2019: Em dezembro de 81 (parte 4)

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38 anos. Foi o tempo que o Flamengo levou para chegar novamente a uma final de Libertadores.

Eu sei que só cheguei à torcida com a contratação do Gabriel, mas eu sou Flamenguista.

Levo no peito e na alma. É o maior do mundo. Vou aonde ele for. A gente joga junto, com raça, amor e paixão.

Enquanto ajudo o Gabriel a arrumar as malas para viajar para a final, percebo o nervosismo dele

- Ei – sorrio para ele

- Hm?

- Jogaremos juntos – dou um beijo nele – eu tô tão orgulhosa de você

- Eu to ansioso, sabia? Sei lá, você sabe que eu não sou de ansiedade, mas hoje eu to

- Entrar em campo é um ato de coragem. É tipo um espetáculo. Gabs, amor, você faz do futebol a sua vida e eu te admiro tanto. Você merece tudo de mais iluminado que o mundo pode oferecer. Você é iluminado. Eu sou sua fã número um, meu amor... sua estrela vai brilhar

- Porra, assim eu me apaixono – ele brinca

- Você é apaixonado por mim desde os 14 anos, bonitão – brinco também – vamos, vou te deixar no CT

Dirijo o carro até o local marcado.

- Parte para cima deles – dou um beijo na testa dele

- Eu te amo – ele me beija

- Eu também te amo – sorrio – Deus vai te proteger, meu amor, eu tenho certeza

Volto para casa e vejo, pela TV, o aerofla. A nação é inacreditável...

Na hora de o ônibus sair, tiram um carro na mão.

Deus, faz com que os meninos voltem com a taça.

Na sexta, eu viajo para Lima. Do meu lado, vão Marilia e nosso amuletinho – o Guto.

Ele é uma criança super calma e, enquanto ela aproveita para cochilar, eu brinco com ele e cuido dele.

Chego no quarto de hotel, tiro a maquiagem e logo durmo. Acordo bem perto da hora da final.

Me arrumo, faço uma maquiagem bem rubro-negra e vou.

Os minutos antes de a bola rolar me fazem ter quase taquicardia. Vejo as apresentações de cantores que gosto – como Anitta e Tini – sem conseguir focar.

Logo na entrada em campo, Gabriel toca na taça e tudo que eu mais quis fazer foi quebrar o pescoço desse desgraçado que eu chamo de marido (amor, desculpa!)

Aos 14 minutos, numa falha horrível da nossa defesa, River faz 1 a 0. Meu deus, o que está acontecendo com o Flamengo?

A partir daquele lance, o time brasileiro se perde totalmente. Os argentinos jogaram muito melhor e quase fizeram muitos gols. Além disso, fazem faltas chatas, parando o jogo...

No inicio do segundo tempo, Gabriel quase faz um gol, mas o Armani pega. Foi a primeira do jogo...

Numa bola enrolada, parece que algo estava jogando contra a gente. Como aquilo não entrou?

Eu não vi meu marido sair da favela e chegar no topo da América para ser derrotado agora. Deus, por favor... honra o esforço do meu menino.

Quando vejo, faltavam 15 minutos para o jogo acabar... e meu sofrimento continua.

Mas não era só eu.

Eu amo a arquibancada, então estava no meio da nação. A senhora do meu lado estava chorando sem parar.

Cheerleader - Gabriel Barbosa (Gabigol)Onde histórias criam vida. Descubra agora