Capítulo 5 - Lucas

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Capítulo 5


Lucas


Nunca dormi tão bem em toda a minha vida. Alice aceitou namorar comigo e eu não consigo conter a felicidade que estou sentindo. Acordei ainda há pouco para pegar Clarinha, que só acordou agora e nos deixou dormir à noite toda. São 05h00 da manhã e ela está com muita fome, pois o grito que ela deu foi enorme.

— Calma, minha pequena, o papai está chegando. — Abaixo-me, a pego em meu colo e instantaneamente ela para de chorar. — Oi, eu estou aqui. Está com fome, não é, minha linda? Vamos chamar a mamãe, vamos?

— Mamãe está acordada, filha, me dá ela aqui, Lucas.

Coloco-a em seu colo e vou para o banheiro. Faço minhas necessidades, lavo o meu rosto e volto para o quarto, mas paro na porta com a cena diante de mim. O meu coração acelera e eu sinto uma felicidade que sempre busquei e nunca havia sentido.

Alice está dando de mamar a Clarinha e beija sua mãozinha.

— Você sempre vai ficar desse jeito quando eu estiver amamentando a minha filha?

— Nossa filha. Você não mudou de ideia, não é? — Por favor, diga que não.

— Não, eu não mudei. É que ainda não acostumei. Mas vou, logo.

Sorrio feito um bobo, admito.

— Bom dia, minha linda.

Sento ao seu lado e dou um casto beijo em seus lábios, que ontem beijei pela primeira vez e foi maravilhoso.

— Bom dia. Você vai trabalhar hoje? — indaga com uma voz que parece que não querer que eu vá.

— Não. Estou de férias, serei todo de vocês esses dias. Vou só dar uma olhada na fazenda, mas não devo demorar muito e quando não estiver aqui a Ana vai ficar com você. Falando nisso, hoje nada de levantar muito da cama, ontem abusou demais.

— Tudo bem, doutor Lucas, mais alguma coisa?

— Engraçadinha. — Sorrio e aperto o seu nariz. Adoro aquelas sardas que ela tem lá. — Agora, se já terminou, me dê a minha pequena aqui, vou fazê-la arrotar e você descansa mais um pouco.

— Tudo bem, mas só porque estou cansada e não porque você mandou. — Faz beicinho e deita assim que pego Clara.

Beijo o seu rosto e vou trocar a fralda e pegar uma manta mais grossa para cobrir a minha pequena, pois vou levá-la para conhecer a casa.

Como se ela fosse entender tudo que você mostrar para ela. Claro que vai.

Mais tarde volto para ver como Alice está.

Depois de mostrar a casa para Clarinha, quem parecia estar se divertindo muito enquanto eu mostrava cômodo por cômodo, a deixo com Ana e me concentro no assunto que estava deixando-me intrigado.

O assunto do canalha que ligou para Alice. Quem será esse cretino? Um idiota que não quer assumir a responsabilidade, ou... não, ela não se envolveria com um homem casado. Sacudo a cabeça para dispersar esse pensamento. Recuso-me a pensar nisso outra vez.

Ligo para Luís e peço para não tirar os olhos de Josi, por enquanto, e entrar em contato com o nosso primo Alexandre, um ex-lutador como ele, mas agora dá uma de detetive para passar o tempo, para pedir que descubra quem são os dois caras que entraram na floricultura e bateram na minha mulher e na sua amiga, e o mais importante, para quem eles trabalham. Não roubaram nada, então só pode ser outra coisa. Não quero sobrecarregar Alice com esse assunto e Josi também desconversou, o que me leva a pensar que elas sabem exatamente quem foi o mandante. Por sorte os cretinos não se esconderam das câmeras ou são tão burros que nem se ligaram nisso.

Um Simples Olhar - livro 1 da Série Olhar. DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora