Saias inoportunas e sentimentos mais ainda

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A classe 1-A do Colégio U.A. estava reunida minutos antes do primeiro horário de aula. Aizawa, seu professor, e os demais funcionários estavam reunidos em assembleia e provavelmente não sairiam de lá tão cedo; assim, os alunos aproveitaram o tempo livre para conversar e, é claro, fazer baderna. Não é porque eram aspirantes a heróis que deixaram de ser míseros adolescentes na puberdade.

Iida olhava com o cenho franzido para a amiga, Ochako. Uraraka estava sentada na mesa que costumava ser usada por Aizawa – mesmo que, na maioria das vezes, o Eraser Head ficasse dormindo em seu saco de dormir –, sorrindo de forma fofa e travessa.

– Saias?

– Exatamente! – concordou, ainda sorrindo.

Kirishima apoiava a cabeça de forma despreocupada sobre o queixo, pensando na proposta.

– Vocês querem que a gente vista saias? – repetiu. Uraraka anuiu, animada. – Isso não me parece nada másculo...

– Eu não entendi nada – Kaminari, como sempre, muito integrado ao assunto.

Se eu não pego ninguém com calças, imagine então com uma saia, pensou Sero, amuado.

– Sério? – até mesmo Asui estava na brincadeira. – Acho que vocês, garotos, devem sentir certa curiosidade a respeito das saias.

– Sim, querer saber como é a sensação de usar uma saia! – Uraraka estava animada demais. Mais do que o normal. – Antes agora do que nunca.

– Estamos sem aula e Aizawa-sensei não poderá nos impedir. – a forma com que Ashido falava se assemelhava a algo extremamente proibido e secreto. – Vamos, garotos!

– Essa pode ser a única chance de suas vidas! – Hagakure dizia, balançando alegremente as luvas voadoras.

Os garotos estavam estupefatos com a proposta das meninas. Vestir saias? Qual era o objetivo de tudo isso?

– Nós já temos todos os acessórios feitos! – Mina balançou a saia verde diante de seus olhos arregalados. – Agradeçam a Yaomomo!

– Parece meio estranho mostrar isso na frente dos caras. – Kyouka encarava a saia como se ela fosse estrangulá-la a qualquer momento. – A gente não costuma esconder isso – balançou a roupa. – deles?

Silêncio. Iida levantou os óculos que começavam a cair de seu nariz; Sero escondeu a cabeça entre os braços; Kirishima e Kaminari cochichavam entre si; Bakugou encarava a caneta como se fosse a oitava maravilha no mundo; Todoroki provavelmente pensava na morte da bezerra; Midoriya, como sempre, escrevia alguma coisa em seu caderno de heróis. Tirando eles, o restante dos garotos dormia.

Mas é claro que sempre existia uma exceção.

– E ainda precisa perguntar? – Mineta gritou, pensamentos a mil passeando por sua mente fértil. – É óbvio que vamos fazer isso!

A saia brilhava diante de seus olhos. A chance que precisava para se aproximar do público feminino estava bem ali, a sua frente, esperando para ser alcançada por suas mãos. Nunca que Mineta perderia aquilo.

– Mineta, isso não é a conduta de um estudante da U.A.! – berrou Iida, claramente contra o seu posicionamento.

– Isso não é nada másculo, cara – resmungou Kirishima.

– O que? Eu só estou apoiando as garotas – retrucou o baixinho.

– Vocês podem votar, garotos. – sugeriu Mina. – A maioria vence!

Antes que os votos fossem contabilizados, Mineta subiu sobre a mesa como um político prestes a fazer sua campanha eleitoral. Iniciou um discurso imenso sobre como deveriam apoiar as garotas – que eram minoria na sala – e que aquela era a chance de promoverem a igualdade de gêneros na 1-A. Falou tanto, mas tanto, que realmente parecia que fazia aquilo com boas intenções.

Skirts and FeelingsOnde histórias criam vida. Descubra agora