a provocação

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Essa aposta com tá me deixando maluco.
Além de eu estar perdendo minhas preciosas horas de sono revisando de novo e de novo as disciplinas, agora eu também tenho que aturar o Seungcheol me encarando como se quisesse me comer vivo.
E de fato ele quer mesmo.

Não posso julgar por ele ter bom gosto, eu sou mesmo uma delícia.
Mas que saco, depois de anos me odiando ele resolve que do nada vai me desejar loucamente, a ponto de ficar me secando em público em toda oportunidade que tem?

Se eu não o odiasse provavelmente já teria frequentado o colo dele há muito tempo, eu tenho olhos, eu sei que ele é gostoso.
E o jeito que ele me olha ultimamente me deixa... quente, sabe?
Inferno de hormônios que não podem ver um homem bonito.

Eu estava cuidando da minha vida, pegando um livro no meu armário quando eu senti alguém apertando a minha cintura. Juro que senti a fraqueza da morte naquele momento e deixei meu livro cair no chão.
Não me julgue, faz um tempinho que eu não recebo um aperto gostosinho assim.

- Se eu te deixo assim só com um aperto na cintura, imagina quando eu estiver te fodendo. - Seungcheol sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar inteiro.

Ok, eu provavelmente vou morrer se esse homem me foder, mas ele não precisa saber disso.
Tirei a mão dele da minha cintura rapidamente, juntei meu livro e bati com ele na cabeça do Seungcheol.

- Sai de perto de mim, embuste! - E saí andando/correndo para a minha próxima aula.

Eu não diria que eu fugi, eu diria que coincidentemente saí muito apressado do local.

[•••]

Parece que brotar do nada para apertar minha cintura virou hobby do Seungcheol.
Se eu me distraio por um segundo sequer, ele dá um jeito de encostar em mim.

Além de apertar minha cintura, ele acha super bacana sentar colado em mim no almoço, ou passar a mão na minha perna durante a aula, fingindo ter uma dúvida.
Fora quando ele sussurra no meu ouvido o quanto eu estou bonito, ou o quanto a calça que estou usando realça a minha bunda.

E o meu corpo me odeia, então ele está amando todas as interações que tem com Seungcheol. Fico arrepiado, corado e já tive até uma ereção bem constrangedora no meio da aula de química.
Corri para o banheiro para poder me aliviar - não estou orgulhoso disso -, e aquele desgraçado apareceu do lado de fora da cabine perguntando se eu precisava de uma ajudinha. O pior é que a voz dele ajudou bastante naquele momento.
Eu sou um vencedor por não ter cedido, é isto.

Finalmente as provas começam amanhã, ele vai estar ocupado com elas e vai me deixar em paz. Oremos.

[•••]

E de fato, além de me olhar com aquele olhar de que está tentando descobrir como é o meu corpo nu, ele não se aproximou mais de mim e nem me provocou.
Isso me deixou super tranquilo e motivado para as provas, certo?

Errado!
Meu cérebro resolveu que seria uma ótima ideia começar a sonhar com o embuste.
Eu acordei quase todos os dias da semana suado e com uma gloriosa ereção. Valeu, Seungcheol.

Fora isso, meu desempenho nas provas foi impecável, como sempre. Estou bem confiante de que vou ganhar essa aposta e esfregar a vitória naquele rostinho lindo.

- Não sei porque você tá tão animado, Jeonghan. Era muito mais vantagem perder e poder usar o corpo dele. - Joshua disse durante a aula de educação física enquanto comia Seungcheol com os olhos.

Ele estava mesmo um pecado naquela regata, meus amigos, vou ter que admitir.

- Jisoo, você tá babando, se recomponha. - Seungkwan disse empurrando o ombro de Jisoo.

- Você tá babando no Hansol e eu não to falando nada! - Josh olhou irritado para o outro.

- Eu sou orgulhoso. Ele pode ser a delícia que for, mas não é o suficiente para eu aceitar uma derrota. - Dei de ombros.

Minha boca secou quando o meu olhar cruzou com o de Seungcheol e ele mordeu o lábio inferior, conferindo meu corpo de cima a baixo.
Do nada me deu vontade de fazer uns polichinelos aqui, sabe? Quem sabe dar umas voltas na quadra, queimar aquela energia extra.

[•••]

Na semana seguinte, após a entrega das notas, Seungcheol deixou um bilhete no meu armário para encontrar ele no jardim da escola no intervalo, para podermos finalizar a aposta.
Por fora eu estava bem confiante, mas por dentro eu estava me tremendo todo. Nem sou religioso, mas me vi fazendo uma oraçãozinha pra garantir, vai que ajuda né?

- Jeonghan, sempre um prazer te ver nessa calça apertada. - Seungcheol me saudou quando cheguei perto dele.

Ele estava sentado embaixo de uma árvore enquanto comia um pudim de chocolate que parecia bem gostoso. Droga, agora eu quero um.

- Vamos logo com isso, certo? - Sentei na frente dele e puxei minhas provas da mochila.

Revisamos as provas e fizemos nossas médias um na frente do outro.

- A minha média deu 9,7. - Eu disse confiante. Esse momento era muito meu.

Quando ele abriu aquele sorriso desgraçado dele eu soube que estava ferrado.

- 9,8. - Eu juro que vi minha vida passar na frente dos meus olhos naquele momento.

- QUE? - Eu arranquei as provas da mão dele e fiz as contas eu mesmo. Merda, a média tá certa mesmo.

Seungcheol se apoiou confortavelmente na árvore com o mesmo maldito sorriso.

- Na sua casa ou na minha, Hannie? - Ouvir o meu apelido ser falado naquele tom de voz, por aquela pessoa, com aquele sorriso me fez corar violentamente.

Eu abracei meus joelhos e apoiei minha testa neles, ignorando o comentário e a presença do ser humano na minha frente, o que pareceu preocupar o meu "oponente".

O que me deixava mais surpreso não era nem eu ter perdido, mas sim que eu não estava bravo ou irritado. Eu estava... ansioso?

- Jeonghan, tá tudo bem?

- Tá sim, Seungcheol. - Eu disse me levantando a cabeça para olhar pra ele - Parabéns, você venceu. - Forcei o meu melhor sorriso. - Arrase no discurso. Pode ser na sua casa mesmo, meus pais nunca saem de casa.

- Espera... você quer mesmo fazer isso? - Por que caralhos ele soou tão surpreso?

- Não tô entendendo toda essa surpresa, Seungcheol. Aposta é aposta.

- Eu não falei sério. Você acha mesmo que eu preciso fazer aposta para comer alguém, Jeonghan? - Ele deu um sorriso largo.

- Então por que você ficou me provocando? E por que me olhava daquele jeito? - Minha cabeça estava em branco, pra mim nada fazia sentido.

- Eu não falei que não queria transar com você, Hannie. - Seungcheol me olhou de cima até embaixo. - A aposta só serviu para colocar essa possibilidade na sua cabeça. Funcionou?

A merda é que funcionou totalmente. Eu caí no jogo desse desgraçado e agora eu quero muito dar pra ele.
Mas eu não precisava falar isso pra ele, então eu só ri e saí dali.

Eu tô muito ferrado!

the bet (jeongcheol)Onde histórias criam vida. Descubra agora