Nem sempre a verdade é o que seus olhos veem

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Como para qualquer estudante do ensino médio, a segunda-feira sempre se tornava extremamente indesejada. Apesar de não precisar acordar cedo, cumprir aquelas horas sentado em uma cadeira e ouvir diversas vozes não me era algo muito... Agradável. O conforto da minha cama era melhor do que qualquer coisa.

Contudo, lá estava eu, em mais um dia letivo. O começo da semana iniciou-se com um sol fraco que se escondia dentre inúmeras nuvens branquinhas e o vento acariciava os galhos mais altos das árvores. O suco de caixinha que ingeria era gélido, e o meu olhar estava longe, igualmente aos meus pensamentos.

Depois daquele sábado, com o número de Mark reservado em meus contatos, vez ou outra trocávamos mensagens. Pergunto-me se fora uma boa ideia. Eu sabia de como ele era extrovertido e possuía uma facilidade extrema para me deixar acanhado, porém eu não imaginava que ele tivesse um poder tão grande sobre mim. Seu jeito, suas falas, facilmente me desarmavam, trazendo frequentemente aquele sorriso bobo ao meu rosto.

Aquilo era demais para que eu pudesse aguentar, embora estivesse ciente que era aquilo e mais o conjunto todo, cujo era Mark Tuan que me fazia mais apaixonado.

— Relendo mensagens de novo? — Sobressaltei levemente ao ouvir e notar Jaebum do meu lado. — Vai ficar aqui até quando? Sabe que você pode ir para casa, né?

— Aish, não estava nem com o celular desbloqueado. — Revirei olhos, já começando a acostumar-me com a encheção de saco que era o Im ciente do que acontecera no sábado passado e do decorrer da semana. — Eu quem deveria dizer algo assim, por que ainda está aqui? Eu estou esperando a professora de biologia voltar com a minha prova, mas acho que a velha morreu dentro daquela sala. — Vi o mais alto rir leve do meu comentário.

— Eu? Não sei, de verdade. Talvez aguardando alguém me dar mole. — Surpreendi-me com o que escutei, girando a cabeça quase de imediato para fitá-lo com uma interrogação no rosto. — Estou só brincando. Mas, ainda assim, não sei o que estou fazendo aqui. Agora estou esperando a professora sair junto com você.

Observei Jaebum com uma expressão meio vazia, como se estivesse caçando arduamente uma lógica para o garoto. Acabei deixando para lá quando a professora surgiu da sala dos professores, entregando-me a avaliação com uma nota sequer medíocre, como imaginado, chamando-me a atenção para estudar mais. Qual era a dificuldade de ela entender que não, eu não conseguia absorver nada da sua matéria?

Suspirei derrotado, agradecendo e finalmente podendo livrar-me daquele aroma que apenas o colégio possuía. Eu teria que estudar muito para a prova bimestral.

— Ficou sabendo da festa do outro terceiro? — Ele indagou-me, logo quando fechei a mochila com minhas coisas ajeitadas, e a coloquei nas costas.

— O que exatamente?

— Aconteceu um body shot. — Na hora eu não consegui conter-me de boca fechada, direcionando a ele minha expressão mais surpresa.

— Não brinca! Você participou disso? — Ergui as sobrancelhas, vendo um riso preso em seus lábios.

— Não estou brincando, mas... Não, eu não participei. Mesmo sendo o fato mais quente da festa inteira, não. — Dei um suspiro aliviado.

— Ainda bem. Isso é escroto, Jaebum Hyung.

Im Jaebum sempre parecera um ímã para amizades, por isso que era comum vê-lo naquelas festas ou simples sociais, mas aquilo de certa forma fazia-me enojado. Não suportava aquela aglomeração afoita ou aquelas brincadeiras íntimas demais para o meu gosto.

Por mais que eu nunca tivesse um relacionamento amoroso, só umas paixonites aqui e acolá, eu não gostava daqueles lances de apenas uma noite de duração. Talvez fosse antiquado ou mesquinho demais da minha parte, mas verdadeiramente coisas do tipo me atormentavam. Era como se todo o meu valor estivesse em migalhas sob o pé de quem me tivera, e eu não queria algo assim.

Sweet Cody | markson + 2jaeOnde histórias criam vida. Descubra agora