"You don't know what to do, nothing you confess.
Could make me love you less."
Ruth: Não se engane meu filho, eu queria ficar mas eu já estou de partida e você sabe bem disso- Poncho fechou os olhos, numa tentativa frustrada de controlar as lágrimas que o inundavam- me prometa que você vai continuar sua vida, vai formar uma família linda e me dar netinhos lindos, que você não vai ficar triste pelos cantos, chorando por mim, eu tentei meu amor. Eu fiz todos os tratamentos, segui todas as recomendações para estar com você pra sempre, mas não são assim os planos que Deus tem pra mim- fez carinho na mão do filho, segurando sua respiração e suas lágrimas- antes que eu esqueça, seja feliz, muito feliz, aproveite sua vida, você é jovem, tem muito o que aproveitar. Filho, não deixe pra amanhã o que você pode fazer hoje, não espere que a felicidade bata na sua porta sem que você não tenha feito nada para que isso aconteça. Declare-se pra Annie, está mais do que claro que vocês se amam e eu sinto que vocês vão ficar juntos um dia. Dê uma forcinha pro destino se encarregar do resto meu amor - Poncho deu um leve sorriso concordando com a cabeça- Promete cuidar do seu pai pra mim.
Poncho: Prometo mamãe, eu amo você, muito. Obrigado por ter sido minha mãe, por ter cuidado meus machucados do futebol, por ter passado madrugadas em claro porque eu estava doente, por ter me ajudado com os deveres de casa, por ter sido minha companheira, por tudo que me ensinou, por ter me amado tanto, eu não consigo deixar você partir- Ruth sorriu e Poncho deu um beijo na testa dela- aguenta mais um pouquinho comigo e com o papai.
Ruth: Eu amo vocês, muito. Mais do que se pode imaginar. Eu já teria me entregado- suspirou fundo puxando o ar- eu teria desistido muito antes se não fosse por vocês dois, vocês são a minha vida.
Poncho não conseguia mais conter as lágrimas, estava totalmente quebrado, despedaçado vendo sua mãe partir.
Armando: Durma meu anjo- falou dando um selinho em Ruth que fechou os olhos pela última vez- eu cuido de tudo aqui, te amo por siempre.
Os aparelhos que mostravam o ritmo cardíaco de Ruth foram apitando e caindo drasticamente. Poncho fechou os olhos chorando, saiu do quarto às pressas. Annie que estava na sala estranhou, levantou do sofá, mas ele apenas saiu da casa, batendo a porta. Armando apareceu na sala com o rosto vermelho, Annie já sabia o que tinha acontecido, apenas o abraçou.
Música da cena- I'll Stand by You- Glee Cast (cover)
Annie: Tio, eu vou procurar o Poncho- falou se separando do abraço de Armando- ele saiu desesperado, tá tão feio o tempo lá fora.
Armando: Obrigado Annie, eu preciso providenciar algumas coisas- ela assentiu e saiu.
Conhecia Poncho tão bem quanto a palma de sua mão e sabia onde encontrá-lo. Caminhou por alguns minutos até chegar ao estábulo, pegou o cavalo que andou naquela manhã e saiu. Parou embaixo da casa da árvore que ele tanto adorava, sabia que ele estaria ali. Annie subiu e o encontrou encolhido em um canto.
Annie: Meu amor- falou se aproximando- eu vim ficar com você- sentou ao lado dele.
Poncho: Eu não consigo acreditar- Annie o olhou nos olhos- podia ser um pesadelo.
A dor dele, era a dor dela também. Aqueles olhos verdes sempre misteriosos agora traziam tanta dor, aquilo fazia o mundo de Annie desabar. Ela segurou o rosto dele com as duas mãos, encostando as suas testas, olhando no fundo dos olhos dele.
Annie: Eu sei, imagino o que você está sentindo. O problema da dor é exatamente esse, ela precisa ser sentida, mas eu quero que saiba que eu nunca vou te abandonar. Eu sempre estarei aqui. Como prometemos um pro outro- assim como ele, ela também chorava- chora, chorar alivia um pouco a dor.
Poncho abraçou Annie pela barriga e chorou. Ela acariciava seus cabelos e também chorava baixinho. Queria ela ter como minimizar aquela dor que dominava tudo.
Poncho: Eu não sei se vou saber continuar sem ela- falou depois de longas horas em que o silêncio predominou- Annie, eu acabei de perder tudo. O que eu faço?
Annie: É difícil continuar quando perdemos nosso chão, mas temos que seguir, a vida não para e não vai parar por você. Sua mãe com certeza vai cuidar de você lá de cima, ela virou uma estrelinha, uma linda estrelinha pra te guiar nas noites mais escuras. Pra quando você estiver passando por um momento triste e que sua vontade maior seja desistir de tudo, você perceber que ela sempre vai estar junto com você. Bem aqui- tocou no peito dele- e você sabe, eu vou estar aqui hoje, amanhã e sempre, porque você não tem noção do quanto importa pra mim, do quanto eu te amo.
Poncho: Eu tenho tudo que preciso aqui.
Poncho levantou e a abraçou, Annie tinha esse poder sobre ele. Sentia o cheiro do perfume dela enquanto afagava seus cabelos, respirava fraco, seu coração estava incrivelmente acelerado ao sentir o corpo dela tão próximo e tão envolto quando ele naquele momento. Encostou a testa na dela e percebeu que ela o encarava com ternura, com muito amor. Levou sua mão até o rosto dela e acariciou com o polegar, ela fechou os olhos sentindo aquele toque que tanto queria.
Ela estava entregue e ele precisava mais do que tudo sentir seus lábios. Lentamente foi se aproximando, os lábios se encontraram, ela deu passagem para a língua dele, ele precisava daquilo e ela querendo ou não também. O beijo era lento, exploravam cada canto da boca um do outro, despertava em ambos emoções e sensações nunca antes sentidas. Se afastaram quando o fôlego faltou, Annie estava totalmente sem graça quando o encarou depois do beijo e Poncho também. Mas não estava arrependido, na verdade, queria mais, queria mais daquele beijo, queria mais de Annie, suspirou pesado preso em seus pensamentos.
Poncho: Desculpa- foi tudo o que consegiu falar antes que ela calasse seus lábios com o dedo.
Annie: Tá tudo bem- sorriu para ele- seu pai precisa de você, temos que voltar garotão- Poncho apenas assentiu.
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Ya Me Enteré
FanfictionÉ perfeitamente possível sexos opostos cultivarem uma relação de parceria, afinidades e confidências. Dependendo do grau de intimidade adquirida, os dois correm um risco muito grande e que pode mudar suas vidas para sempre. Aquela voz tão conhecida...