Capítulo 24

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                         Gabriel

Ao chegar no hospital tudo ainda está bem vazio, caminho até minha sala para deixar minha mochila, visto o jaleco.
- Doutor Gabriel, tem um homem aqui fora que deseja falar com o senhor - a enfermeira diz e eu assinto -
Caminho até a recepção e encontro um casal que ao me ver sorri e se aproxima.
- Doutor Gabriel? - a loira pergunta e eu confirmo - Sou a Esther irmã da Fernanda
- No que posso ajudá-los? - aponto as cadeiras para nos sentarmos-
- Então minha irmã não aceita receber nossas visitas, ela só nos recebe quando trazemos nossa filha - ela diz e olha pro marido-
- Entendo sua frustração, mais a escolha de receber visitas é da paciente - digo e a mesma se levanta -
- Por que todos dizem isso? Eu tenho direito de vê-la - seu tom de voz e se altera e observo todos nos olhando -
- Esther não faça escândalo - o marido diz - Sou Rodrigo, nós gostaríamos muito de conversar com ela
- Senhores infelizmente não podemos fazer nada, temos que respeitar a decisão da paciente - ajeito meu óculos e escuto a loira bufar-
- Se é assim que ela quer, ela não verá mais minha filha - Esther diz e sai andando -
- Sua filha? - uma voz ecoa atrás de mim - Que eu saiba ela é minha filha Esther
- Mãe não é quem carrega mais sim quem cria - Esther se abaixa na frente da irmã -
- Se for necessário, eu irei lhe por na justiça- Fernanda fala alto - Eu sou advogada não esqueça disso
- E vai fazer o que ? Presa nessa cadeira - Esther diz debochamente e rir - Você não é nada presa nessa cadeira
- Se retirem agora do hospital, você está atacando uma paciente - digo com raiva e a mesma encolhe os ombros - Não irei dizer novamente
- Olha a forma que fala com minha mulher - Rodrigo se põem a minha frente e eu aperto a mão para não soca-lo -
- Não vale a pena Gabriel - Fernanda põem sua mão sob a minha -
Ela vira sua cadeira e sai, nos deixando ali sozinhos, após o ocorrido todos nos corredores do hospital cochicham. Me dirijo a sala de fisioterapia e observo Fernanda fazendo alguns exercícios, desde do início de seu tratamento seu corpo está reagindo bem, ela sente alguns espamos nas suas pernas, e isso é bom pois prova que talvez em breve ela possa voltar a caminhar.
- Você vai ficar só olhando ou vem me ajudar?- ela pergunta num tom de piada e eu assinto-
Fernanda e eu nos tornamos bons amigos, talvez porque em anos ela é a primeira mulher que converso além da minha irmã, desde a morte do meus pais eu me fechei pro mundo, foquei em estudar e arrumar um bom trabalho. Nunca fui de muitas amizades, só que Fernanda é uma mulher cativante, sempre está com um sorriso no rosto e está tentando levar numa boa o tratamento e isso faz com que eu a admire.
- Cada dia que passa você está melhor - digo enquanto movimento suas pernas - Você não deseja ir pra casa e continuar o tratamento lá?
- Eu posso? - noto o brilho em seus olhos-
- Claro que sim, nesse estágio você pode sim - respondo e ela sorri -
- Muito obrigada por tudo - ela leva sua mão até a minha - Se não fosse por você eu estaria fadada a cadeira pra sempre
- Que isso Fernanda, você se esforça bastante - ela sorri pra mim e por um momento eu noto o quão bonita ela é -
- Nós dois então - ela gargalha e eu assinto- Já são o que, 3 meses que estou dentro desse hospital desde que acordei
- Você não vê a hora de se ver livre de mim - brinco e ela nega-
- De você nunca - ela diz e seu rosto fica rosado -
Decido permanecer quieto e volto a ajudá-la nos exercícios, após terminar a sessão, ela se despede de mim e volta para seu quarto. Vou até minha sala e assino sua liberação e se eu dizer que aquilo me incomodou, eu estou mentindo pois só de imaginar que não a veria todos os dias, me deixou pra baixo. Provavelmente não seria eu que faria o acompanhamento de Fernanda em casa, devido trabalhar no hospital não daria tempo e ela seria tratada por outra pessoa.

                     _________❤️___________

A mãe de Fernanda organizou uma recepção em sua casa para as boas vindas dela e me convidou, de primeira recusei mais dona Regina é bem convincente e disse que se eu não fosse sua filha ficaria muito triste,talvez isso mexeu um pouco e foi por isso que aceitei. Nesse exato momento estou na porta da casa delas e com medo de tocar a campanhia dela.
- Seu dedo não vai cair - me viro e noto minha irmã com um sorriso -
- Luísa - a abraço apertado e ela rir -
- Também estava com saudades maninho. Olha também quem estava com saudades - ela me entrega seu bebê enrolado numa manta azul -
- Que coisa linda - a olho e vejo seu sorriso bobo- Oi coisa fofa aqui é seu titio
- Parece que alguém também quer atenção - Eric diz e amostro o outro bebê -
- Caraca é sua cara Eric - digo e recebo um tapa de Luísa-
- Eu carrego 9 meses e depois fico com um cicatriz enorme, pra os dois nascerem a cópia dele - ela aponta o dedo pro marido que rir -
- Parabéns , estou muito feliz por vocês - digo e a porta se abre -
- Achei que estava ficando doida quando ouvi a voz de Luísa - Regina diz e minha irmã corre pra abraça-la -
- Tia que saudade - ela enche o rosto da mesma de beijos - Você já viu meus bebês?
- Só por fotos , vem gente entra - ela nos dá espaço para entrarmos -
O lugar estava decorado com uma enorme faixa escrita " Seja bem-vinda Fernanda", havia uma mesa enorme com bolo e outras coisas, os familiares e amigos de Fernanda estavam todos reunidos. Corri meus olhos pela sala a procura de Fernanda e nada, Eric me entregou um copo de cerveja e ficou ali falando comigo, trocavamos algumas palavras até que vejo Fernanda sendo trazida por sua mãe. Ela estava muito bonita, estava com uma calça jeans, uma blusa clara que destacava seus olhos, diferente dos dias no hospital, seu cabelo estava solto. Ao me ver ela sorriu e depois de cumprimentar todos, veio até mim.
- Você veio - ela disse e concordei -
- Se eu não viesse, sua mãe me mataria - digo baixo como estivesse contando um segredo-
- Mentira - ela deu um tapinha em mim e riu- Não só minha mãe, eu também
- Então você queria que eu viesse? - arquiei a sombrancelha e ela ficou vermelha como um pimentão -
- Sim - disse tímida e sorri pondo o cabelo atrás da orelha -
- Interrompo algo? - Rodrigo disse e eu revirei os olhos - Vim deixar Eva
- Obrigada - Fernanda coçou a testa nervosa- Se quiser podem ficar
- Obrigado, vou chamar a Esther no carro - diz e se retira -
- Por favor não me julgue - disse cabisbaixa- Se eles forem embora é capaz de Eva fazer um escândalo
- Relaxa - ponho minha mão em seu ombro- Nunca iria te julgar
- Obrigada. Eu imagino como deve ser difícil, pra ela Esther é sua mãe e eu sou apenas quem a carregou - ela secou as lágrimas e me abaixei a sua frente -
- Não chore, ela é muito nova. Logo vai entender e garanto que ela te ama - toco seu rosto para secar suas lágrimas e ela fecha os olhos -
Fico ali com a mão em seu rosto, e acaricio de leve, ela não tira minha mão e nem mesmo recusa meu toque.
- Nanda quem é ele ? - um par de olhos azuis com um vestido de princesa questiona -
- Oi meu amor, esse é um amigo meu - Fernanda põem a pequena em seu colo- Lembra quando falei que tinha um doutor bonzinho que iria me ajudar a andar?
- Sim , é ele ? - ela aponta pra mim e eu assinto-
- Dá pra oi pra ele filha - Fernanda diz e a mesma acena pra mim -
- Oi Eva , eu sou o Gabriel - digo e ela olha desconfiada pra mim -
- Papai diz que você é mal - ela diz e Fernanda arregala os olhos -
- Eva meu amor, isso que o papai diz é mentira. Gabriel é muito legal - Fernanda diz e a mesma dá de ombros-
- Posso ir brincar ? - pergunta e Fernanda assente e ela sai correndo -
Após isso algumas pessoas chamam Fernanda, e eu fico ali sozinho novamente, depois sua mãe me entrega um prato com comida e eu como. Decido ir embora e me despeço de todos e quando estou do lado de fora ouço Fernanda me chamar, caminho até ela.
- Você ia embora sem se despedir- ela diz e a olho sem graça-
- Você estava conversando,não quis atrapalhar - disse e ela revirou os olhos -
- Você atrapalhar? Nunca - falou e sorriu - Era só ter me chamado
- Desculpa - digo e ela assente - Tenho que ir amanhã acordo cedo
- Posso pelo menos ganhar um abraço? - pergunto e eu me aproximei -
Ao abraça-la senti seu cheiro de morango que pareceu me embriagar, fechei meus olhos para gravar aquilo cheiro, ela me apertou contra si e encostou seu rosto em meu ombro, em seguida se afastou e eu fiquei ali parado próximo a ela, nossos olhos estavam vidrados um no outro e nossa respiração pesada. Eu comecei a me aproximar mais ainda e ela fechou os olhos demostrando que ela deseja por isso também, e decido beija-la, quando nossos lábios se encostam uma corrente elétrica passa pelo meu corpo, minhas mãos vão para o cabelo dela, ela passa sua mão pela minha nunca me causando arrepios. Nos afastamos devido a falta de ar, e quando a olhei Fernanda estava com a mão no rosto, tampando de vergonha, pego suas mãos e abaixo, seus lábios estavam vermelhos e noto que sua respiração estava acelerada.
- Preciso entrar - ela diz e eu assinto-  Até mais doutor
- Até mais - digo e a observo a entrar -
Caminho até o carro e ao entrar fecho meus olhos, tentando fazer com minha mente gravasse esse momento e não seria difícil, pois eu nunca esqueceria. Tudo que eu preciso agora é de um motivo para vê-la novamente.

Será que nosso doutor gostosão conseguirá ver Fernanda de novo?
O que acharam? Eu senti química entre eles hein!!
Comentem e favoritem!
Beijos meus bombons ❤️

Unlikely Love ( ᴄᴏɴᴄʟᴜɪ́ᴅᴏ)Onde histórias criam vida. Descubra agora