Pisquei os olhos agradecendo por estar de óculos de sol e que ele não pudesse ver o quão nervosa havia ficado com aquela voz rouca outra vez.
Respirei fundo retomando o ar e apenas sorri pensando que isso ajudaria a acalmar-me.
- Algum - foi apenas isso que consegui falar, e então desviei voltando a atenção para o caminho que precisava fazer até chegar ao rapaz que esperava. - Bom, preciso ir agora - falei vendo que Dylan me acenava ao longe.
- Na verdade Anne..
Ele não teve tempo de terminar a frase porque eu já havia entrado no estabelecimento.
Agradeci por ele não ter escolhido uma mesa tao longe da porta no exato momento em que me sentei na cadeira.
Não contava ver ele logo ali, mas não foi surpresa de todo. Era o café em que costumávamos ir quando andávamos na escola. Ficava perto e o preço era acessível até demais para as delícias que ali serviam.
- Até que não demoraste muito - falou conferindo o relógio - pensei que ias ficar mais um tempo ali espetada a olhar para ele. E creio que por baixo dos óculos esses olhos ainda piscaram algumas vezes não ? - falou apoiando o cotovelo na mão e a cabeça na mesma por sua vez.
- Mudemos de assunto, se não te for pedir muito. - falei encarando o meu pedido na mesa.
- Eles ainda demoram muito? - perguntei vendo que Dy já tinha feito o pedido dos meninos.
- Não. Mas ainda falta um bolinho que eu pedi.
Apenas acenei com a cabeça olhando para as minhas mãos sobre as pernas.
- Ah, Anne? - falou chamando a minha atenção de modo que eu olhasse para ele com uma interrogação no meu rosto. - Não te quero assustar mas talvez estava a querer assustar, mas o Haroldo ainda está a olhar para ti.
- Desde quando ? - Falei acabando por pensar que ele apenas me olhava agora para saber se continuava a falar ou se ignorava.
- Desde que o deixaste a falar, e é algo que considero estúpido da tua parte no caso da falta de educação, mas isso tu tens de sobra em relação a ele com todo o teu direito mas ele é o Big Boss.
- Fora daquele espaço ele é um ser humano normal. Como nós. - falei dando de ombros no caso.
- Pensa nisso, porque ele está a vir para cá neste exato momento. Então, boa sorte.
" o quê?!". Foi tudo aquilo que consegui dizer.
- Até quando isso? - falou uma voz rouca o que me fez ficar ainda mais nervosa.
- Como é? - falei surpresa pela rapidez. Imaginado que com aquelas pernas era normal ele chegar tao perto.
- Porque ainda evitas o meu contato. Tens motivos para isso? Seremos colegas de trabalho no futuro e nem assim podemos falar ? - falou bem calmo.
Mais calmo que o costume dele na verdade.
- Eu te evitei quando? Não me digas que estavas a falar. Desculpa, realmente eu não dei conta disso. Eu estava a ver o meu colega e nem dei conta que tinhas dito algo após eu ter terminado de falar. - falei tentando estar calma ao mesmo nível que ele.
- Hum, tudo bem. Olha, outra coisa. - falou sentando-se do meu lado - Desculpa me sentar mas aproveitando já eu queria pedir algo.
- O quê? - questionei surpresa na verdade como ele continuava calmo. Algo que não era normal nele.
- Amanhã, vem ter a esta morada. - falou pegando num papel e rabiscando enquanto falava - Prefiro que acompanhes o horário completo. Depois eu explico o porquê.
- Ok, eu creio. Mas a que horário? - Eu estranhei quando reconheci a rua no papel, porque pensei que ele fosse pedir para ir ter mais cedo ao escritório mas essa rua apenas tinha casas.
- 7 em ponto se não for muito complicado para ti. - falou sincero. - Aproveito e te deixo a par dos meus horários.
- Dos teus horários ? - desta vez foi o outro rapaz que estranhou toda aquela situação. - Essa não é a tua morada? - falou pegando no papel. - E este número ?
- Sim é. E ela entenderá que número é. Falou assim que terminou de arrancar o papel das mãos dele.
Por um momento se concentrou em olhar o meu amigo e como se não o conhecesse rezei para que ele não fosse áspero como era o costume no tempo de escola - Talvez fosse bom que apenas ficasses pela contabilidade. Terias muito mais a ganhar, acredita.
Meu amigo fez menção de responder mas nesse momento a moça do balcão chamou por ele. Algo que eu agradeci.
Harry olhou para mim, como se sorrisse satisfeito. Que nem uma criança quando ganha algo.
Ele olhou de novo para Dylan e assim que confirmou que ele estava longe voltou a sua atenção para mim.
Aproximou-se do meu ouvido e eu senti-me arrepiar por inteira - É o número da senha da porta. Acho que o reconheces rápido. Te espero lá.
#NarradorOn
A moça engoliu em seco rezando que ele não desse por conta disso acontecer.
Parecia que estava a delirar e agradeceu por não ter nada na boca ou estar a beber quando ele falou aquilo.
Não teria sido uma cena muito bonita na verdade.
Harry se levantou deixando o vislumbre de um sorriso maior no rosto, novamente vitorioso.
Saiu do mesmo jeito que havia entrado e quando o amigo chegou na mesa fez de tudo para que ele não notasse nada.
- Antes que eles venham me diz, o que ele falou quando saí? - falou o rapaz olhando para a mesa e começando a organizar os pratos de modo que não mostrasse que estava com receio da resposta da amiga.
- Nada demais. Apenas confirmou o que eu suspeitava em relação ao número. - Falou novamente engolindo em seco.
- Que número? - falou uma voz atrás de mim logo após de uns braços me rodearem os ombros.
@MarihMariana
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Made With Love
Фанфик" - Bem, está saudável. O batimento cardíaco é bem rápido mas é normal também. Só tem algo especial nela. " Receber esta notícia nunca é fácil. E agora tem um tesouro em suas mãos. Tesouro achava ela, mal sabia que o menino que lhe ia ensinar tam...