Capítulo 26⛩Fever⛩

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Os dias têm sido difíceis.
Já faz uma semana, que não vou ao Instituto. Não saio do quarto e não vejo ninguém.
Só falo com meus pais, pelo telefone. Minha mãe, é claro, percebeu que há algo de errado comigo. Coloquei a culpa em um resfriado.
Nos primeiros dias, não queria comer e dormia pouco, então, acabei ficando doente de verdade.

Conversava com Meili, em meu quarto, quando ela notou que eu estava muito quente. A Senhora Sying, aferiu minha temperatura e confirmou uma febre alta.

O doutor Zhao Li, médico da família, foi chamado. Ele me examinou e atribuiu a febre a uma virose. Disse que eu podia estar com a imunidade baixa, por não estar me alimentando direito. Passou um antitérmico, caso a febre volte e algumas vitaminas, além de repouso e boa alimentação.

Meili e a Senhora Sying, ficaram comigo o tempo todo. Mas à noite, insisti, para elas descansarem, pois a febre tinha cessado.

Custei a pegar no sono, o que se tornou uma rotina nos últimos dias. Nas altas horas da madrugada, eu em um estágio de semiinconsciência, comecei a me tremer de febre novamente. E não sei se foi delírio, causado pela febre ou meus sonhos costumeiros, mas coisas diferentes aconteceram.

Na cama, com minha roupa ensopada de suor, me contorcia, tentando acordar. O frio me fazia bater os dentes. Os flashes começaram a surgir. Florestas, perseguições e neblina. De repente, a fumaça azulada, invadia meu quarto, entrando pela janela. Ela me envolveu, em um abraço íntimo, já tão conhecido. E enquanto eu choramingava, braços fortes, me acolheram, reconfortando.
Inconsciente, chamei o nome dele. Daquele que ocupava todos os meus pensamentos e era a causa do meu sofrimento.

Se era sonho, agora eu não queria acordar. Sentia-me segura, o medo passou e a sensação era tão real. Chamei seu nome novamente. Dessa vez ele respondeu:

"Pronto, meu amor...estou aqui. Não tenha medo. Tudo isso vai passar. Você irá melhorar..."

De manhã, acordei sobressaltada, com uma batida insistente em minha porta

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De manhã, acordei sobressaltada, com uma batida insistente em minha porta.

"Jéssica! Sou eu, Meili! Está tudo bem? Abra a porta! Está trancada!"

Ainda sonolenta, levantei devagar e destranquei a porta.

"Nī hāo! Bom dia! Por que trancou a porta? Fiquei preocupada!"

Respondi confusa:

"Não sei Mei. Não me lembro de ter feito isso. Devo ter delirado à noite, levantado e trancado. Não sei."

Ela depositou uma bandeja em minha cama, com meu café da manhã, conversamos um pouco, eu agradeci seu cuidado e carinho. Ela disse que me tinha como uma irmã, que fazia tudo, porque me amava e queria me ver boa logo e depois se despediu, indo para a aula.

Após o café, tomei um banho e lavei o cabelo. Já me sentia bem melhor. Acredito que amanhã já estarei totalmente curada.
Enquanto arrumava a bagunça, que fiz à noite, lembranças de um sonho diferente, vieram a minha mente.
Sacudi a cabeça e procurei esquecer. Não me permitirei, sentir saudade de alguém, que mentiu tanto para mim.

À tarde, já me sentia bem melhor. A casa estava vazia e silenciosa. Comecei a ficar inquieta, sem nada para fazer.
Preciso, retomar logo, minhas atividades. Não dá para ficar fugindo dos problemas a vida toda.
Estou acumulando matérias perdidas e não vou permitir, que alguém, destrua meus planos de estudos, nem me force a viver enclausurada e com medo. Não vim para a China para ficar me escondendo.
Amanhã, retornarei às aulas no Instituto. Mas hoje, para começar, irei visitar minhas primas e minha tia-avó Lien, preciso lhe fazer algumas perguntas...

 Mas hoje, para começar, irei visitar minhas primas e minha tia-avó Lien, preciso lhe fazer algumas perguntas

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O táxi me deixou no endereço pedido. Xiaoli, me recebeu com a empolgação de sempre. Com mais intimidade agora, fui entrando, beijei Ming e minha tia-avó Lien. Ela, feliz com minha presença, cobrou a demora da visita. Expliquei que estive doente, mas agora, estou bem melhor. Então, lembrei da causa da minha doença, e fui direto ao assunto:

"Lien, da última vez que estive aqui, fiquei intrigada com algo que aconteceu, quando lhe apresentei um amigo meu..."

Lien, entendeu, imediatamente, a quê eu me referia. Ficou séria. Segurou minhas mãos e disse:

"Prepare-se para o que eu vou lhe dizer, minha filha. Você pode até pensar que estou louca, mas não estou. Eu era muito menina, quando toda aquela tragédia aconteceu na vida de minha irmã. Mas me lembro muito bem do rosto do rapaz, que a enfeitiçou e a tomou do seio da família."

Perguntei incrédula:

"A Senhora está querendo me dizer que, o meu amigo, é o mesmo homem, que sua irmã Liang se apaixonou?"

"Não. Disso não tenho certeza. Mas te garanto, que seu amigo, tem o mesmo rosto e os mesmos olhos azuis que ele. Pode ser um descendente dele. E se for, carrega com ele, a mesma maldição que seu ancestral..."

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