Capítulo 1 - O Medalhão

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- Harry!

Fechando a porta do carro, Harry se virou e viu Mundungo Fletcher caminhando em direção a ele, carregando uma mala antiga.

- Apenas fazendo a oferta de um homem morto. - disse Mundungus, e jogou a mala nos pés de Harry. - Você sabe que eu estava apenas tentando ganhar a vida, não é?

- Sim claro. - disse Harry, embora não quisesse dizer isso. Ele olhou para o tio Vernon, que estava ficando com um tom escuro de púrpura. - Você deveria ir agora.

- Certo certo. - Mundungo lançou um olhar desamparado para a mala e depois voltou para o caminho que ele percorria. - Até mais Harry!

- Olha. - Harry disse antes de tio Vernon poder abrir a boca. - Eu estarei aqui por duas semanas, e então você nunca mais terá que me ver novamente. Então, podemos continuar sem os gritos e as acusações?

Tio Vernon bufou, seu queixo tremendo e então marchou para dentro da casa, com as chaves do carro tilintando na mão. Suspirando, Harry conseguiu pegar o baú a gaiola de Hedwiges e a mala, e ele os arrastou para o quarto.

♠ • • • ♣ • • • ♠ • • • ♣

Mais tarde naquela noite, quando os Dursleys já tinham ido dormir, Harry estava sentado no chão do quarto a mala aberta na frente dele. Ele encontrou principalmente prataria, todos marcados com o brasão da família Black. Ele examinou cada peça com cuidado, e pensou em Sirius e no pouco tempo que passaram juntos no Largo Grimmauld. Não doía muito mais se lembrar de Sirius, mas Harry ainda desejava poder escrever para ele pelo menos mais uma vez e pedir seu conselho sobre a missão que ele faria em breve.

E então ele viu algo dourado no canto da mala.

Harry estendeu a mão e encontrou uma corrente fina de ouro, e quando ele puxou, um medalhão de ouro brilhante surgiu.

Ofegando Harry soltou o medalhão que caiu no chão com um tilintar suave. Ele reconheceu a serpentina em forma de S instantaneamente ele tinha visto algumas vezes nas memórias que Dumbledore havia lhe mostrado naquele ano.

Era o medalhão de Slytherin, o único que a mãe de Voldemort usou uma vez e vendeu para Borgin e Burkes. Era o medalhão que Voldemort havia roubado de Hepzibah Smith.

Era uma das Horcruxes de Voldemort.

Sem pensar nisso, Harry agarrou a corrente e correu para fora do seu quarto e desceu as escadas. Ele correu pela cozinha, saiu pela porta e entrou no quintal para o galpão de ferramentas do tio Vernon. Lá dentro, ele ligou a pequena lâmpada pendurada no teto de madeira e pegou o martelo na caixa de ferramentas.

Jogando o medalhão na bancada, Harry ergueu o martelo e bateu nele.

Nada aconteceu.

Era como se o martelo não tivesse sequer tocado no medalhão de ouro.

Harry tentou de novo e de novo, mas não importava o quanto ele derrubasse o martelo, não tocaria no medalhão. Harry jogou o medalhão no chão e tentou pisar nele com o pé. Mais uma vez nada aconteceu.

- Porra - Harry suspirou. Ele queria pegar sua varinha para tentar amaldiçoar o medalhão, mas então se lembrou que ainda não tinha dezessete anos. E ele realmente não precisava de outra investigação do Ministério por fazer mágica sendo menor de idade.

Olhando para o medalhão, Harry desejou que ele não tivesse dito a Ron e Hermione para irem para casa durante as duas semanas em que ele ficaria no Dursleys. Parecia um bom plano na época, dar aos amigos uma chance de alcançar suas próprias famílias antes de se juntarem a Harry em sua nova missão. Afinal, enquanto Harry estava preso nos Dursleys, ele não esperava precisar da ajuda deles.

Alma FragmentadaOnde histórias criam vida. Descubra agora