𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎

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𝑵ã𝒐 𝒉𝒂𝒗𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒍𝒖𝒛 𝒔𝒆 𝒏ã𝒐 𝒉𝒐𝒖𝒗𝒆𝒔𝒔𝒆𝒎 𝒕𝒓𝒆𝒗𝒂𝒔


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No momento em que Alexia Hawthorne entrou no quarto abafado pela penumbra e pelo cheiro de ervas queimadas, ela sabia que sua vida estava prestes a mudar para sempre. Os murmúrios de parentes distantes, reunidos nas sombras, eram abafados pelo som grave e ritmado da respiração da Fênix — sua ancestral imortal, cuja vida se estendia como uma chama que nunca se apagava.

  Mesmo com quase onze anos, Alexia entendia a gravidade do momento. A morte da Fênix não era um fim, mas um renascimento. E ela sabia que esse renascimento exigiria um sacrifício.

  Seu olhar escorregou para o irmão mais velho, Thomas, encostado na parede ao fundo, com as mãos nos bolsos. Ele parecia entediado, mas Alexia sentia um quê de alívio nele. Thomas nunca precisaria carregar o fardo que pairava sobre as meninas da linhagem Hawthorne. Não era ele quem precisava lidar com a Chama da Fênix.

  Alexia queria gritar para o universo que não era justo. Queria ser apenas uma criança normal, fazer travessuras e sonhar com seu primeiro ano em Hogwarts. Mas, em vez disso, estava ali, diante de uma mulher que carregava séculos de sabedoria, esperando que o destino a escolhesse — ou, com sorte, a ignorasse.

  A Fênix levantou a mão com esforço, chamando Alexia e sua prima, Mayreth, para mais perto. Ambas avançaram a passos hesitantes, os olhos presos na figura da mulher de aparência jovem, mas de alma ancestral.

  — Uma de vocês carregará um pedaço de mim, assim como a que sucederá você carregará um pedaço de você. — A voz da Fênix era rouca, cortante como uma brasa crepitante. — A Chama da Fênix deve iluminar o caminho da família Hawthorne.

  Alexia sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A Chama da Fênix. O poder que traria sabedoria, força... e uma vida inteira de solidão e dever. Ela sabia o que isso significava: uma vida dedicada à proteção da família, sem espaço para desejos pessoais. Não haveria amor, liberdade ou sonhos. Apenas o fardo da imortalidade parcial, a conexão eterna com a alma da Fênix, a vigília constante.

  Mayreth, ao seu lado, estava quase vibrando de expectativa. O sorriso contido e a postura ereta eram provas de que ela ansiava pela honra.

  — Eu... eu não quero tamanha sabedoria — murmurou Alexia, a voz mal saindo de sua garganta.

  O quarto pareceu congelar no instante em que ela falou. Todos os olhares se voltaram para ela, especialmente o da mãe, que tinha um brilho gélido nos olhos.

  — Não cabe a você decidir, Alexia — disse a Fênix, com um tom que carregava séculos de autoridade. Alexia encolheu os ombros sob a intensidade daquela voz. — A Chama escolhe quem é digno.

𝐒𝐂𝐎𝐑𝐂𝐇 | Era dos MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora