1

213 10 3
                                    

Era 4 de Janeiro de 2019, eu estava com meu namorado Ethan passeando pelas calçadas da praça enquanto tomavamos sorvete, de repente surgiram três homens altos e armados, nos mandaram por a mão para cima e nos separaram de modo que ele ficou alguns metros a minha frente,enquanto um mirava em mim e o outro em Ethan, o terceiro revistava seus bolsos a procura de dinheiro,e ele deixou que pegarem sua carteira mas assim que o homem veio pegar minha bolsa Ethan tentou lutar contra e levou dois muros do cara, eu gritei seu nome com medo instantaneamente e tentei sair e ir até ele, e foi aí que o homem que mirava em mim bateu em minha cabeça com a sua arma e eu me senti cair como se fosse em camera lenta, e foi a ultima coisa que me lembrei antes de desmaiar e acordar no meio de uma cidade em que não conhecia,com casas estranhas de aparência antiga, não via ninguém e sentia uma enorme dor de cabeça, olhei para mim mesma e meu vestido branco estava marrom de sujeira. Comecei a ouvir um barulho de patas de cavalo, havia alguém se aproximando e eu podia sentir, e sentia medo. Peguei a primeira pedra que achei para me defender, precisava saber aonde estava e voltar para casa urgentemente, não saber onde estava e não saber se Ethan estava vivo era aterrorizante.
Agora ja podia ver o homem no cavalo se aproximando, ele parou em minha frente que estava em pé paralisada. Ele vestia uma espécie de terno estranho que nunca vi antes.Tinha cabelo grizalho e um olho azul muito escuro,parecia ter mais de quarenta anos e me olhava como se acabasse de ver um fantasma.

— O que aconteceu com você? — Perguntou ele me olhando de cima a baixo.

— Fui assaltada... e bati com a cabeça, não sei como vim parar aqui.— respondi meio receosa ainda segurando a pedra.

— Isso explica a sua roupa.— Disse ele em um tom rude olhando as minhas pernas.

— Minha o quê?— respondi instantâneamente. Meu vestido estava um pouco sujo mas não era pra tanto.

— Eu moro logo ali, vamos para a minha casa  até se recuperar,minha filha irá te emprestar uma roupa.— Ele disse me dando a mão para subir.

Ainda estava com medo dado ao primeiro assalto que tinha sofrido na noite anterior mas o senhor parecia preocupado e gentil fora ao fato de estar insultando as minhas roupas mas eu precisava ir para a casa dele e usar seu telefone, já que o meu estava roubado e eu estava morrendo de fome então soltei a pedra na rua e segurei em sua mão para subir ao cavalo e cavalgamos somente duas quadras quando descemos em uma casa extremamente grande e com aparência de casa antiga entretanto estava muito limpa e parecia nova. Não fazia sentido.

Descemos e assim que ele abriu a porta vi a moça que deveria ser a filha a qual ele tinha se referido, estava tocando uma música que eu não conhecia em um piano,e suas roupas eram... um tanto estranhas.

Um vestido azul até os pés no estilo vitoriano. Mas em que lugar eu tinha me metido?

Ela parecia aquelas rainhas dos filmes antigos que eu adorava e tinha os olhos lindos do pai, seu cabelo era bem preto e enrolado de um jeito que eu nunca tinha visto antes.

Assim que ela nos viu chegar se levantou.

— A senhorita...— começou o homem a explicar se referindo a mim e eu percebi que não tinha falado meu nome ainda,nem ele o dele.

— Vivian.— Respondi em seco observando a garota e aquela casa que parecia uma cena de filme.

— Vivian, foi assaltada e bateu com a cabeça. Pode a levar para o quarto de hóspedes e lhe emprestar um vestido enquanto eu chamo um médico para ela?— Assim que ele terminou de falar ela assentiu prontamente com a cabeça.

— Não precisa chamar um médico, eu estou bem. Só preciso usar seu telefone por favor.— Falei rapidamente e os dois arregalaram os olhos.

— O que é telefone ?— Perguntou o homem. Olhei para ele pensando que era algum tipo de piada mas sua expressão estava seria e curiosa. Mas o quê?

— Nada.— Respondi não sabendo bem o porquê.

— Claramente você precisa de um médico, está falando coisas sem sentido.— respondeu o homem e saiu novamente da casa.

Será que eu estava sonhando?parecia tudo tão real, até mesmo meus sentidos.

— Vivian é um prazer te ter aqui, eu sou Kaya Murphy.— Disse a menina por fim e me abraçou. Definitivamente não era um sonho. Será que eu morri no assalto?

— Pode vim por aqui.— disse ela andando e eu só a segui e subimos uma escada, tinha um corredor e vários quartos. Era uma mansão um tanto estranha e grande. Entramos em um deles que eu nem sei dizer qual é.

Me sentei na cama assim que a vi me sentindo exausta, tinha... uma banheira antiga ali do lado?um tanto estranho. E uma cômoda,mesa, uma espécie de tinta e papel amarelo, e alguns livros de aparência muito antiga mesmo. Bizarro.

— Desculpe meu entusiasmo,não temos muitas visitas por aqui e me sinto tão sozinha.— Disse ela abrindo uma gaveta da cômoda e vasculhando alguma roupa. Tirou um... espartilho? E colocou em cima da cama.

Sempre quis ver um de perto,era muito obcecada com esses filmes da época da monarquia.

Ela parecia muito legal e definitivamente era muito bonita, o continuava procurando coisas na cômoda e eu não sabia o que dizer.

Ela finalmente tirou um vestido. Era como o dela, eu nunca tinha visto uma peça como aquelas. Era surreal. De repente tudo pareceu ter sentido e caiu sobre mim como um choque.

Eu não sou uma pessoa que acredita nesse tipo de coisa, mas como negar o que estava a minha frente? Eu claramente estava em um século anterior em um lugar de que não fazia ideia e não sabia como voltar. Puxa, eu devo estar em coma com certeza, e isso deve ser alucinações do meu cérebro ou algum sonho lúcido.

De volta ao passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora