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Eu não tinha mais unhas para roer. Faz 10 minutos desde que o Harry me pediu para procurar seu carro no estacionamento da escola e até agora, ele não apareceu. E se ele mentiu pra mim? E se o pressionei demais e ele fugiu?

Quando ele me jogou suas chaves e me pediu para achar o SUV entre muitos outros carros, achei que ele estava blefando comigo. Mas entendi o que ele queria dizer no momento em que mesmo a distância, o veículo preto fora facilmente notado. Aparentemente o Harry é o único por aqui que possui um carro tão caro quanto.

Me mexi inquieta no banco de couro preto e espiei pela janela — que é muito escura por fora —vendo alguns dos meus colegas de sala passarem pelo grande portão de ferro, atrasados. O porteiro fazia sinais com a mão ao relógio no pulso a cada aluno que passava, provavelmente numa advertência sobre o horário e não pude evitar ri. Continuei observando o fluxo de pessoas na frente da escola. Dois ônibus chegaram depois e deles, desceram mais alunos. Um carro muito familiar entrou no estacionamento e parou há alguns metros do carro do Harry.

Josh.

Meu amigo saiu do Dodge vermelho e bateu a porta, pendurando uma alça da mochila no ombro esquerdo. Josh enfiou a mão nas calças e tirou o que parecia um celular, levando a orelha. Dei um solavanco quando meu celular começou a tocar dentro da mochila e corri os dedos no zíper, tirando o aparelho e vendo o contato de Josh piscando no ecrã aceso. Ele estava me ligando.

Deslizei meu dedo em rejeitar chamada e escorreguei no banco, me mantendo abaixada por precaução. Ele não pode me ver aqui. O celular tocou duas vezes antes de parar por completo, e foi quando Josh desistiu. Levantei a cabeça lentamente e olhei através da janela. Ele não estava mais ali.

A culpa pesa sobre os meus ombros, mas me convenço de que é o melhor a ser feito. Eu não quero lidar com o Josh e as suas perguntas inconvenientes. Não agora, não quando o Harry finalmente cedeu e vai me deixar ver através da sua muralha.

De repente, me assusto com o barulho da porta de condutor abrindo e solto um grito, temendo ter sido pega pelo Josh. Mas para o meu alívio, era só o Harry.

— Hey, o que foi? — Ele pergunta, confuso pela minha reação assustada.

— Nada, eu só.. esquece. — Sorri e me sento de forma ereta, puxando o cinto de segurança. Ele me olha desconfiado, mas não diz nada. Harry ocupa o lugar do volante e liga o motor, tirando o carro do estacionamento. O porteiro reconhece o carro do Harry e abre espaço para ele passar, não fazendo menção de impedir sua saída. Desconfio que ele também conhece a fama do rapaz dos cabelos encaracolados. Esse comportamento só me deixou ainda mais curiosa sobre ele.

A viagem de carro é silenciosa e dessa vez, não faço perguntas sobre o trajeto. Quero dá um tempo a Harry e seus pensamentos, para organiza-los como tiver vontade e me contar o que ele julgar melhor. Eu não pretendia pressiona-lo, mas se quero entendê-lo, preciso de motivos convincentes. A curiosidade e o medo estão me matando e acho que nunca estive tão nervosa em toda a minha vida desde que conheci o Harry.

O carro para e Harry desce, contornando o veículo e abrindo a porta pra mim. Aceitei a mão que me estendeu e me coloquei de pé, olhando em volta. De ínicio, não reconheci o lugar por ser de dia e por está muito diferente da primeira vez. Mas conforme formos andando, identifiquei a paisagem imediatamente. É o mesmo campo que me trouxe no outro dia, um dos seus lugares preferidos.

Harry seguiu em silêncio até a enorme árvore e se sentou na relva, encostando a cabeça no tronco grosso. Copiei seus gestos e me sentei ao seu lado, mantendo uma distância segura e apropriada. Abracei meus joelhos e apoiei meu queixo neles, perdida na vista apagada da grande cidade de Manchester. Durante à noite, é realmente mais majestoso, mas ainda sim não deixa de ter sua beleza na luz do dia.

Dark Angel [Harry Styles Fanfiction]Onde histórias criam vida. Descubra agora