O Reino de Arret

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Em Arret, há tempos não se via um único homem pisando o manto de Aequum

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Em Arret, há tempos não se via um único homem pisando o manto de Aequum. Eles foram sugados, um a um, em covas instantaneamente abertas à medida em que se tornou hábito o desrespeito com suas parceiras. Nada poderia ser omitido desse julgo sábio, que trazia equilibro ao mundo mágico e, por isso, eles não mais existiam.

Logo, as mulheres passaram a ser as únicas representantes da raça humana, pois só essa espécie sofrera tal penalidade, já que demonstrava propagar esse mal aos seus, bem como, aos que com eles conviviam. 

A femina, que agora respondia por todas, era a gestora dessa nova era. E, ao se verem livres de seus algozes, a euforia fora imediata, principalmente com a liberdade alcançada. Nenhuma outra medida preventiva precisou ser tomada, pois a vida passou a ser como aparentemente deveria, fluindo em harmonia.

Mas a lei régia, que sobre todos impera, estava gravada no alicerce do convívio hegemônico estabelecido para os que ali viviam.

"A verdadeira magia flui com justiça.

Nenhum ser estará imune a ela.

O que estiver em sua essência,

Aequum sente.

E, quem desrespeitá-la,

Voltará ao ventre.

O equilíbrio é a busca

Por respeito, amor e prosperidade,

A todos os seres que aqui habitarem."

Entretanto, para a Fada Rainha Aine, algo parecia estar errado, afinal, todos os representantes daquele mundo contavam, por excelência, com o seu par, não apenas para perpetuarem-se, mas com o intuito de complementarem-se, evoluírem e prosperarem, mesmo diante das diferenças nítidas no pensar, agir e sentir, sendo esse elo emocional forte o suficiente para estabelecer conexões superiores, mesmo nas adversidades que pudessem surgir.  

E, para garantir essa hegemonia, só era permitido o relacionamento entre seres afins, portanto, nenhuma fêmea humana poderia se envolver com um macho de nenhuma outra forma viva do reino. Para tanto, um encanto lhes fora imposto, portanto, nenhum relacionamento vingaria se não fosse com um exímio representante de sua genus original. 

Foi com esse intuito que Aine, soberana da luz, fertilidade e amor, procurou Lithil, a soberana humana para as questões de igualdade, com o intuito de questioná-la sobre o que essa ausência havia proporcionado.

— Obrigada, Lithil, por me receber.

— Você é mais que uma fada rainha para mim, Aine. Foi você que me ajudou a enxergar as novas prioridades do meu povo a partir dos eventos que mudaram a nossa trajetória nesse reino.

— Sim, minha querida Lithil. E é por esse motivo que estou novamente aqui.

— O que você viu em nosso futuro, Aine, para lhe trazer com tanta urgência em minha residência?

Best Seller Brasil 2020Where stories live. Discover now