[ 🍁 ] clair de lune

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caminhos sarapintados, sonhos esmaecidos
melodias singulares, cenários paradisíacos.

ao mergulhar sobre aquelas águas diáfanas
um mundo cerúleo é desvelado
e enleva minh'alma antes banhada pelo cinza
que agora ascende em puro dourado

tal universo anímico resplandece áureo
perante o horizonte poente
despedindo-se, jeri gargalha pueril
mesclando ao soar aveludado
de meu anjo primaveril
e voltando ao lar, ensejo o ter ao meu lado

ser notívago, olhar enluarado
juntos, coletam pontinhos da família estelar
para aquelas almas noturnas
dançando álacres, abaixo da harmonia do luar

o que importa não pertencer a um sonho?
se a felicidade tão conhecida não encontra-se fácil
do pouco que eu sei
viver elucida-se em sentir e deixar vossos sonhos voarem
viver define-se em se embriagar neles para assim poder continuar
mas nunca deixar a insegurança deixá-los escapar
nem os infelizes os dilapidarem

ser é resistir, apesar das óbices
que lhe impeçam de externar vosso universo
residida em cada astro, em cada ímpar canção
formando uma harmonia só
de galáxias peregrinas e dançantes
e a escolha vem de si
entre fazer cintilar mais intensamente
as estrelas de outro universo
ou implantar-lhe buracos negros perpétuos

a parte boa
e também a ruim
é que não há como retroceder
e tecer um novo início
afinal, o maior bem que temos
é o agora
não é em vão que denomina-se presente
e com ele
há a dádiva de moldar
um novo fim.

' Kal Gajoum, 1968 | Cityscape / Palette Knife painter.





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