Capítulo 5

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Estava na mesa com minha mãe e Anne. Hoje as duas me acordaram cantando parabéns e com um bolinho cheio de velas espalhadas. Elas sempre me acordavam assim e eu era imensamente grata por ter a família que eu tenho.

Eu estava animada para o dia de hoje, para ver meu pai e matar a saudade. Quando eu acordei, fiquei de pijama até a hora do almoço mas minha mãe me fez vestir uma saia e uma blusa, já que duas amigas dela viriam aqui. Aquilo me deixou um pouco chateada de início porque queria passar o almoço só com ela e Anne, nada contra Carol e Lilian. Elas eram amigas antigas da minha mãe e me tratavam com o maior amor do mundo. De acordo com minha mãe elas queriam me dar um presente e me ver, então minha mãe achou bom almoçarmos todas juntas. Por fim acabei aceitando à ideia.

A campainha tocou e eu levantei para atender, quando abri a porta Carol me abraçou forte e eu ri ouvindo Lilian brigar com ela porque queria me abraçar primeiro, elas pareciam adolescentes, ainda mais quando juntavam com minha mãe.

-Querida, feliz aniversário! Que seus sonhos se realizem e você tenha todo amor do mundo. Sua tia aqui se orgulha muito de voce!- Falou e me deu um beijo na testa, na hora que eu iria abrir a boca para agradecer Lilian me puxou me abraçando e repetindo praticamente a mesma coisa que Carol. Sorri para elas e agradeci deixando elas entrarem. Fechei a porta e nós fomos para mesa.
Minhas tias de consideração abraçaram minha mãe e Anne e nós sentamos à mesa para comer.
Depois de comermos, minha mãe pegou o bolo e eu peguei 5 garfos e nós começamos a comer ele direto da caixinha que ele veio.

-Meu amor, comprei um presente para você e espero que você goste- Lilian falou pegando uma caixa e me entregando.
-Obrigada tia, não precisava- Agradeci sorrindo e abri a caixa vendo um vestido vermelho de cetim lindo lá dentro, tirei um pouco pra fora e sorri mais ainda -É lindo, tia Li. Obrigada.
-Agora o meu- Carol me entregou uma caixa um pouco maior e eu sorri -Tentei juntar um pouquinho de cada coisa.
Abri a caixa vendo uma bota preta, uma jaqueta de couro e uma jaqueta jeans.
-Muito obrigada, tia Carol! Eu adorei- Disse e abracei ele e depois Lilian. Anne colocou uma caixa na minha frente e eu sorri pra ela, quando abri vi um all star branco.
-É pra você jogar aquela imundice no lixo agora, viu?!- Anne falou e eu gargalhei. Ela odiava meu all star branco por eu nunca lavar o mesmo. E toda vez que eu usava ele, Anne dizia que iria queimar ele.
-Pode deixar, Annezinha. Muito obrigada- Sorri para ela e minha mãe colocou uma caixa quadrada e menor na minha frente. Abri ela venho um colar cheio de pedrinhas coloridas e uma pulseira com alguns pingentes. Sorri e abracei minha mãe sussurrando um "obrigada" no ouvido dela.
Ela tirou o colar que eu estava, que ela mesma me deu no meu aniversário de 15 anos e colocou o novo. Eu coloquei a pulseira do lado da pulseira que eu nunca tirava do braço, meu pai que tinha me dado ela. A pulseira era de ouro e tinha meu nome escrito nela. Fiquei olhando para as duas pulseiras no meu braço e agradeci minha mãe novamente.

-Quase esqueci o melhor presente- Lilian deu um grito e me entregou outra caixa, quando eu abri comecei a gargalhar e agradecer sem parar. Na caixa tinha alguns donuts e cada donuts era uma letra que formava HAPPY BDAY OLIVIA.

Fiquei a tarde inteira com minha mãe, Anne e minhas tias. Ouvi elas combinando de sair hoje as quatro e eu só ria ouvindo as quatro baladeiras decidirem para onde iriam. Quando contei para minha mãe que meu pai viria ela nem acreditou e ficou falando mal dele junto com minhas tias, odiava quando ela fazia isso. Desde quando eles se separaram, sempre que se encontram, é a maior briga. Isso sempre acaba comigo, então prefiro deixar cada um de um lado.

Quando entro em casa, vou para cozinha e coloco a caixa de donuts na geladeira que agora eu já tinha comido a letra O. Levo as outras duas caixas para meu quarto e pego meu celular, já é quase seis horas e ele não ligou ainda. Quando ligo, o telefone chama até cair. Ele provavelmente deve estar arrumando, nós já tínhamos combinado de encontrar seis e meia em um restaurante que eu ía com ele e minha mãe desde pequena.

Largo o celular na cama e entro para o banheiro, tiro minha roupa e coloco no cesto. Ligo o chuveiro e espero a água esquentar, rapidinho ela esquenta e eu me enfio lá em baixo acalmando minha ansiedade. Lavo meu cabelo e termino o banho rápido, puxo a toalha e enrolo meu corpo.
Limpo o vidro do espelho que tinha embaçado por causa da água quente e desisto de fazer babyliss no cabelo por pura preguiça. Ligo o secador e seco meu cabelo inteiro, ele acaba ficando liso escorrido e eu só coloco atrás da orelha. Faço uma maquiagem rápida, nada exagerado, só um batom vermelho como destaque. Saio do banheiro e abro a caixa que minha tia Lilian me deu e tiro o vestido da caixa, decido usar ele hoje e a bota que tia Carol me deu. Visto a roupa e vejo que o vestido ficou extremamente sexy, bem que depois que eu jantasse com meu pai, poderia sair e aproveitar. Coloco uma jaqueta de couro preta por cima e calço minha bota. Olho no espelho e gosto do que vejo.

Quando já estou no carro no meio do caminho eu paro no sinal, escuto meu telefone tocar e aperto na tela do painel para atender, vendo que era meu pai.
-Desculpa pai, sei que estou atrasada, mas eu já to no sinal e daqui uma quadra eu chego- Falo e o sinal abre e eu sigo com o carro.
-Olivia, eu não pude ir, estou em Londres ainda. Minha secretária marcou uma reunião para mim e eu não poderia faltar. Mas eu conversei com James e paguei sua conta no restaurante, pode ir jantar lá. E eu mandei mais um pouco de dinheiro esse mês para você usar como bem entender. Inclusive, tenho que ir agora, Rachel vai vir aqui pra casa. Beijo filha- E ele simplesmente desligou, sem falar um "feliz aniversário" nem nada.
Respiro fundo já sentindo as lágrimas rolarem e encosto o carro perto da calçada estacionando e começo a socar o volante e chorar desesperadamente.

The neighborOnde histórias criam vida. Descubra agora