Capítulo 2

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Hola tchicas :)

Manipulação, solidão e o passado

- Fui Manipulada! – Gritou ao mesmo tempo que sua mãe abria a porta de seu quarto. A mais velha arregalou os olhos assustada.

- Que?!

- Nada, bom dia mamãe – Camila tentou sorrir – Pensou com carinho?

- Sim e não se anime muito – A mulher se virou para o corredor – Tenho regras e condições, mocinha!

- Você é a melhor mãe do mundo, dona Suzana.

A mulher parou no corredor, o coração ficou pesado, e ela teve de forçar as palavras à saírem.

- Não demore muito ou o chá vai esfriar.

A morena deu de ombros e foi tomar banho, mas, deteve-se em frente ao espelho. Seus cabelos, que antes eram tão grandes que quase chegavam à sua bunda, agora estavam poucos centímetros abaixo de seu ombro. Tocou um cacho macio, seus olhos ardiam com lagrimas que ela lutava para não derramar. Ela nunca havia imaginado com que rapidez um pouco de cabelo poderia queimar, felizmente sua mãe havia feito um bom trabalho em tirar todas as partes chamuscadas. Talvez, se a situação fosse diferente, ela até pudesse gostar do novo corte, mas por enquanto ele apenas a enchia de tristeza.

Inclinou a cabeça fazendo a água quente cair em seu rosto, quando pensava sobre o dia anterior se sentia incomodada. Aquele coisa enorme e branca de algum jeito manipulou seus sentimentos, essa era a única explicação que podia achar para o seu comportamento estranho e instável.

E apesar de todos aqueles acontecimentos, aquela foi a noite mais bem dormida que tinha em muito tempo, sem pesados ou coisas estranhas.

- Aquele gatinho mau – Desligou o chuveiro e se enrolou em uma toalha vermelha – Deuses o que estou fazendo?!

E se todas as suas decisões, a partir do momento em que o conhecerá, fossem fruto dessa estranha influência dele? Será que deveria mesmo voltar para aquela floresta? Isso não parecia algo que uma pessoa normal e em sã consciência faria. Mas também não queria voltar para a escola, não ainda, e sua mãe nunca a deixaria em casa sozinha. E se fosse para aquela floresta o que de mais poderia acontecer?!

*

- Pegou o celular?

- Essa coisa inútil e minúscula? – Mostrou o pequeno aparelho digital, era tecnologia dos humanos que seu pai havia achado em uma de suas viagens. – Feliz?

- Muito, qualquer coisa você aperta três vezes aquele botão do lado e eu estarei lá

- Junto com um batalhão inteiro dos guardas?!

- Pode apostar – Suzana sorriu achando graça do mau-humor da filha.

- Bom dia Suzana, Camila. – O homem grande e de cabelos grisalhos sorriu caloroso para suas vizinhas. – Parece que alguém vai acampar, quando eu era jovem adorava ficar no meio da natureza também. Ah, aqueles foram bons tempos. Depois do primeiro filho nunca mais soube o que era paz. Acho que ele foi concebido no meio do mato. – O homenzarrão soltou uma risada estrondosa e engraçada, as duas o imitaram. Estavam acostumadas com as maneiras do vizinho.

Suzana e Markus conversaram sobre trabalho. O homem era um dos treinados da guarda, e estava sempre à procura de novos talentos para compor seus esquadrões. E Suzana, como diretora da escola, tinha total acesso as informações dos alunos.

- ... Ah, sobre isso, deixei Camila ir acampar.

- Sozinha? Se bem que não tem nada perigoso por essas bandas – Markus lhe deu um sorriso. Camila podia jurar que o bigode do homem tinha vida própria pela maneira que se curvou. – Se você quiser, Suzana, posso pedir para os meninos darem uma olhada, sabe, quando eles forem fazer patrulha. Só pra ter certeza que tá tudo certo.

My Kitten {Camren}Onde histórias criam vida. Descubra agora