Estranhamentos

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Oi! Chegamos ao final da estória! Venho avisar que as partes em itálico são memórias!

Boa leitura <3

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Vagarosamente a visão de Mark focava-se naquele teto cujo já fora visto tantas outras vezes por seus olhos castanhos. Seu cenho franzia-se pela claridade que logo encontrava e acariciava seu corpo jazido naquele colchão tão macio. A forte preguiça que enchia seu ser não lhe convidava a sair da bagunça de seus cobertores tão cedo, o que terminava por veemente não ser.

Moveu-se calmamente, sentindo um aroma peculiar adentrar suas narinas e afetar todo o seu sistema, causando-lhe uma fome repentina e rapidamente insuportável. Gemeu preguiçoso, pondo-se sentado com toda sua lentidão.

Suspirou.

Em outros momentos um suspiro poderia vir de um sentimento maçante, como se tal indivíduo a exercê-lo estivesse extremamente farto de alguma persistência irritante, porém para Mark aquele suspiro não se encaixava em nenhuma das conotações citadas. O ato de inspirar e expirar foi como se lhe enchesse de espírito e emanasse um sentimento bom que prevalecesse nos ares, indo e voltando para dentro de seu peito. Fazia muito tempo que não se sentia daquele jeito. Talvez a última vez fora em sua época do colegial? Bom, de qualquer maneira, ele se sentia bem.

A tez à mostra lhe trazia lembranças, e desta vez não eram lembranças carregadas de culpa como uma outra vez. Recordar-se dos toques, dos beijos, e do prazer que usufruíra na noite anterior parecia tão certo que chegava a ser inacreditável.

Na realidade, em seu caso, era realmente inexplicável, afinal, costumava ser um babaca de carteirinha e naquele dia sua mente havia mudado tanto que não poderia acreditar que poderia nutrir uma personalidade tão ruim em seu âmago. No entanto, se fosse necessário começar pelo princípio, existia uma trajetória pela frente. O percurso pelo qual percorreu era muito maior em comparação ao que caminhava em direção ao seu banheiro. Vendo-se no espelho, sua imagem refletida no espelho carregava outra energia.

Ainda era tão novo sentir-se tão revigorado.


Seus passos eram silenciosos à medida que tocavam o gramado, tão silenciosos como o ar que os pairava, mas que em sua mente situava-se o imenso barulho. O carinho que o polegar do chinês fazia no seu era estranho quase lhe dava o desejo de afastar-se do mesmo para que não fosse tão afetado por um simples toque.

Só que diferente do que ele refletia e discutia consigo mesmo, a razão se resumia no mau costume. Mark não tinha mais hábito com aquela espécie de carícia e senti-la deixava-lhe estranho. Muito estranho. E não apenas daquele tipo de toque, ainda era estranho tudo a que se relacionava ao romantismo. Mas, ao fundo, gostava. Era apenas questão de tempo para que começasse a lidar com tudo melhor.

— Mark... Ei, Mark. – só então notou que Jackson lhe chamava. Olhou-o, deparando-se com as írises escuras e repletas de sentimentos. Era sempre assim, aqueles pares sempre aparentavam expressar alguma coisa, seja a mais boba de todas.

— Hum?

— Está tudo bem? Você me parece tão quieto. Quer conversar? – dessa maneira, o chinês cessou seus passos, fazendo consequentemente Mark cessar também.

— Não... Não é nada... É só que... Eu estava pensando em como tudo ainda é estranho para mim.

O mais jovem procurou ao seu redor, encontrando logo uma árvore mais próxima de onde estavam. Levou Mark pela mão até ela e, encostando-se no tronco, deixou que o outro ficasse à vontade em sua frente.

Sweet Cody | markson + 2jaeOnde histórias criam vida. Descubra agora