Capítulo 7

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Acordo com meu despertador tocando e abro os olhos com dificuldade, já que hoje a ressaca veio com tudo. Passo a mão no rosto e levanto entrando no banheiro, tenho que tomar um banho para ver se meu corpo reage.
Quando volto para o quarto, ainda enrolada na toalha, abro meu guarda-roupa e visto uma lingerie vermelha, pego um short preto e um cropped da mesma cor, já que hoje o dia amanheceu bem quente. Eu particularmente odeio dias assim, gosto de frio.

Quando termino de arrumar minha mochila, olho no relógio e vejo que já está quase na hora de encontrar Calum, não faço a mínima ideia de onde nós vamos então coloquei todo tipo de roupa. Escuto a campainha tocando e pego a mochila saindo do quarto e indo à sala. Quando abro a porta vejo Calum sorrindo segurando outra mochila, ele está com uma calça preta justa e uma regata da mesma cor, sorrio para ele e quando o mesmo vai abrir a porta, meu celular toca. Pego meu celular no bolso e vejo o nome do meu pai na tela, eu particularmente achei que ele fosse demorar mais para se desculpar por ter sido um idiota.

-Vou atender, mas entra aí- Dou espaço para Calum entrar e deixo um beijo em seu rosto indo para cozinha para conversar com meu pai.

-COMO VOCÊ FALTA AO RESTAURANTE QUE EU PAGUEI UMA FORTUNA PARA VOCÊ JANTAR, OLIVIA?- Assim que eu atendo, ele começa os gritos na minha cabeça. Parece que ele não quer pedir desculpas.
-Pai, ontem nem "feliz aniversário" você me disse, e você acha mesmo que eu iria jantar sozinha igual uma idiota- Falo calma e controlando minha respiração, não quero me irritar e nem ficar triste.
-OLIVIA, A SENHORITA TEM QUE DEIXAR DE SER UMA INGRATA. EU TE DOU TUDO QUE VOCÊ DESEJA, COMPRO CASA, CARRO, ROUPAS E TODAS SUAS OUTRAS PORCARIAS. VOCÊ DEVERIA SER MAIS AGRADECIDA- Respiro fundo e aperto o mármore da cozinha com força.
-Pai, eu poderia trocar tudo isso para você lembrar do meu aniversário e passar ele comigo. Você sabe o quão grata eu sou a tudo que minha mãe e você fazem, mas nem tudo o dinheiro compra- Sinto que vou chorar a qualquer momento.
-Olivia, é o seguinte. Você desde pequena sempre foi uma menina mimada que teve tudo de mãos beijadas, eu não vou discutir isso com você. Sua mãe te criou desse jeito e se você cresceu toda errada a culpa não é minha. Quando você resolver crescer, aí podemos nos falar- Ele fala e quando ele fala sobre minha mãe, esse pra mim é o fim, toda raiva que eu tinha segurado eu solto.
-PRIMEIRO QUE VOCÊ NÃO PODE FALAR NADA SORE MINHA CRIAÇÃO PORQUE MINHA MÃE TEVE QUE FAZER O PAPEL QUE DEVERIA SER SEU. E EU JÁ DEVERIA ESPERAR ISSO DE VOCÊ, SÓ NÃO SEI PORQUE VOCÊ AINDA FALA QUE VAI VIR AQUI SE SABA QUE VAI DESMARCAR. CHEGA PAI, CHEGA- Grito e desligo o telefone, jogando o mesmo no mármore e suspiro abaixando a cabeça. Até tento não chorar mas quando eu percebo meu rosto já está todo molhado.

-Liv?- Calum diz entrando na cozinha depois de um tempo, tento limpar as lágrimas mas ele é mais rápido e me puxa rodeando seus braços em volta da minha cintura e eu choro baixinho. Calum tem toda a paciência do mundo de me esperar chorar, enquanto passa a mão no meu cabelo -Vamos, temos que começar nossa viagem- Ele diz levantando meu rosto e secando o mesmo. Faço uma cara confusa
-Como assim viagem? Pra onde vamos?- Pergunto enquanto nós saímos da cozinha e pegamos nossas mochilas indo para fora do apartamento.
-Eu espero que você não importe, mas eu chamei os meninos e Mike vai levar a namorada dele. Nós alugamos uma casa de praia em Santa Monica e vamos passar uns dias lá. Bem se você não puder ou não quiser ficar lá, eu te trago de volta- Ele fala a última parte apreensivo enquanto eu ainda estou raciocinando tudo.
Termino de trancar o apartamento e viro pra ele sorrindo e o abraçando.
-Calum, eu amei a ideia- Falo com um sorriso maior que minha cara e dando pulinho de animação. Ele ri e solta um "graças a Deus".

