Um domingo do balacobaco (parte 2)

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O horário escolhido previamente por Loki foi onze horas da noite. Então até chegar o momento certo ele fez questão de dançar com bastantes companhias, dando uma especial atenção a pretendente a noiva que pertencia ao clã nobre das sereias. Sif, a sereia em questão, era uma possível herdeira de uma multinacional de petróleo e gás que Nal parecia muito interessada em adquirir, já que sempre que estavam próximos ela não afastava o olhar de cima.

O mais engraçado, no entanto, era a cara de visível desgosto que Sif dedicava a Loki, deixando claro que se tinha alguma coisa que ela queria menos em sua vida era casar com o primogênito Vasilien. Decidindo parar de irritar a jovem com a sua presença, Loki retirou-se com a desculpa de que iria respirar um pouco de ar puro. Nesse momento seus tios arranjaram um microfone de algum dos cantores da noite e resolveram prestar um longo discurso em homenagem ao aniversário de Ciprian. Era tudo o que Loki precisava para ter uma conversinha discreta com Thor, que estivera circulando o salão com o máximo de discrição que um cara alto, loiro e boa-pinta podia oferecer.

— O que foi aquilo com sua mãe? — Thor já foi perguntando mal Loki tinha se aproximado o suficiente para conversarem aos sussurros.

Agora não, Thor. Mais importante, você deixou tudo como estava no desenho que te dei?

O loiro girou os olhos e assentiu.

— Bem, então quando o discurso e toda comoção ao redor do meu pai abaixar um pouco, nós entramos em ação.

Novamente Thor assentiu, apesar de Loki achar ter visto uma leve expressão de receio em seu rosto. Pensou em perguntar, mas a qualquer momento sua mãe poderia avistá-los e começar a se questionar o porquê dessa interação. Por isso explicou em poucas palavras como seria o sinal para que ele se aproximasse quando fosse a hora e saiu de perto de Thor, aproveitando para dar umas voltas antes de se aproximar de onde seus tios faziam o discurso vergonhoso.

Quase ninguém mais estava usando as máscaras tão belamente adornadas, então Loki podia identificar sem problema alguns rostos que tinham lhe passado despercebidos antes. A verdade era que em meia hora de festa muitas pessoas já estavam retirando o bendito adereço por ser incômodo e as vezes causar certa coceira. Somente Nal, Ciprian e uma ínfima quantidade de pessoas que queriam bajular a matriarca ainda estavam mascarados.

— ... Ciprian não é de deixar escapar coisas sobre si, mas lembro que no casamento dele com Nal, ó Nal Vasilien estava tão linda e tão mortal naquele dia... Lembro que te vi pelos cantos conversando com um... — a fala do homem perceptivelmente bêbado foi interrompida por um segurança que retirou o microfone da mão dele de súbito.

Ao longe Loki percebeu sua mãe gesticular ordens para que outro segurança acompanhasse o irmão alcoolizado de Ciprian para tomar um ar do lado de fora, ou talvez para lhe dar alguns castigos benevolentes pelo tanto de idiotices que ele tinha soltado ali. Era a chance que precisava e quando o microfone estava prestes a ser entregue de volta ao cantor, Loki tomou-o para si.

Sorriu para a plateia preenchida de gente da nobreza e derivados, tentando imaginar o que devia estar passando na cabeça de seus pais agora.

— Como bem sabem, hoje além da comemoração do aniversário do meu pai, também será a noite onde escolherei alguém para passar o resto da vida ao meu lado. — deslizou o olhar pelos convidados, demorando-se em Sif de propósito. Um burburinho, provavelmente causado pelos apostadores, instaurou-se ao fundo. — Tive o prazer de estar em presença das mais belas e excelentes companhias neste dia dos namorados. Obrigado, mãe, pela adorável ideia. Não imaginava que teria tantas damas interessantes ao meu redor, então estive bem satisfeito durante todo o decorrer do dia. Infelizmente, preciso fazer uma escolha. E não se enganem ao achar que não sofri muito ao escolher apenas uma de vocês.

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