|| Karina Briarcliff desejava ser uma bruxa comum.
Frequentar a escola, passar nos exames e conseguir um emprego na comunidade bruxa. Mas jamais conseguiu.
Depois da infância, da liberdade, dos sonhos e das esperanças roubadas; encontrar o amor pare...
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Franzi o cenho, deixando meus pés me guiarem por aquela direção com todos os meus sentidos despertos. Estava para escurecer, não muito depois o jantar seria servido, não conseguia pensar em um motivo para o Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas se retirar apressadamente do castelo. Então, como um lampejo de um feitiço farfalhante, a memória do julgamento de Bicuço voltou com tudo para minha mente. Respirei fundo e me pus a segui-lo.
O céu azul era tomado por pinceladas de laranja e vermelho, com alguns toques de densas nuvens cinzas. Era um espetáculo de tirar o fôlego, ainda mais visto pela ponte que nos conectava a cabana de Hagrid - e a nova sala de aula de Trato de Criaturas Mágicas. Tirei minha atenção da cabana para procurar pela silhueta do Prof. Lupin, segurando as madeixas do meu cabelo que, graças ao vento forte, tentavam bloquear minha visão. Surpresa me tomou ao ve-lo tomar um rumo diferente à Cabana de Hagrid, andando tranquilamente pelo terreno até onde eu sabia que daria no Salgueiro Lutador. Foi então que minha mente entrou em confusão. Para que ele iria até lá, ou melhor, para que ele iria até a Casa dos Gritos?
Fiz as contas em meus dedos, tentando calcular quando seria a próxima lua cheia. Me perdi tanto nos estudos, que não sabia se ela já tinha passado ou se seria na próxima noite. Respirei fundo observando-o se aproximar rapidamente da árvore centenária. Eu tinha poucos segundos para decidir se eu o seguiria por pura curiosidade, ou se eu seguiria as regras e retornaria para dentro do castelo... O Chapéu Seletor bem disse que possuo características de todas as casas, consequentemente a ''atração pelo perigo'' da Grifinória. Retirei a minha varinha das vestes e desatei a correr para o estranhamente imóvel Salgueiro Lutador, deslizando pelo alçapão abaixo de uma das grandes raízes da árvore.
O som dos meus sapatos chocando-se contra as pedras do túnel não ecoou, graças ao Feitiço do Silêncio. Não poderia correr o risco de ser pega antes de descobrir o que estava acontecendo. Meus dentes deslizaram sobre meu lábio inferior enquanto avaliava aquela passagem estreita e úmida : havia uma descida com uma grande inclinação e se seguia a perder de vista na escuridão. Esperei que Remus aparecesse, já ciente da minha perseguição. Contudo, eu apenas ouvi o gotejar ao longe.
— Lumus! — Tomei fôlego e apressei os passos até a outra extremidade do túnel, bem consciente de onde eu sairia.
***
"O sol havia me abandonado cedo naquele dia, e eu precisei correr para não perder a pouca iluminação que ainda tinha. O que era bom de muitas maneiras, já que me encontrava a passos de desistir daquela aventura insana. Sirius adorava um mistério e uma boa aventura, mas cada passo mais próximo d'A Casa dos Gritos, eu questionava se não havia passado dos limites.
O vento frio parecia gritar nos meus ouvidos para que eu voltasse correndo. Mas prometi a Sirius que iria, e eu cumpriria a minha promessa. Mesmo que as chances de infartar antes de tocar na madeira desgastada daquela casa fossem exorbitantes.
