Hoje acordei e me senti um pouco diferente, parecia que o mundo inteiro estava a olhar para mim, e acho que o passarinho que estava a cantar na minha janela dizia que "Hoje é o Dia".
Esta litetratura é baseada na minha poesia com o mesmo título, mas...
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"Hojeóje" continuou a soar em eco dentro da minha cabeça, até que ouvi o barulho da água a cair para chão, pois havia esquecido a torneira aberta e o lavatório estava cheio, então fechei logo a torneira, mas o evitável foi inevitável, alguns pingos de água foram para os meus ténis novo-velho ("novo" porque estou com este par de ténis há um mês e é a quinta vez que uso eles, e "velho" porque o meu primo usou os ténis por dois meses, mas durante este curto período de tempo o meu primo conseguiu pegar três garotas e uma delas era amiga da prima da melhor amiga da prima da Rihanna segundo ele, então com eles com certeza que eu pelo menos pegaria a melhor amiga da Hannah Montana) olhei para eles julgando que estariam todos molhados, mas apenas uma parte estava molhada e outra estava empoeirada e notava-se uma diferença de tons de preto em ambos os ténis, precisava fazer algo:
- Arrrh! Mas o quê que vou fazer!? Acho que não vou conseguir, é impossível que ela vai gostar de um gajo (para gíria brasileira "cara") que está com umas all star sujas – reclamei comigo mesmo segurando a cabeça com as duas mãos.
- Com esses ténis com certeza vou parecer um maluco, melhor ir pegar logo a chupeta – pensei olhando para os ténis desmoralizado.
Instantaneamente lembrei das últimas palavras do Maluco Chupeta "si possible, arrêtez le temps. Faire l'impossible", eu precisava fazer o impossível se tornar possível, mas como!?
- Já sei! Como é impossível arrancar a poeira ou água dos ténis, ou seja, já que não consigo vencê-los irei me juntar a eles. – falei um pouco alto e entusiasmado.
Logo em seguida tirei a camisa do uniforme e pus ela no avesso, então molhei-a e utilizei para limpar o ténis, primeiro a parte de baixo por ser branca e depois o resto do ténis. Finalmente o ténis já não estava empoeirado, estava todo húmido e brilhante, voltei a me sentir charmoso e enquanto me preparava para sair com aquele olhar todo sisudo e sensual, passei a mão no meu cabelo curto e disse:
- Sairei mais radiante do que quando entrei, exatamente como um superstar.
Então saí da casa de banho e fui em direção a sala de aula, ao subir as escadas que acessam ao andar onde está a minha sala pego no corrimão e começo a lembrar daquela vez que quase esbarrei com ela enquanto descia a escada e eu tentando subir a escada correndo porque estava jogando queito (ou toca e foge) com o meu colega e amigo Joaquim Viringa.
Essa foi a oportunidade mais próxima de um beijo que tive com ela... quer dizer até hoje. Eu tenho a certeza que se o meu plano do charme não funcionar, acho que por acidente intencionalmente pelo menos um beijo dela vou roubar e com muita sorte não receberei uma chapada como presente. E para me ajudar já havia falado com maior cupido estratega que conheço, também conhecido como Joaquim Viringa.
O Joaquim Viringa era aquele tipo da minha sala que mais me dava concelhos amorosos, e tinha um plano de conquista para cada rapariga que ele achava que era a digna do seu coração, mas os conselhos dele com ele mesmo nunca funcionavam, mas ele dizia que isso era porque "treinador não joga", e isso até fazia muito sentido para mim, por isso eu acreditava sempre nele. Ele várias vezes tentava, mas era rejeitado mas saía com um sorriso matreiro, cabeça erguida e com o peito para frente e com aquele andar dele sobe e desce que ele gostava tanto e que chamava muita atenção, pois ele andava arrastando os pés, baixava-se um pouquinho e logo em seguida esticava-se. Ele dizia que todas a raparigas gostavam desse andar. (Mas essa história deixarei para uma outra altura kkkk).
