Olha as coisas que me faz passar

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Kyungsoo suspirou impaciente mais uma vez, embolando entre os braços uma camiseta de Chanyeol, que deveria estar sendo dobrada.

- Chanwoo, eu preciso que você entenda que papai ainda tem muita coisa para fazer, então colabora, por favor. - Falou na direção de seu bebê, que estava deitado no berço ao lado da cama de casal. O móvel estava cheio com as roupas que o Do havia tirado do varal pela tarde e somento no início da noite, teve algum tempo para dobrá-las. O pequeno corpo remexeu-se levemente sobre o colchão e logo o mais velho pode escutar o choro quase desesperado. - Criança, pelo amor de Deus. - Ditou um tanto exaltado, o que assustou o bebê e o fez chorar com ainda mais força.

Chanwoo estava com pouco mais de dois meses, porém sabia fazer um escândalo como ninguém. O Do estava prestes a gritar a plenos pulmões quando a mulher franziu o cenho e se fez presente no cômodo.

- Kyungsoo, você está bem? - O moreno assustou-se ao escutar a voz da mãe, que passaria uns tempos na casa para auxiliá-lo com os cuidados do bebê. Kyungsoo ficou em silêncio por um momento, mas logo alternou o olhar entre a mulher que o encarava confusa e o filho que continuava a chorar em desespero.

- Eu não sei. - Respondeu com sinceridade, passando a mão sobre os cabelos antes de caminhar até o berço, fazendo menção de pegar o bebê no colo.

- Deixa que eu fico com ele, tudo bem? - Sentiu o toque suave em seu ombro e encarou a mulher com os olhos já marejados. Sentia-se perdido e o pior pai do mundo. - Vá tomar um banho, você está péssimo. - Passou a mão sobre os fios escuros e sorriu para demonstrar segurança ao mais novo.

- Obrigado. - Comprimiu os lábios e saiu do quarto, caminhando pelo pequeno corredor a passos arrastados. Entrou no banheiro, fechou a porta e suspirou longamente antes de começar a se despir vagarosamente.

Abriu o registro do chuveiro e ajustou a temperatura antes de ir para debaixo da água, deixando um longo gemido de alívio preencher o ambiente quando sentiu seus músculos relaxarem.

Estava cansado. Chanwoo consumia todas as suas energias e sequer lembrava-se de quando tomou um banho tão calmo como este. O pequeno parecia adivinhar sempre que iria fazer uma pausa, pois simplesmente exigia sua atenção quando na realidade deveria estar dormindo.

Suspirou.

Lembrou-se do dia em que aconteceu a chegada de seu bebê. Era início de noite e havia sentido algumas dores durante o dia inteiro, mas julgou que não era nada de importante, pois o nascimento do bebê estava marcado somente para a semana seguinte.

Quando Chanyeol chegou em casa, encontrou Kyungsoo no sofá, suando frio enquanto gemia com as dores cada vez mais frequentes. O Park desesperou-se no instante em que o namorado disse que "o momento havia chegado" e começou a chorar enquanto falava coisas sem sentido. Apesar de também assustado, Kyungsoo se manteve mais calmo e gritou para o maior que não era hora de entrar em crise. Após minutos, que para Kyungsoo pareceram uma eternidade, Chanyeol finalmente conseguiu respirar e seguiu as ordens do namorado de pegar a bolsa já pronta no quarto.

Enquanto isso, o Do ligou para os pais, informando que iria para o hospital. Os mais velhos preocuparam-se ao escutar os gritos histéricos de Chanyeol, que havia se desesperado outra vez enquanto voltava para a sala, carregando duas bolsas desajeitadamente. Recebeu um olhar feio de Kyungsoo, que iria xingá-lo caso não tivesse sido atingido por mais uma onda de dor.

Decidiu despedir-se de seus pais, que já estavam saindo de casa para buscá-lo. Sequer teve tempo de recusar, achando que eles demorariam demais para chegar, porém, logo lembrou-se que seu pai costumava dirigir como se fosse um piloto de fórmula 1 quando realmente se empenhava.

Pais de Primeira Viagem 《ChanSoo》Onde histórias criam vida. Descubra agora