Eu e calum tínhamos saído do prédio tinha uns dez minutos quando minha mãe me ligou para me perguntar sobre o jantar com meu pai e quando eu terminei de contar tudo que havia acontecido ela começou a gritar falando que iria matar meu pai e que ele era um desgraçado e mais alguns milhares de palavrões que ela soltou sobre ele. Ela gritava tão alto que até Calum podia ouvir e ele ria baixinho. Comecei a ficar envergonhada com aquela cena e resolvi que estava na hora de desligar.

-Mãe, calma! Depois nós falamos sobre isso. Estou no carro de um amigo- Ela ficou alguns segundos calada e depois escutei o interrogatório.
-Que amigo? Como chama? Onde conheceu?
-Um amigo meu, mãe! Ele chama Calum, é meu vizinho. Ele é um dos meninos que estavam no bar comigo ontem.
Só não conto que foi ele que me levou embora por estar muito bêbada.
-Hum, tudo bem! Amanhã vem almoçar aqui, ou melhor, dorme aqui hoje- Ela fala meio desconfiada e sei que essa vontade de me ver é mais para perguntar sobre Calum.
-Mãe vou ter que recusar, Calum e os meninos alugaram uma casa de praia em Santa Monica e nós estamos indo para lá agora e de acordo com Calum vamos ficar alguns dias- A próxima coisa que posso ouvir são seus gritos.
-O QUE? OLIVIA VOCÊ ESTÁ NAMORANDO? SUA IDIOTA, COMO VOCÊ NÃO ME CONTA ISSO?- Calum gargalha provavelmente pelos gritos estridentes da minha mãe e eu reviro os olhos.
-Mãe, não estou namorando. Eles são meus amigos. Para com isso, sua louca- Suspiro.
-Tudo bem, tudo bem. Vou desligar agora porque preciso ir no supermercado com Anne, aproveite seu passeio.
-Mande um beijo para Anne, e diga que estou morrendo de saudade- Quando tiro o celular do ouvido e estou prestes a desligar escuto ela gritar um "USE CAMISINHA".
Calum começa a rir e eu dou um tapa em seu braço.

-Para de rir dessa maluca.
-Eu amei sua mãe. Quero conhecer ela- Ele diz limpando as lágrimas por conta das risadas e eu acabo rindo junto.

O resto do caminho nós fomos conversando sobre músicas e filmes. Falamos sobre os álbuns do Green Day entre outros artistas. Quando entramos em Santa Monica, Calum ligou para Ashton e avisou que estava chegando. Os meninos ligaram para ele o caminho todo, perguntavam sempre se estávamos chegando e eu não entendia o porquê de tanta preocupação mas eles devem ser assim.
Assim que eu desci do carro, Calum abriu a porta traseira e pegou sua mochila e a minha juntas. Quando eu passei pelo portão da casa pude ver um jardim cheio de plantas e muitas flores espalhadas. Calum foi me contando que tinha deixado Duke com Joy e que a mesma ficou feliz demais de ter aquela bolinha em sua casa por algum tempo.
Quando eu abri tomei um susto com todos gritando.
-Feliz aniversário, Liv- Eles gritaram juntos e Calum me abraçou de lado depois de fechar a porta, eu fiquei imóvel de tanto susto e depois sorri abraçando todos, até mesmo a namorada de Michael que eu descobri que se chama Crystal e é um amor! Os meninos foram para cozinha dizendo que iriam pegar cerveja e algumas besteiras para nós comermos. Eu olhei para sala melhor reparando na faixa que eles tinham escrito com "HAPPY BDAY LIV". Tinha balões para todo lado e muitos confetes.
Sentei no sofá e fiquei conversando com Crystal até que os meninos voltaram com uma vasilha cheia de doces e balas e cada um com uma cerveja em mãos. Michael deu uma para Crystal e Calum me entregou outra.

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