Confesso que é muito legal ter a companhia de Adan comigo, mas eu tinha criado uma certa expectativa quanto a ele e agora eu sei que não tem sentido, eu me confundi. E agora eu me sinto esquisita, ele pode estar pensando que eu gosto dele, o que não é uma verdade, mas não é uma completa mentira. Espero que isso passe logo porque...
-Emma?! Você viu?? Eles sairam correndo pelados da loja... - Disse Adan se rindo. - Você está bem? - Perguntou ele quando viu que eu não estava prestando atenção.
- Ah, eu vi sim, foi engraçado. É que estou preocupada com as provas... - Respondi
-Ah, entendo. Mas é só isso mesmo? - Perguntou com seu olhar que parecia me ver por dentro.
- É sim, sabe como é né... Não quero ir mal nas provas. Mas vamos voltar ao filme.
Incrível. Eu realmente deveria ganhar um troféu por não saber mentir... Na verdade não acredito que pessoas ganhem troféus por coisas em que são ruins.
NO OUTRO DIA
-Emma! Acorde! - Gritou minha mãe da sala. - Você tem que por o lixo para frente.
-Você não pode me acordar com um "bom dia", mãe? - Perguntei.
-Não responde, eu sou sua mãe e você me deve respeito! - Disse ela, brava.
-Desculpa, só queria que a senhora fosse um pouco mais gentil comigo às vezes.
Minha mãe é muito complicada, ela tem dias bons e dias ruins. Se ela acordar e lembrar de algo ruim, bom... Então seu dia estará arruinado, ela com certeza se inspirará naquilo para formar o humor. Mas claro, se ela acordar e receber uma boa notícia, ou se o Pablo, namorado dela, marcar algo, o dia será esplendido. Ontem a noite ela e Pablo discutiram por telefone e hoje, então, é um dia complicado.
- Sabe o que eu não entendo, Emma? Que você seja igual a família do seu pai. Eu lhe criei praticamente sozinha e, mesmo assim, você é desse jeito. Você me olha com esse olhar indignado, como se eu tivesse culpa de seu pai não te ligar e....
- Eu não estou te olhando com olhar indignado, apenas acho injusto que você me trate assim... Eu não fiz nada de errado. - Eu disse antes que ela terminasse a frase.
- Cala a boca, garota ruim! Sem mim tu não seria nada, sai daqui, olhar para tua cara me dá nojo! - Disse ela com aquela expressão agressiva e eu saí.
Coloquei o lixo na lixeira da rua e saí. Eu não tinha lugar algum para ir, apenas não queria ficar em casa. Porque embora minha mãe me tratasse daquele jeito durante a raiva, eu sei que depois ela iria querer me agradar e iria voltar ao normal. Mas droga! Porque logo eu tenho que ser o alvo sempre... Eu nem ao menos tive escolha.
Avisto Adan vindo de longe. Droga! Ele vai perceber... Não queria que me vissem assim, mas também não podia ficar em casa... E agora ele vai me encher de perguntas...
-Hey, Emma! Que bom te ver! - Gritou ele de longe.
-Oi Adan, bom ver você também. - Respondi.
-Mas ei, você está bem? Você parece que chorou. - Disse ele estando mais perto.
- Eu estou bem, é que eu tinha lido um artigo e me emocionei.
-Certeza que é só isso mesmo? Você pode confiar em mim, se quiser. - Disse ele olhando nos meus olhos.
-Bom, é só isso mesmo.
Embora eu tenha achado que ele ia me investigar, ele não o fez, me sinto grata por isso. Ele parece me compreender às vezes. Isso o torna um pouco especial, mesmo que eu não devesse pensar assim.
- Emma, vamos ao parque comigo? - Perguntou.
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Até o infinito
RomanceA história de dois jovens que se conhecem e se apaixonam na faculdade. Adan, um aluno de intercambio e Emma, uma estudante local. Para todas as coisas há um grande motivo, mas e se o motivo não for aquele que você espera?