Dark Angel [Harry Styles Fanfiction]

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Acordei diversas vezes no meio da noite com pancadas da chuva forte contra a janela. Durante os espasmos causados pelos trovões que rasgavam o céu, demorei para perceber que estava no apartamento do Harry, deitada em sua cama. Meus olhos procuraram seu rosto no escuro e os clarões dos relâmpagos iluminaram a sua cara pela fresta na cortina, me fazendo sentir inveja dele por conseguir dormir tanto. Bufei sonolenta e me arrastei para perto do seu corpo quente, buscando abrigo para minha pele fria. Seus braços me envolveram cegamente e me puxaram pra ele, provocando um sorriso preguiçoso nos meus lábios. Harry gemeu em seu sono e aumentou o aperto na minha cintura, apoiando sua cabeça em meu peito. Meu sorriso alargou e cavei os dedos no seu cabelo, massageando os caracóis castanhos. Ele relaxou novamente com meu toque calmo e o som da sua respiração lenta encheu o quarto como uma canção de ninar. Dessa forma, abraçada à ele e sentindo o cheiro suave do seu cabelo, dormi.

Mais tarde pela manhã, despertei antes dele e franzi o cenho quando senti um peso no meu peito. Olhei para baixo e surpreendentemente Harry ainda estava na mesma posição, agarrado a mim e com a parte direita do rosto grudada no meu peito. Mordi o lábio e tentei me mover para sair da cama, mas ele não se mexeu. Suspiro e lentamente alcanço seu braço enlaçado na minha cintura, levantando o suficiente para poder escorregar por baixo. Era pesado, mas eu consegui. Deslizei na cama até está fora do seu alcance, então me sentei sem fazer barulho e espiei por cima do ombro. Harry resmungou algo inaudível e tateou a mão no espaço vazio do colchão, buscando pelo meu corpo. Empurrei o meu travesseiro em sua direção e ele agarrou de olhos fechados, adormecendo outra vez.

Me levanto e paro ao pé da cama para observa-lo. Eu sei que parece meio psicopata, mas ele realmente se torna outra pessoa enquanto dorme. Alguém muito mais jovem e fiel a idade que tem. Os vínculos de estresse em sua testa sumiram e seus lábios avermelhados estão entreabertos, suas costas sobe e desce com a sua respiração tranquila e seus longos cílios tocam as maças do seu rosto. Harry parece tão pacífico e sereno que não me atrevo a acorda-lo.

— Tão bonito... — Sussurro para mim mesma, admirando seu cabelo espalhado no travesseiro.

Sorrio com meus próprios pensamentos e caminho de pés descalços pelo chão gelado do quarto. Procuro pela minha mochila de passeio e a encontro esquecida no piso branco. Ando na ponta dos pés até a porta que dá para o corredor e puxo o trinco vagarosamente. As dobradiças rangem quando ela abre e aperto os olhos, ouvindo Harry se mexer na cama. Espero um minuto e comemoro internamente quando ele não acorda. Me tranco no banheiro e apoio a mochila nos ganchos das toalhas. Queixo alívio quando faço minhas necessidades e esvazio minha bexiga cheia. Não é sempre assim quando todo mundo acorda?

Me seco com papel higiênico e abro minha mochila, tirando a minha escova de dentes. Lavo os dentes e o rosto e penteio meus cabelos com um pente que trouxe comigo. Meus cabelos são lisos e longos, mas ainda sim se passo muito tempo sem pentear enche de nós nas pontas. E sinceramente me dá muita preguiça desembaraçar tudo isso.

Com a aparência e hálito razoáveis, saio do banheiro e volto para o quarto. Meus olhos passam por todo o cômodo até se fixarem num ponto específico. Deixo a mochila na ponta da cama e avanço até a parede. Me inclino em frente a estante de livros mediana e passo um dedo na borda, maravilhada com o pequeno estoque que Harry tem aqui. Quando o conheci não imaginava que ele tivesse o hábito de ler. Vejo que o julguei mal. Pesco um livro aleatório no meio e seguro a risada quando leio o título. O morro dos ventos Uivantes.

Folheio as páginas gastas e descubro que ele já leu a cópia muitas vezes. Bem, não é por acaso que ele tem uma opinião tão formada da Catherine. Me lembro de quando a professora Celiny o elogiou publicamente pelo manuscrito sobre o livro e a mim pela minha biografia da autora. Ninguém aparentou surpresa pela maneira como Harry expressou tão bem por escrito sua opinião sobre a obra. Afinal, ele sempre foi um bom aluno e é muito elogiado por isso.