Pertencendo

87 9 0
                                    


As dúvidas sobre tudo que acontecia vagavam na mente do mais velho, porque, para ele, nada mais estava tendo lógica. Nunca cogitou a hipótese de repetir um caso com um rapaz, e que dessa vez não fosse nada menos que ótimo. Em seu âmago, um ser denominado por culpa lhe acenava, mas era como se estivesse cego para percebê-lo, onde a única coisa que pudesse ver seria o homem à sua frente, que lhe beijava como se não houvesse amanhã.

Suas relutâncias estavam amassadas no chão, debaixo de um enorme peso, consequentemente o assimilando como um humano ligado somente aos impulsos. Com os dedos mergulhados nos fios loiros do jovem, partilhava de um trocar de salivas que lhe retiravam de órbita. Com certeza se importaria se acaso Hyun quisesse comandar o beijo, só que com Jackson as coisas não estavam sendo dessa forma; pelo contrário.

Nunca gostou tanto de ter mãos possessas em sua cintura e de ser pressionado contra uma parede. O Jackson deveria conter 'fervor' em seu sobrenome, porque isso seria totalmente jus. Apenas o calor corporal e sua língua já faziam todo o trabalho de lhe desestruturar por completo, e isso... Não era nada demais em sua concepção. Por isso pensou estar parecendo um virgem comum com seus dezessete anos. E de certa forma, se irritou.

Por isso forçou-os a trocar de posição, batendo então as costas do Wang na superfície já não tão gélida quanto deveria. Em nenhum momento descolaram seus lábios, constantemente compartilhando de ofegos baixinhos, de selinhos e mordidinhas. Tudo, infelizmente, estava agradando absurdamente o Tuan, e bem, isso o assustava.

Pensou que poderia se impor diante àquele, entretanto ele mostrou que não haveria outro dominante do que ele próprio naquela noite. E por mais que não quisesse assumir, Mark se tratava sim de um virgem comum quando seu par era um garoto.

Os toques de mãos grandes, seu dedilhar por áreas que não continham a delicadeza feminina, o roçar de troncos lisos, o aroma peculiar: tudo era novo para o americano. Só aparentava ser muito melhor, e comprovou isso à medida que a boca quente do chinês alcançou seu pescoço para beijá-lo e sugar a tez, até aquele instante, sem manchas.

Era como se começasse a flutuar ou dissipar-se, pois um completo branco tomava sua mente. Reconhecia aquele ponto fraco, sabia que se entregaria ao rapaz caso ele maltratasse aquela área, e era exatamente isso que estava acontecendo. Sequer notou seu corpo amolecido, sustentado pelas mãos do Wang, enquanto sua boca se abria para soltar sua respiração rasa e possíveis murmúrios prazerosos.

Onde estaria seu orgulho para lhe ajudar naquelas situações? Talvez o calor do momento já tivesse o engolido há tempos. Tudo sendo ocasionado exatamente por um mero chinês que gosta de dançar. A história era mesquinha demais? Um simples fotógrafo como ele, que somente existia remoendo a morte de sua noiva, entregando-se a um outro homem (mais novo) do qual tinha muito mais responsabilidades e masculinidade? Para Mark, aquilo era ridículo.

Porém, esqueceu-se do próprio nome com a sugada que recebeu no lóbulo direito, sendo presenteado com um olhar felino que avaliava sua expressão antecedendo um ataque feroz aos seus lábios. Sem dar-se conta, fora parar outra vez encostado à parede, mas que agora não reclamou, deixando-se levar pelas carícias que aquele rapaz estava tão disposto a lhe dar.

Sobressaltou ao sentir duas palmas pesadas em suas nádegas, porém antes que pudesse proferir algo lógico, foi obrigado a prender um gemido em sua garganta pelo aperto que recebera. Era inesperado ser alvo daqueles toques que acabavam sendo tão prazerosos. Mas as coisas não cessaram por ali, porque claro, Jackson não poderia perder a oportunidade de apreciar glúteos tão gostosinhos. Pensando nisso, não conteve sua vontade e meteu as mãos dentro do moletom e da cueca do mais velho, enlouquecendo-se um pouco mais com a carne macia.

Aroma do Passado | marksonOnde histórias criam vida. Descubra agora