Yours

L - et her go

Você a vê quando fecha os olhos

Talvez um dia você entenda porquê

Tudo o que você toca certamente morre

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P.O.V Rafaella Klimann

Falou ríspida, mas com a voz um tanto triste, o que me abalou. Não imaginava que tratando-a desta maneira, acarretaria tais sentimentos na capixaba.

Eu ainda estava tentando colocar meus pensamentos em ordem depois das muitas coisas que haviam chegado ao meu conhecimento durante o dia, eu estava magoada e ao mesmo tempo frustrada, não queria me colocar em uma situação como aquela.

Fiquei em silêncio e ela permanecia me encarando, enquanto eu tentava achar as palavras certa para aquele momento.

-Olha Gi, eu não estou disposta a me relacionar com alguém comprometido- Falei sem olhar em seus olhos e pude ouvi-la soltar uma lufada de ar forte.

-Rafaella, de onde você tirou um absurdo desse?- Disse gesticulando freneticamente.

Caminhou até a cama e agachou em minha frente fazendo nossos olhares se encontrarem.

-Você não pode tirar essas conclusões de sei lá onde e tomar isso como verdade.- Parecia que eu estava levando bronca, mas com razão.

Agora eu me sentia um pouco ridícula, confesso, ela poderia não ter um relacionamento com a tal Letícia, mas não justificava o que eu tinha visto. Eu sabia que não estava na posição de cobrar nada dela, pois não tínhamos nada sério, então ela não me devia qualquer tipo de satisfação, mas aquela situação não deixava de me incomodar.

-Deixa pra lá, Gizelly- Falei grossa, usando seu nome todo propositalmente e desviei meu olhar do seu.

-Rafa, não faz assim...- Ela disse pegando meu rosto entre as mãos, me obrigando a encará-la.

Relaxei meus músculos faciais com seu toque, soltando um longo suspiro.

-Eu não sei o que você viu, ou ouviu, mas eu tô aqui com você, só com você- Disse acariciando meu rosto, me fazendo fechar os olhos, recebendo um selinho demorado.

-Desculpa, eu fui uma idiota- Falei assim que ela sentou-se do meu lado na cama, cruzando as pernas.

Levei minhas mãos até meu rosto me escondendo envergonhada.

-Ei, olha pra mim, ta tudo bem- Descansou sua mão em minha coxa, fazendo um carinho delicado e eu fiz o que pedira.

 Depois de alguns segundos nos encarando em silêncio, sua expressão que estava terna, logo mudou, abrindo um sorriso largo e divertido, mas sem dizer nada.

-O que foi?- Perguntei ainda envergonhada.

-Eu não acredito que você me ignorou quase o dia inteiro por causa de ciúmes- Disse balançando a cabeça negativamente e eu joguei meu corpo para trás, desabando na cama e colocando o braço por cima de meus olhos, não conseguia olhar para ela depois de ter feito tal cena.

-Ainda mais depois de eu ter te dado no banheiro- Falou baixinho em meu ouvido e eu estremeci sentindo seu hálito quente contra meu pescoço.

Tirei meu braço de cima do meu rosto, virando para encará-la, dando de cara com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto na minha vida, aquele sorriso que poderia iluminar todo o cômodo, aquele sorriso contagiante, aquele sorriso que eu tanto amava.