IMPROBRUS ILLE

Vestígios - Part I

Polícial Nense Walkeer

Estávamos todos na sala, a tia de Dylan, Mary, tentava deixar as coisas mais amenas com uma conversa fiada sobre a época da escola. Eu fingia algum riso de vez em quando, mas por mais que eu tentasse não transparecer nervosismo, não conseguia tirar os olhos da porta torcendo para que Dylan não tivesse feito nenhuma burrice.

— Já está ficando tarde, acho melhor eu ir atrás dele — Quando me levantei, Mary se levantou juntou.

— Você acha que pode ter acontecido alguma coisa? — Me perguntou com a voz carregada de preocupação.

— Meu receio é que ele tenha...

Dylan entrou em casa, encharcado por causa da chuva que começou a cair lá fora.

— O que houve? Alguma notícia de Spencer? — Ele perguntou aflito.

— Onde você estava, porque não atendeu o celular? Olha como você está todo molhado — Mary passava as mãos pelos cabelos de Dylan em desespero.

— Me desculpa, tia Mary. Perdi a noção do tempo.

Ele parecia calmo, respirei aliviada por isso, mas como ele pôde ser tão irresponsável com tudo o que estava acontecendo?

— Garoto, você não pode desaparecer desse jeito, principalmente agora. — Esbravejei.

— Mas que droga, eu não aguento mais isso — Brandom, que estava cochilando no sofá, se levantou em um impulso — O que está acontecendo? Porque estamos aqui, Nense?

— Descobriu quem é a outra pessoa? — Dylan perguntou me fazendo ignorar a pergunta do outro rapaz.

— Alguém pode me explicar o que tá acontecendo? — Brandom me interrompeu antes mesmo que eu começasse a falar.

— Bom, como Dylan já sabe, foi indentificado outro DNA humano junto ao sangue de Spencer encontrado na floresta. — Percebi Brandom se preparando pra falar — Antes que pergunte de quem é, nosso sistema não encontrou nada no nosso banco de dados — O garoto me olhou confuso tentando processar a informação.

— Como assim? — Dylan perguntou já alterando a voz — Voltamos a estaca zero, então?!

— Eu sei que tudo isso é novo para vocês, mas precisam entender que as coisas são bem mais complicadas... — Respirei fundo e me sentei na poltrona que estava atrás de mim — O exame de DNA é divido em três partes: primeiro, comparamos com algumas amostras da própria vítima, para que tenhamos certeza de que ela realmente  esteve naquele local. Depois nosso sistema faz uma varredura nos bancos de dados para que possamos descartar a possibilidade de ter sido alguém que já possui uma ficha criminal, porém, quando essa varredura não encontra alguém compatível passamos para a terceira parte, que é comparar a amostra encontrada com o DNA dos possíveis suspeitos...

— Então você está aqui porque acha que somos suspeitos!? — Brandom perguntou, sarcástico, enquanto esfregava uma mão na outra.

— Muito pelo contrário, eu estou aqui porque acredito que vocês não fariam algo contra Spencer, e que precisam tomar cuidado. Eu não sou a única envolvida nesse caso, e existe gente que fará de tudo para encerrar isso.

— O que você está querendo dizer, Nense? Tem alguem tentando incriminar os garotos?  — Mary perguntou sentando ao lado de Brandom no sofá, assustada.

— Vocês devem se lembrar de Hobby — Os meninos negaram — Ele era um dos responsáveis por seus depoimentos...

— O que tem um bigode? — Brandom perguntou e eu assenti — Ele me dá calafrios.