"La ausencia es la falla más común en nuestras vidas."
Annie o acalmava sempre, por mais que a situação fosse complicada, ela sempre sabia o que falar e isso só fazia ele amá-la cada dia mais. Annie convenceu Poncho a encarar tudo de cabeça erguida, ser forte por ele, pelo pai dele e também por sua mãe, que havia lutado tanto para sobreviver, mas não tinha mais forças.
A dor não ia desaparecer de uma hora para outra, mas ela estaria ali como seu mais forte apoio, para que aos poucos, a dor que invadia Poncho amenizasse.
A noite foi longa e o dia seguinte prometia ser longo também. Ela em nenhum momento ficou separada dele, sempre segurando a sua mão e falando palavras de carinho e apoio. Não tocaram no assunto do beijo, aquele beijo, pra ambos, ficou apenas povoando seus pensamentos.
O dia da despedida de Ruth foi marcado por várias homenagens da família e amigos. Os pais de Anahi, Mari e Enrique, ficaram ao lado da família Herrera até o final.
Annie: Quer que eu te leve pra casa?- perguntou fazendo carinho na mão dele. Eles saiam do cemitério.
Poncho: Eu ainda sei dirigir, sabia?
Annie: Sei que sabe, mas eu quero cuidar de você, então quem dirige sou eu- falou mostrando as chaves do carro dele.
Poncho: Como você pegou?
Annie: Segredo- colocou o dedo indicador na boca.
Se despediram de Armando e entraram no carro de Poncho. Foram direto para o condomínio que ambos moravam, deixou ele em casa e logo foi para sua. E assim, as horas, os dias, as semanas se passaram.
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Annie: Ai meninas, eu ando tão preocupada com o Poncho- falou tomando um gole de seu café.
Haviam se passado dois meses desde a morte de Ruth, ela sempre que podia, estava visitando Poncho, convidava ele para jantar, cinema, e ele sempre recusava, era de casa para o trabalho e do trabalho para casa, não estava se cuidando, mal se alimentava, não sabia mais o que fazer para que ele reagisse.
A loira encarava suas amigas e sócias, Dulce e Maite. Estava realmente preocupada.
Annie: Não sei o que fazer pra que ele ao menos saia de casa, eu acabo me sentindo mal também.
Dulce: Você sabe que ele sempre foi assim, Annie. Sempre se fechou quando algo ruim acontecia. Desde antes da doença da Dona Ruth, ele nunca quis dividir os problemas dele, nunca mostrou fraqueza pra qualquer um de nós.
Maite: A ruiva tem razão, temos que entender o lado dele também. Chris comenta que ele está totalmente focado no trabalho, se sobrecarregando com projetos que ele nem consegue mais dar conta.
Annie: Isso me tira o sono- reclamou suspirando- eu me preocupo, tá legal?- as duas se olharam e assentiram.
Dulce: Pra mim isso não é só uma preocupação e pra você?- perguntou olhando Maite.
Maite: Sabe, isso se chama amor, love, to afim do meu melhor amigo de anos, ah, não sei mais o que fazer- fez biquinho.
As duas eram seu porto seguro, sabiam seu segredo mais íntimo e tentavam ajudar a amiga a revelar esse sentimento, infelizmente Annie era teimosa demais para escutar as amigas.
Annie: Vocês querem parar com isso, o Poncho só me vê como amiga.
Dulce: Como você pode falar isso com tanta certeza Annie? Ucker já me contou diversas vezes do quanto Poncho odiava seus namorados e ficava feliz quando vocês terminavam.
Dulce e Ucker eram namorados há quase 6 anos, se conheceram por meio de Poncho e Annie, Ucker foi colega de universidade de Poncho, cursou Direito enquanto o amigo cursava Engenharia. Também foi na época universitária que conheceram Christian, que cursava Administração. Atualmente os 3 trabalhavam na empresa da familia Herrera.
Annie, Dulce e Maite foram colegas desde o ensino médio, depois dividiram apartamento enquanto faziam faculdade. Assim, Dulce e Ucker começaram a namorar, logo Chris e Maite também assumiram compromisso. Annie amava ver as amigas felizes e era uma leoa para defendê-las sempre, assim como elas eram por Annie. Se consideravam irmãs.
Annie: Eu odeio não conseguir enganar vocês. Eu amo aquele cara- falou baixinho- mas não posso simplesmente jogar tudo que construímos até hoje fora.
Maite: Não é jogar fora Anahi, é tentar ficar junto do homem que você ama. Sério, tudo que eu e a Dul mais queremos é ver você feliz, e sabemos que sua felicidade pode estar ao lado do Alfonso.
Dulce: Você já fez tanto por nós duas Annie, a gente só quer que você tente.
Annie: Eu tenho medo, vocês acham que ele me ama?- as duas assentiram- Eu tenho medo que ele não sinta o mesmo por mim, medo que eu não seja o tipo de garota que ele queira. Medo de partir meu coração com essa história sem fundamento.
Maite: Na verdade, você é o tipo de mulher que qualquer homem vai querer ao lado amiga, não só o Poncho e nós sabemos que quase tem fila quando se trata de você.
Dulce: Isso é verdade Annie, se você partir seu coração nisso, eu prometo que junto todos os caquinhos, colo tudinho e ainda derrubo o Alfonso no soco- falou calma mas ainda em tom ameaçador, fazendo as amigas rirem.
Continuaram conversando por mais algum tempo. Depois Dulce e Maite foram almoçar, deixando uma Annie pensativa em seu escritório.
Maite: Se tivesse um jeito de darmos um empurrãozinho para esses dois- falou tomando um gole de suco, estava almoçando com Dulce próximo onde trabalhavam.
Dulce: Acho que sei o que fazer- sorriu- só cutucar onde mais dói e você sabe onde mais dói na Annie, e é praticamente onde mais machuca nele.
Maite: Ciúmes?- a ruiva apenas assentiu e a morena riu- isso é baixo até pra você Dulce Maria.
Dulce: Vai bancar a santa agora ou vai ajudar?- Maite apenas levantou a taça de vinho branco que tomava.
Maite: Ao casal mais teimoso do mundo.
Dulce: E as amigas mais insistentes que eles poderiam ter- brindou com Mai.
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Ya Me Enteré
FanfictionÉ perfeitamente possível sexos opostos cultivarem uma relação de parceria, afinidades e confidências. Dependendo do grau de intimidade adquirida, os dois correm um risco muito grande e que pode mudar suas vidas para sempre. Aquela voz tão conhecida...