23° Não cabe no peito

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Olha, um alerta, pq recebi comentários de pessoas com ansiedade, é  um capítulo forte, então se não estão preparados para ler. Sugiro que espere o próximo.
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Wangji encarava o irmão com raiva há cerca de 10 minutos. Passava da segunda semana que WangSan havia sumido sem deixar rastros e ninguém conseguia encontrar uma única pista aceitável. Agora o alfa precisava voltar para Yunmeng para que Wei Wuxian não enfraquecesse e seus filhotes não tivessem nenhum problema, mas sem notícias do filho, ninguém tinha face para encarar ômega. Evitou ao máximo responder as mensagens que recebia, continuando as buscas incansavelmente, sem se importar com o próprio esgotamento.

- Fale a verdade - Xichen sugeriu - Senão, e depois? O que pretende inventar? Continuaremos procurando, mas não adianta fugir, seus filhotes precisam de você!

O alfa sabia que seu irmão tinha razão, mas não sabia como agir depois que chegasse em Yunmeng. Suspirou baixando a cabeça, aceitando que era necessário voltar.

- Eu continuo daqui, A-Cheng também está procurando, vamos trazer seu filho de volta - prometeu, acariciando o ombro do mais novo - Vá.

- Hm.

Foi difícil para Wangji se despedir de Xichen, mas não tinha como escapar daquilo.

Foi tudo tão rápido que se perguntava como não enlouqueceu. Saiu de Yunmeng a pedido de Wei Wuxian para verificar seus filhos, no meio do caminho recebeu uma mensagem informando o sumiço de WangSan e um pouco depois Xichen o encontrou a caminho de Gusu. Um curto período de tempo que fez jus àquele desespero todo do ômega.

Não parou nem para descansar direito, não conseguia se alimentar, ignorava qualquer dor que seu corpo viesse a sentir, apenas preocupado demais para pensar em si mesmo. E ainda assim, não era o suficiente para encontrar seu filhote e só buda sabia o que estava acontecendo com ele.
Mesmo descontente, fez sua viagem de volta e pela distância, demorando mais dois dias para chegar, totalmente melancólico, sem saber como contar ou como deveria agir naquela situação.

- HanGuang-jun - Zixuan se curvou respeitosamente - Pelo que vejo, não trás boas notícias.

- Não... - suspirou pesadamente, mantendo o olhar baixo - Como ele está?

- Aninhado - Wangji ergueu uma sombrancelha sem entender o que aquilo significava - Esqueci que não tinha contato com ômegas. Eles costumam aninhar quando estão próximos do parto e precisam se sentir protegidos.

- Mas já? - seu espanto era tanto que até esqueceu o cansaço proveniente da viagem.

- Não exatamente, pode ser daqui uma semana ou daqui três dias, como são gêmeos não dá pra adivinhar, ele não tem sinal de parto, apenas seus instintos sabem que está próximo.

Wangji concordou entendendo um pouco do que estava acontecendo. Se adiantou em ir até o quarto do ômega cumprimentando Yanli no caminho, esta que havia saído há pouco tempo de perto do irmão. Quando o alfa entrou no quarto, pôde sentir o aroma do menor triplicado, protegendo o ambiente na sua ausência, mantendo tudo quentinho. Era realmente instintivo. No meio da cama, rodeado de travesseiros e lençóis, viu Wei Wuxian encolhido, segurando a barriga protetoramente, dormindo tranquilamente.

Wangji se aproximou, sentando na ponta, buscando não fazer movimentos bruscos, pousando a mão sobre a barriga que estava maior do que lembrava e seus filhotes mais quietos do que costumavam.

- Estão prontos... - falou baixinho sem nem perceber, apenas sentindo as energias se conectando. Soltou o ar aliviado por vê-los bem, apesar da preocupação com o paradeiro de WangSan - Não se apressem - pediu esboçando um leve sorriso ao sentir os chutes.

Duas mentiras e meiaOnde histórias criam vida. Descubra agora