°•.•°•Mabel on•°•.•°
Lá estava eu. Deitada no banco de um carro de cor negra como a morte, a chorar em silêncio, toda encolhida.
Por vezes olhava pelo vidro do carro para tentar descobrir onde eu estava, mas só via pinheiros. Muitos pinheiros. Ele estava a conduzir para o meio dos pinhais? Mas nunca parava, nem olhava para trás. Estava sempre de olhar fixado na estrada, um olhar sério e determinado.Onde estaria eu? O que ele me fará? Eu já estava a cair em mim. Irei morrer tenho a plena certeza. A morte estava sentada ao meu lado, no banco de couro desgasto do carro, há espera de me poder tocar para me tirar a vida, que fora tão curta. E é claro, o meu ceifador, ajudante da própria morte, sentado ao volante. A conduzir silenciosamente e calmamente, por meio de pinhais. Eu suava frio e chorava, chorava, chorava.
Ele parara no meio do caminho, para me amarrar com cordas, nos meus pulsos e pernas.
-Isto é para o teu bem, Mabelzinha.-dizia ele, depositando um beijo pegajoso, na minha testa.
Ficara apenas encolhida, apertada, a chorar, chorar, chorar, no total silêncio.
Tentava relembrar-me dos rostos de todos que mais amava para não os esquecer. E de todos os momentos da minha vida. A mesma estaria-me a passar há frente das minhas pupilas. Estava assustada? É claro que sim. Com medo da morte?Também. Mas tentei enfrentar isso com cabeça, tronco e membros. Porquê que eu só me meto em alhadas e problemas? Eu queria que esta viajem a Gravity Falls fosse surpreendente, para o lado bom, não de sequestros, estupros, demónios e etc.
Pobre Bill...o que ele estará a sentir a agora? O que a minha família estará a pensar e sentir agora? Estarão todos preocupados ou em desespero? Provavelmente.
Toda aquela felicidade por vir para esta cidade, deu nisto. Em eu ser sequestrada, por um homem doido por mim desde a infância. Atada, de boca tapada e toda encolhida no banco de trás num carro negro, velho, de bancos de couro desgastos e manchados, de alguns vidros rachados e de tapetes sujos, que era do mesmo homem doido!
Fora uma viagem desconfortável e silenciosa, de clima tenso e pesado. Digno de dramas de teatro ou de cinema. Até que senti o carro parar, fazendo-o chiar mal se saísse do mesmo. Ele em passadas largas e pesadas, dirigiu-se até há minha porta, abrindo-a bruscamente e carregando-me nos braços como se eu fosse apenas uma mala. Eu bem tentei contorcer-me ou mexer-me e remexer-me, para poder fugir mas nada. Eu ficara imóvel no seu regaço, enquanto ele se dirigia em passos solenes e pesados para uma casa, no meio de um dos inúmeros pinhais que tínhamos passado.
-Vais gostar da minha companhia, Mabelzinha. Isso tenho a certeza. Não haverá ninguém para nos impedir de estarmos juntos nem de vivermos o nosso amor. Ai docinho de pêssego, esperei tantos anos por ti, nunca deixei de te amar. Contava todos os dias que fiquem sem ti. Foram aproximadamente 2 922 dias. Mesmo que no início, o teu "querido" irmão tenha intervido, eu nunca desisti de construir uma vida contigo!-afirmou o meu carrasco, com um sorriso de orelha a orelha, num tom vitorioso, simplesmente mantive-me calada.
Em cada passo que ele dava, ficávamos cada vez mais próximos daquela pequena casa. Até entrarmos na mesma. Ele abriu a porta com um braço, e fez-nos entrar dentro da moradia como um casal após o casamento. Mas a diferença era que ele era o único feliz, eu estava totalmente aterrorizada. Olhou em volta, e decidiu dirigir-se a uma das divisões da casa. Passou a cozinha e entrou numa pequena saleta, sentando-se num cadeirão comigo no colo, fazendo com que o mesmo se queixasse com um chiado, por conta do peso que continha sobre ele. A sala estava na plena escuridão, apenas iluminada pela pouca luz que entrava na clarabóia, sobre a sua cabeça. Já estava quase noite. Olhando em volta da sala, via móveis desgastou ou arranhados, uma salamandra negra e circular, num dos cantos da divisão, nenhuma janela, tapetes de cor branca (que teria ficado cinzenta pela sujidade) e uma televisão plasma encostada a uma parede. Aquela sala fria, não me recordava da casa dos Gleeful. Não era a casa da família dele. O que seria feito daquela casa? Será que ficou ao total abandono? Ou aconteceu algo com a casa? Ou com a família dele? O que será que aconteceu?
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O Amor Não É Uma Coisa Impossível
FanfictionDepois de muitos anos, a Mabel e o Dipper (já adultos), decidem voltar a Gravity Falls. Para reecontrarem-se com os seus tios avôs e seus amigos. Mas a Mabel, reencontrou alguém, que ela nem sabe que essa "pessoa" mudará a sua vida completamente. (*...