Tudo estava escuro, estava perdendo a cabeça, eu não sabia aonde estava, era uma sala? Um quarto ? Uma floresta? Não fazia ideia, quando ouço uma voz me chamando:
- Hey, Anna, por aqui, vem, por aqui.
Essa voz... me parecia familiar, eu conhecia essa voz...
- Quem ta falando? - pergunto, olhando para todos os lados.
- Você não lembra de mim Anna?Vai... Não se passou nem 2 anos amor, vem, me segue, se junte a mim, não era para ser ao contrario? Eu ai e você aqui?
- Sarah? Sarah, é você? - De novo não, por favor - Estou sonhando, isso é apenas um sonho - disse, pondo minha cabeça entre meus braços - SAI DA MINHA CABEÇA SARAH, NÃO FOI CULPA MINHA, NÃO FOI CULPA MINHA.
Comecei a correr tentando achar algum lugar para me esconder, algum lugar que eu me sentisse segura. Continuei correndo na escuridão em busca de algo, e sem sucesso, parei e cai de joelhos no chão escuro. Começei a gritar, fechei os olhos com as mãos no rosto segurando fortimente meu cabelo, lagrimas começaram a cair em meu rosto. Então, entrei em dessespero puro.
Passado um tempo, meus olhos já estavam secos, meu cabelo totalmente bagunçado e meus joelhos já estavam doendo. Abro meus olhos lentamente e percebo que estou no quintal da minha casa, olho em volta e parecia natal. Eu conhecia aquela cena, tentei vasculhar em minha memoria, '' ah não, não posso estar aqui, tudo, menos aqui '', me levantei lentamente e comecei a andar em volta.
Aquele lugar duia, aquela lembrança que eu queria tanto esquecer, eu lembrava direitinho, o jantar de natal, a mesa preparada, meu pai chegando em casa e dando um abraço em mim e em minha irmã, estava tudo perfeito, eu não estava esperando o que ia acontecer em poucos instantes, aquilo iria se transformar em um verdadeiro caos.
- Você se lembra direitinho, não é maninha? - ouço Sarah em meu ouvido, viro para ver aonde ela está, porém ela não está em nenhum lugar
- Estou na sua mente flor
- Sarah, sai da minha cabeça. - grito
- Você sabe que foi tudo sua culpa né?
- não foi minha culpa Sarah, não foi eu que invadi a casa.
- Quem devia ter lembrado de trancar a porta ? Não era eu.
- Você sabe muito bem que foi sem querer, se eu podesse voltar no tempo eu teria trancado aquela maldita porta, você sabe disse, por favor Sarah, me perdo-a
À esse ponto já estava chorando, estava desesperada, não era a primeira vez que isso acontecia. Novamente me vejo correndo para longe, mas a paissagem não mudava, eu corria e corria e acabava parando na casa, na mesma casa, tentava de novo, e corria, corria, corria e nada adiantava, estava ficando louca.
- Não adianta fugir Baby
- SARAH ME DESCULPA - grito desesperadamente
Tento correr em alguma direção diferente, porem novamente, tentativa falhada e acabo parando no mesmo lugar de antes, na mesma casa, na mesma época. Começo a gritar, um grito que estava me sufocando, um grito de agonia, uma agonia tão, mas tão grande, que deixaria qualquer um em volta atordoado, eu estava chorando, gritando, eu estava ficando doida.
Caiu no chão e começo ouvir um sussurro, que começa a ficar cada vez mais claro.
- Filha, acorda, filha
- Mãe? Mãe é você?
Paro o que estou fazendo e começo a olhar em volta, olho para cima, para o céu acizentado, quando vejo uma pequena bolinha branca no céu que foi aumentando, e aumentando, ate que tomou conta da minha visão e da minha audição, aquela voz começou a ficar mais clara e mais ''concreta ''.
- Filha, você está bem?
Abro os meus olhos para a realidade e só então percebo o quanto estava suando e meus olhos estavam com lagrimas. Olho para minha mãe que estava sentada em minha cama, em meus pés.
- Sonhou com ela de novo querida ?
Apenas balanço a cabeça e caiu no choro, como havia acontecido dês do dia que Sarah avia morrido.
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Como Pássaros
Romansa- ai meu deus, era você o tempo todo ? - Eu o olhava com cara de indignação, não podia ser ele - Que foi Anna? Não está feliz em me ver?- diz ele com um sorriso malicioso nos lábios - Sai de perto de mim - Digo, olhando para a arma em sua mão - Não...