a mãe Esther - Tudo bem, só prometa que virá me visitar - ela assente e vai pro lado da Esther - - Vamos embora Eva - Esther puxa a menina pelo braço e ela se assusta - - Mais eu nem brinquei com o Bê - ela choraminga - - Deixa ela dormir aqui Esther - digo e Esther nega - - Jamais, vocês vão fazer a cabeça da minha filha - a mesma abraça Eva - - Mais eu quero dormir aqui com a mamãe Nanda e o Bê - ela se solta e corre até mim - - Deixa Esther - Rodrigo fala e Esther sai batida - Eu venho trazer as coisas dela - Ok, amanhã levamos ela - digo e ele assente saindo - Quem quer brincar ? Eva e Benício gritam de felicidade e saem correndo para o quarto buscar brinquedos, Isabel os ajuda espalhando os brinquedos na sala e fico ali observando eles brincarem, uma cena que sempre sonhei em ver. - Hey não chora - Gabriel limpa a lágrima que teima em descer - - É de felicidade, eu esperei tanto por isso - digo e ele sorri acaricando meu rosto - - Eu sei, e fico feliz por realizar isso. Você merece vovó - ele beija a ponta meu nariz me fazendo rir - - Idiota - bato em seu braço - Sua irmã sabe que está aqui? - Sim, ela que me mandou aqui - eu gargalho por lembrar da atitude autoritária de Luísa- Podíamos sair juntos, na segunda ela e o Eric voltam para BH - Não sei, eu não saio desde e eu tô presa nessa cadeira - suspiro cabisbaixa- - Isso não te impede de nada, vamos será divertido - ele me cutuca e eu o empurro de leve - - Insistente - ele me dá língua e eu acabo rindo - Eu vou Recosto minha cabeça no ombro de Gabriel e ficamos ali conversando e vendo as crianças brincarem, meu sonho havia se realizado. E posso dizer que estou muito grata, mesmo com tantos desafios finalmente Eva me reconheceu como sua mãe, temos um longo caminho pela frente, mais estou disposta a tudo para ter minha filha de volta.
Gabriel e Fernanda são tão fofos juntos 😍. E esse momento revelação, agora nossa Eva sabe a verdade. Comentem o que estão achando? Beijos e fiquem em casa, aproveitem para lerem 😘
