Capítulo 2

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"Nunca é tarde de mais pra desistir"
(

Camiseta de Savannah)


— Luz, câmera, ação!

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— Luz, câmera, ação!

O silêncio na sala de aula se faz presente e eu amo isso, pelo menos por agora.
Uma das minhas alunas mais extrovertidas me olha e sorri feliz, eu aprovei sua ideia de montar uma peça e ela está em êxtase.

A peça era sobre uma linda princesa e seu amado príncipe...

Tão clichê.

Eu amava meu trabalho. Todos os meus alunos eram especiais para mim. Os olhinhos brilhantes das minhas crianças eram minha recompensa, ensinar era o que eu amava fazer, tirando o canto.

Eu era eclética, então estava sempre cantando, mas nunca em casa, não mais. Eu trabalhava na escola em que conheci o amor, mas também a amizade...

Marcelus sempre foi o menino de ouro, educado, charmoso, apaixonável e atencioso.

Seria burra se não fosse sua esposa, era assim que cada pessoa nessa cidade pensava. Nós tivemos nosso conto de fadas, éramos o casal mais clichê que existia na pequena e fofoqueira localidade de Leggero, Itália. Ele era o italiano que roubou meu coração quando eu tinha doze anos, ou talvez antes, não saberia dizer.

Nós éramos perfeitos, felizes e nós dávamos bem. Nunca discutimos e aprendi que isso foi nosso maior erro, um casal precisa discutir, falar sobre o que incomoda e tentar resolver juntos, não deixar todo o lixo acumular embaixo do tapete.

Nove anos de casados... Esse é o nosso tempo. Olho para a aliança de ouro branco com um pequeno rubi delicado no centro e relembro de tudo, das nossas noites no bar da cidade, das suas tentativas horrendas de me fazer cantar nos almoços de família, das vezes em que disse que eu estava bonita e que tirava seu ar.

Mas nada dura, o amor é o sentimento mais complicado que existe. O amor e o rancor andam mesmo lado a lado, maldición!

Hoje pela manhã vi que sentiu mais uma vez meu desconforto com seu trabalho, quando fazíamos amor — ou pelo menos eu ainda me atrevo a denominar o que fazíamos de amor — era  sempre explosivo, eu me sentia carente, o que era ruim porque me deixava fraca diante de seus olhos.

Fui sua parceira, sua companheira e sua mulher... Mas cai quando ele entrou para polícia. Vi o medo de perdê-lo me dominar, por isso não soube lhe apoiar e falhei. Sabia que esse sempre foi seu sonho e deixei que Marcel lutasse sozinho.

Meu pai foi um grande policial. Quando morávamos na Espanha, eu e minha mãe o perdemos e viemos para a Itália. Aqui fizemos nossa vida, mas no dia da minha formatura ele não pôde estar lá, no dia do meu casamento ele não pôde estar lá porque o trabalho era sua vida, e a minha e de minha mamma² eram ele... Mas o perdemos.

Vermelho Cereja - LIVRO 01 - DESCENDANTS OF THE DEVIL Onde histórias criam vida. Descubra agora