𝓝𝓪𝓽𝓾𝓻𝓪𝓵𝓶𝓮𝓷𝓽𝓮

Chapter 39

Babi ON

Estamos no táxi, indo para o aeroporto. Eu estou inquieta; nervosa e ansiosa. Minhas pernas balançam duas vezes mais rápido que o ritmo da música que tocava no rádio. Permaneço fitando a janela e observando as ruas, como se eu fosse turista na cidade. Acredite se quiser, é a primeira vez depois de 17 anos que vou andar de avião, sinto meu coração pulsando na garganta. Respiro fundo.
Ele percebe minha inquietação e segura minha mão, encaro seu rosto e sorrio fraco. Seu polegar acaricia minha mão até chegarmos no aeroporto.
Descemos do carro e pegamos nossas malas no bagageiro.
Entramos e, com muita paciência da parte dele e pouca da minha, conseguimos despachar as malas, apresentar as passagens, esperar a chamada do vôo e entrar no portão de embarque, estamos na fila específicamente.
Entramos dentro do avião, nossas poltronas são as primeiras da fileira esquerda. Me sinto aliviada por tudo ter dado certo até esse exato momento. Em poucos minutos o avião irá decolar e, tento parecer estável. Victor segura minha mão, rindo, claramente meu medo está muito explícito.

- É a primeira vez que te vejo tão tensa assim, Babi. Ele fala rindo.

- Relaxa, o máximo que pode acontecer é o avião cair e todo mundo morrer. Falo baixo.

O encaro séria. Ele segura o riso.

- O avião não vai cair, meu bem. Ele beija meu rosto e sorri pra mim.
Sorrio de volta e respiro fundo olhando em diração a janela.
Ele vira delicadamente meu rosto em sua direção.

- E se cair, antes de todo mundo aqui morrer, quero que saiba uma coisa.

Fico em silêncio, somente o encarando.

- Que eu amo você.

Meu corpo congelou. Ele disse que me ama.
É a primeira vez que ele diz isso.
Por um momento me esqueci do nervosismo.
Pode parecer besteira, mas pra mim, o peso de dizer a alguém que você ama ela, é imenso. Amor, amor é diferente de paixão. 
Ele permanece me encarando e, num ato de delicadeza, beija minha testa.
Se afasta sorrindo e da um peteleco na minha testa

- Ei, ta tudo bem. No seu tempo, amor.

Silêncio.

"- Senhores passageiros, aqui quem fala é o comandante..."

Me desliguei completamente de tudo, de todos. Pensar muito assim, é um defeito, torturante.
Balanço a cabeça.
Preciso focar no agora, curtir a viagem e aproveitar todos os momentos com ele.