- 𝐁𝐢𝐥𝐥
𝙼𝚊𝚒𝚜 𝚙𝚛𝚞𝚍𝚎𝚗𝚝𝚎 𝚚𝚞𝚎 𝚘 𝚊𝚖𝚘𝚛,
𝚊 𝚊𝚖𝚒𝚣𝚊𝚍𝚎 𝚍𝚒𝚜𝚙𝚎𝚗𝚜𝚊 𝚘𝚜 𝚓𝚞𝚛𝚊𝚖𝚎𝚗𝚝𝚘𝚜.
- 𝐌𝐚𝐮𝐫𝐢𝐜𝐞 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐞𝐥𝐥𝐚𝐧
(Novembro de 2013)
Quando meus pais disseram que estavam nos levando para umas curtas férias. Isso não era o que eu tinha em mente.
Kentucky? Quem vai para o Kentucky nas férias? O verdadeiro regozijo teria sido Hilton Head, ou alguma praia californiana. Ou qualquer aberração da Disney. Não a autoproclamada capital do mundo dos cavalos. Quer dizer, eu não gosto mesmo de cavalos. Chatos, desgrenhados, mal cheirosos e muito grandes e selvagens pro meu gosto.
Claro, eu havia repassado essas informações para minha mãe no primeiro dia de viajem. Deparei-me com uma repreensão rápida e nada sutil.- Bill, pare de reclamar. Você queria férias e conseguiu. Agora vá ajudar sua Tia Lena com os quartos.
A história de minha vida, como um velho ditado que minha avó dizia quando eu e meus irmãos fazíamos birra "Cuidado com o que deseja pois você poderá conseguir".
Meus Tios moravam num rancho na divisa da cidade de Lexington e Richmond. Cidade? Ér... alguns dizem que sim, mas esse lugar fazia Tulsa parecer o paraíso do entretenimento. Não havia NADA a se fazer por ali. Além de dar alguns passeios num shopping cubículo da "cidade". Tia Lena era irmã mais velha de minha mãe, costumava viver na Califórnia, mas se casou Tio Eddie que e se acostumou com a vida do interior.
(DUAS SEMANAS DEPOIS)
- Mãe? - Perguntei aproximando-me dela enquanto ela ajudava Lena com o jantar. De alguma forma, ela sempre me pareceu mais amável quando estava na cozinha. - Eu vou dar uma volta.
- Agora? - Ela me fitou por cima da bancada cortando freneticamente os tomates. - Já está ficando escuro lá fora Bill.- Eu sei... Mas eu preciso sair de casa. Me mexer! - Abanei meus braços freneticamente dando um efeito dramático.
- Eu não acho que seja uma boa ideia, queri...
- Mas - a interrompi. Pensei em explicar que se eu ficasse mais um segundo debaixo do mesmo teto que meus irmãos Thomas e Andreas eu ia acabar na lista de 'Os mais procurados da América' por assassinato em primeiro grau. - Eu vou ficar por perto. Não vou demorar muito. Só preciso sair, só por um minuto...
- Tudo bem. - Ela suspirou com meu tom choroso. - Mas leve Thomas com você.
Eu estava pronto para protestar, mas parei. Com uma ideia se formando em minha mente. Murmurei um simples "Ok" enquanto saía pela porta da sala para pegar meu casaco e minhas luvas. Uma vez já colocados, subi as escadas em direção ao quarto de meus irmãos. Andreas estava deitado em sua cama lendo gibis e Thomas sentado aos pés da cama comendo doces enquanto anotava algo em um caderno.
- Thomas?
- O que? - Ele levantou os olhos de seu caderno.
- Eu vou sair por um momento, então queria pedir para que você não saísse do quarto. Porque minha mãe pensa que você vai comigo - o instruí - Ela não quer que eu vá sozinho.
- Eu vou! - Andreas disse levantando-se de um salto - tô cansado de ficar em casa.
- Não, eu vou sozinho - Bufei.
- Por quê?
- Porque eu quero ficar sozinho - Suspirei um pouco irritado. - Sem ofensas, Thomas, você entendeu? - Perguntei virando-me novamente para ele.
- Sim Bill, eu entendi - Respondeu voltando-se para o que estava fazendo.
Andreas me lançou uma careta antes de se jogar no chão novamente e continuar lendo.
Suspirando com alívio, deslizei para fora do quarto e fechei a porta. Um momento depois eu já estava com os pés na neve, respirando o ar frio de Novembro.
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Através da Tua Alma (Eu posso ver)
RomanceBill está perdido. Após sofrer um acidente de escalada, Bill Morrigan acorda em seu quarto e o encontra imaculado, como um santuário. Sua família parece estar de luto e, apesar de ele tanto se esforçar, parece que não são capazes de vê-lo. "Eu estou...