Capítulo 6

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Quinta-feira

A semana foi passando normalmente, depois do baile não me encontrei mais com o Moreno, o que já imaginava

Cá estava eu saindo as pressas de casa tentando não me atrasar tanto para o trabalho, o que era impossível já que faltava 10 minutos pra o meu horário e eu gastava 20 pra chegar, okay nunca mais eu tiro um "cochilo"

Enquanto eu andava igual uma maluca presa em meus pensamentos confusos pelo sono sou interrompida por um ser abençoado

- OU, chega aí maluca - ouço uma voz conhecida me gritar de dentro da boca

Quando me viro nem acredito, o que o Rafael tava fazendo aqui? Vou correndo abraçar ele que nem me toco que o mesmo tava do lado do FP, mas foda-se ele só queria matar a saudade do meu primo

- Meu amoooooor, que saudades cara! - digo agarrada a ele ainda sem acreditar

- Porra pirralha, cresceu pra crlh - diz me olhando

- Deixe de exagero que nem é isso tudo - dou risada dele

- Rum, mais Iai? Tudo tranquilo com tu? Precisando de alguma coisa? - Fala serinho

O Rafa sempre ajudou muito eu e minha mãe, ele meio que sentia obrigação por ter sido criado como meu irmão mais velho, o que eu considerava ele

Os pais dele morreram em uma invasão quando ele tinha uns 9 anos, aí meu pai pegou ele pra criar e criamos esse vínculo foda

Quando meu coroa foi preso ele ficou sendo o homem da casa, mas logo as coisas no morro foram ficando ruins pra ele

Era invasão quase todo dia e tava foda, só queriam o filho do Paizão, aí meu pai passou o comando do P.U pra ele tem uns 2 anos e desde então ele não apareceu mais aqui

- Não, tô de boas - medi ele serinho qnd lembrei que o corno sumiu

- Ih, colfoi palhaça? Tá me olhando assim por quê mermo?

- Tô vendo até onde vai sua cara de pau, filho da puta.
Vc sabe quanto tempo faz? São 2 anos sem ter notícia sua seu corno da desgraça - fecho logo a cara

- Porra princesa, não foi porquê eu quis tlgd? O bagulho tá de verdade desde que Paizão caiu, os vermes não dão descanso.
As paradas ficaram tranquilas por agr, primeira vez que saiu da favela sem ser pra me esconder foi hj - realmente eu sempre via passar no jornal operação

- Rum, e o que custa mandar uma mensagem? Fiquei preocupadona pô - falo mais tranquila

- O que importa é que eu tô aqui pô, vivão e cheio de saudades da minha pirralha.
Cadê a coroa? - Fala me afastando da boca enquanto me abraça

- Tá no trampo pô, vai ficar felizona quando te ver

- Saudade fodida que eu tava de vcs, mas aí, tá indo pra onde?

- Trabalhar vagabundo, tá achando que eu sou oq? - ponho a mão na cintura

- Tu não é nova de mais pra esse bagulho não? - faz cara de confuso

STELLA - MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora