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— Bem,vou deixar vocês a vontade para conversar.— Kaya disse com um sorriso e logo depois se esvaiu pelo salão. Eu estava em choque.

— É você,eu me lembro.— disse furiosamente olhando para ele. Talvez um pouco mais alto do que eu deveria.
— Sim,sou eu. — ele respondeu calmamente como se não fosse nada demais.

Naquele momento perdi o controle,toda raiva tomou conta de mim. Cerrei meus punhos e dei dois socos em seu peitoral mas ele segurou minha mão com força me forçando a parar antes que chamássemos muita atenção me forçando a olhar para ele. Como seus olhos eram lindos. Suspirei tensa.

— se acalme.— disse ele soltando minhas mãos com a maior delicadeza do mundo.

— me acalmar? Você nos assaltou e é por sua culpa que estamos aqui e provavelmente meu noivo está morto por sua culpa. — Disparei e esperei sua resposta ele simplesmente suspirou fundo e pegou no meu braço dessa vez não tão delicadamente e me levou até a biblioteca onde não tinha ninguém e foi fechar as portas.

Meu coração estava acelerado, toda aquela adrenalina de não saber o que está por vir,e um pouco de medo.

— sim, sou eu mas eu não o matei. Juro. — Disse ele,dessa vez mais calma. Senti verdade em sua voz.

— E também não tenho a menor ideia de como nem porquê estamos aqui e muito menos como voltaremos. — disse ele por fim. Meus olhos começaram a encher de lágrimas, ele pegou um lenço em seu bolso e secou gentilmente a lágrima que caia pela minha bochecha.

— fique calma. Vamos dar um jeito nisso juntos. —disse ele e eu fiz que sim com a cabeça.

— Agora temos que sair daqui, Kaya pode notar nossa ausência. — Disse eu me levantando ele assentiu e saiu comigo.

Quando voltamos ao salão estavam dançando la volta.

— Dança comigo? — Perguntei. Sempre tive muita vontade quando assistia séries e filmes antigos dessa época.

— Eu não sou um bom dançarino. —Disse ele simplesmente.

Virei o rosto para ele e vi que ele também me encarava.

— Já que estamos aqui,vamos aproveitar e viver o máximo não é mesmo? E outra que você me deve. — falei convencida enquanto o puxava para o meio.

Ainda conseguimos pegar metade da dança, era incrível a sensação de estar ali em uma realidade totalmente diferente.
A dança terminou e nossos corpos ficaram colados um no outro por alguns segundos mais do que deveriam. Eu não conseguia parar de olhar em seus olhos azuis, odeio admitir,mas me atraiam.

— Não foi tão difícil,foi? — provoquei e ele soltou um leve sorriso,nos afastamos e percebi que minha respiração estava tensa.

Depois que saímos da pista de dança fomos sentar nas mesas ao redor para comer porém eu mal conseguia comer com aquele espartilho me apertando, dei graças a Deus por ter finalmente sentado.

—  Você por acaso viu mais alguém ?  —  Perguntou ele discretamente no meu ouvido,senti meu corpo arrepiar involuntariamente.

— Como? —  devolvi a pergunta já que não tinha entendido do que se tratava. Ele se aproximou mais e disse sussurrando:

— Naquela noite. Viu mais alguém que estava lá aqui? 

—  Não.  —  respondi triste e me forcei a comer um último doce.

—  E você? —  devolvi a pergunta assim que terminei de mastigar.

— Não,ninguém. Somos só nós dois aqui.

De volta ao passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora