𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟎𝟔

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  ❝𝑨𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍, 𝒂𝒒𝒖𝒊𝒍𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒎𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒔𝒆𝒓á 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒏ó𝒔❞

  ❝𝑨𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍, 𝒂𝒒𝒖𝒊𝒍𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒎𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒔𝒆𝒓á 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒏ó𝒔❞

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  𝐀𝐋𝐆𝐔𝐌 𝐈𝐍𝐒𝐓𝐈𝐍𝐓𝐎 em Alexia tinha a feito fugir de Remus desde que chegaram no salão comunal. Os outros três amigos pareciam tentar evita-la de qualquer modo, ela tinha apenas recebido alguns olhares de Sirius que a deixaram desconfiada, mas nada que ela já não tivesse acostumada. O herdeiro dos Black estava sempre prestando atenção no que ela fazia para usar contra ela, caso necessário.

Porém, no meio da reunião, enquanto tentava se desvencilhar das rondas com o maroto, percebeu que se queria descobrir o segredo, deveria pegar a informação da própria fonte, que nesse caso era um certo grifinório de cabelos castanhos.

Agora, andando ombro a ombro com Remus Lupin, não tinha tanta certeza se essa era a melhor ideia que já tivera. A situação era no mínimo estranha. Os dois queriam dizer algo, mas continuavam com a boca fechada, esperando que qualquer pessoa tomasse a iniciativa de começar o assunto que os dois queriam discutir.

A garota de cabelos negros como obsidiana repassava várias vezes as perguntas que queria fazer para o maroto. Ela não podia fazer qualquer pergunta que transpasse que ela não sabia de nada, quer dizer, ela sabia que esse tal segredo estava conectado com Lupin e era isso.

Lexa podia esquecer aquela história, os marotos acreditavam que ela sabia e aquilo era bom o suficiente para mantê-los longe dela por um tempo considerável — talvez o ano inteiro se tivesse sorte, depois disso não precisaria vê-los mais —, mas ela nunca teve controle da própria vida e aquilo só podia ser recompensado quando ela tinha controle das coisas ao redor dela e não saber de algo que ela sabia existir, não se enquadrava bem como uma forma de controle.

"É ruim?" a voz soa entrecortada com a respiração que ela mesma não sabia segurar. Lexa limpa a garganta antes de continuar, recebendo um olhar arregalado de Remus "Quer dizer, você parecia bem triste quando eu descobri. Por que é tão ruim se outra pessoa descobrir?"

"Você está falando sério?" ele sussurra, olhando em volta para ter certeza que ninguém ouvia os dois, mas era pouco provável que tivesse alguém nos corredores uma hora dessas, ao não ser os amigos de Remus "Qualquer pessoa em sã consciência teria surtado se descobrisse" diz sugestivo.

Alexia cruza os braços e abre a boca dramaticamente, fingindo estar ofendida com as palavras dele. Mas ela não está, e o pequeno ato parece dissipar um pouco da tensão entre os dois.

"Os seus amiguinhos não pareciam estar surtando com isso" ela se defende, mas percebe que estar comparando a sua saúde mental com eles é meio ridículo.

"Exatamente!" ele diz um pouco mais alto, os ombros se encolhendo quando a voz também diminui "Exatamente"

"Como que é?" a jovem fênix decidiu por permanecer no campo de perguntar genéricas, nada muito específico.

Remus suspira antes de responder.

"Não é bonito, como você deve imaginar" ela só não esperava que a resposta dele seria ainda mais genérica "Mas é definitivamente melhor com os meninos me ajudando. Eu nunca pensei que conseguiria ter um amigo, depois de... você sabe, então isso é mais do que eu poderia pedir"

"Ah, por isso que você se contentou com aqueles três como amigos" fala em falsa realização. Alexia nunca perderia a oportunidade de insulta-los, e não era surpresa para ninguém que ela sempre achou Lupin o mais decente.

"Eles não são tão ruins quando você os conhece" disse brincando, qualquer pessoa que o ouvisse saberia que as palavras saindo de sua boca estavam cheias de amor, um sentimento que Alexia ainda não tivera o 'privilégio' de experimentar.

Sua mãe dizia que depois que ela exercesse seu papel completo como Fênix da comunidade ela sentiria um diferente tipo de amor. O amor que é incondicional e sem precedentes, um amor que era digno de sua posição e não o sentimento mundano que ela desejava, porque o desejo também tão era um sentimento que ela deveria ter.

Alexia amava seus pais e o seu irmão, mas por pura obrigação. Era um amor que ela já nasceu sabendo.

Pela primeira vez sentiu inveja dos marotos. Pela liberdade de poderem amar uns aos outros, de poderem se apaixonar e, mais importante, de nem saberem o quão sortudos eram por isso.

"Você me lembra eles um pouco" Remus deu de ombros, e o coração de Alexia pareceu estar caindo num buraco profundo, as batidas descompassadas sendo ouvidas em sua cabeça.

"Ah, sério?" pergunta com uma risada seca, inclinando a cabeça para olhar diretamente para o rosto de Remus, a cicatriz na bochecha sendo a primeira coisa que seus olhos veem, Alexia achava ela charmosa "E eu poderia perguntar por quê?"

"Eu sei que você não é tão ruim como eles acreditam que você é"

Ele solta uma risada quando vê a expressão facial confusa da morena.

"E eu acho que você só está falando isso porque tem medo de eu sair espalhando o seu segredo para a escola toda" a tensão que estava no começo da ronda voltou como uma redoma cercando os dois membros da casa dos corajosos "Eu disse para você que eu não ia fazer isso, então não vou"

Alexia sabia como era ter um segredo e não conseguiria imaginar como se sentiria se Hogwarts inteira descobrisse o que ela é.

Remus parecia ter acreditado em Alexia, e ela não poderia estar mais feliz. Esperava que agora fosse deixada em paz tempo suficiente para conseguir descobrir o que era de fato esse segredo.

Quando voltaram para o Salão Comunal, tinham apenas algumas pessoas — ignorando o toque de recolher — e não era surpresa nenhuma que três dessas pessoas fossem James, Sirius e Peter.

"Boa noite, Remus" Alexia diz após dizer para as pessoas irem para os dormitórios ou ela seria obrigada a retirar pontos da própria casa.

"Noite" ele responde, acenando para a jovem que já começa a subir as escadas para ir dormir. Ela mal podia esperar para deitar na cama e pegar no sono, Hogwarts sendo o único lugar que ela conseguia viajar para à terra dos sonhos.

"Boa noite para você também, Hawthorne!" Lexa ouve o grito de Sirius antes de desaparecer da visão dos quatro amigos.

Ela revira os olhos, não tendo energia o suficiente para responde-lo, nem que fosse para manda-lo ir para Azkaban.

𝐒𝐂𝐎𝐑𝐂𝐇 | Era dos MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora