Depois de um dia cheio no trabalho, Annie chegou em sua casa direto pro banho. Precisava relaxar um pouco. Seus pensamentos voavam e sempre voltavam para o ponto de inicio. Se via apaixonada pelo seu melhor amigo e não sabia o que fazer. Estava cada vez mais confusa quanto a tudo. Não sabia se podia arriscar a amizade que tanto cultivava por uma paixonite que poderia passar logo.
Saiu do chuveiro, se enrolou na toalha e seguiu para seu clost. Procurou uma roupa confortável. Um short jeans e uma camiseta. Sem chances de erro. Secou seu cabelo e passou uma maquiagem leve no rosto. Desceu para a cozinha, encontrando Rita.
Rita: Menina, quer que eu prepare alguma coisa pro jantar?
Annie: Não precisa, eu vou no Poncho logo mais e to sem fome- deu de ombros.
Rita: Como ele está?
Annie: Melhorzinho, o tempo vai ajudar- Rita assentiu- então bebê- olhou para Polly que mordia seu pé- vamos dar uma voltinha?
Ela pegou a cachorrinha no colo e subiu. Não demorou para descer com Polly dentro de sua bolsinha rosa. Saiu de casa e caminhou um pouco. Logo chegou na casa dele, apertou a campainha e logo a porta abriu.
Annie: Viemos fazer uma visitinha- sorriu para Poncho que estava apoiado na porta a olhando. Ele mordeu o lábio e deu passagem para ela entrar.
Poncho: Eu to me cuidando mãe, não se preocupa- falou mostrando a sala que estava toda organizada.
Annie: Mas essa barba grande não fica bem em você- falou enquanto tirava Polly da bolsa- e eu sei que você só está se fazendo de forte, não está reagindo Poncho, já fazem dois meses- ele revirou os olhos, escutava aquele sermão no mínimo 4 vezes na semana.
Poncho: Tadinha da Polly, anda em uma bolsa- comentou ao ver a cachorrinha correr pela casa.
Annie: Ela é fina viu- sorriu o fazendo sorrir também- mas não muda o assunto, vai tirar essa barba de papai noel- bateu o pé.
Poncho: Não.
Annie: Tá feio assim, mal vejo seu rosto- falou o puxando para as escadas- eu vou tirar, venga.
Ela o arrastou até o banheiro do quarto dele. Sentou na pia e o chamou para perto.
Poncho: Eu gostei de ter barba grande, me sinto mais homem- falou engrossando a voz.
Annie: Você parece um homem das montanhas- fez biquinho- deixa eu ao menos aparar um pouco.
Poncho: Ok, você venceu- ela sorriu e bateu palmas, pegou o barbeador elétrico e segurou delicadamente o rosto dele, o olhando nos olhos.
Annie tinha que ter muito auto-controle para não beijá-lo ali. Poncho também tinha que se controlar, estava tão perto dela que sentia sua respiração acelerada, sentia o cheiro do perfume dela o embriagar. Ansiava por repetir o beijo que trocaram aquele dia, não tinha como esquecer o beijo que mexeu tão profundamente com ele. Ela já estava se arrependendo amargamente da ideia de fazer isso, já ele estava adorando tê-la tão perto. Os olhos concentrados no que faziam e os lábios entre abertos eram um convite perigoso.
Annie: Bem melhor- sorriu desligando o aparelho e tirando Poncho de seus delírios.
Poncho: Até que ficou bom- comentou tocando no rosto que continuava com a barba, só que mais serrada.
Annie: Obrigada Anahi.
Poncho: Não, eu não queria, você que me obrigou- ela riu- obrigado por cuidar de mim. Quer tomar um vinho?
Annie: Leu meus pensamentos.
Poncho pegou na sua adega um vinho tinto, Annie jogou as almofadas do sofá no chão e se acomodou no tapete mesmo.
Annie: Você é muito sem graça- mostrou a língua pra ele.
Poncho: Você não acha isso realmente, só está brabinha porque eu não faço tudo que você quer- constatou.
Annie: Bobo- falou enquanto ele alcançava a taça servida de vinho.
Annie o contava sobre seus dias, não ocultando nenhum detalhe, levando ele a gargalhadas. Conversa vai, conversa vem. Já estavam indo para a terceira garrafa de vinho. Álcool e tantos sentimentos reprimidos eram uma combinação fatal naquele ponto da noite.
Annie: Acabou- falou erguendo a taça vazia para que ele enchesse.
Poncho: Pronto- ele a serviu e aproveitou para repor o líquido em sua taça também. Analisou aquela mulher que conhecia há anos, despretenciosamente sentada no tapete de sua sala, mais sexy que nunca, com o leve rubor que a bebida causou em seu rosto.
Annie: Que foi Poncho? Tá me olhando como se nunca tivesse me visto antes.
Poncho: É que eu não consigo esquecer o beijo que trocamos aquele dia, eu penso toda hora naquele maldito beijo seu, e eu devo tá muito bêbado e corajoso agora pra tocar nesse assunto. A verdade é que acima de tudo, eu não quero estragar nossa amizade, mas- falou olhando as mãos segurando a taça.
Annie: Mas?- ergueu a sobrancelha o encarando.
Poncho: To morrendo de vontade de te beijar de novo. E eu sei que você vai achar isso loucura, vai achar que isso não tem fundamento, que vamos estragar tudo, mas só por um instante, eu queria esquecer que somos amigos, que você me vê apenas como um amigo.
Annie: Você quer esquecer 20 anos?
Às vezes, tudo que precisamos são 30 segundos de coragem insana, talvez pelo álcool, talvez por tudo que estava envolvido naquele instante, não perderia mais nenhum minuto sem ela. Alfonso colocou sua taça sobre a mesa de centro e fez o mesmo com a de Annie, ela o olhou confusa.
Poncho: É impossível esquecer 20 anos vivendo praticamente ao seu lado, só queria que isso não impedisse você de sentir o que eu sinto.
Annie: E o que você sente? Se você não me falar, eu não tenho como adivinhar- suspirou pesado- quem sabe seja melhor eu ir pra casa, nem você, nem eu temos condições de ter uma conversa dessas depois de dezenas de taças de vinho. O que aconteceu, ou o que deixou de acontecer entre a gente, é melhor ficar no passado.
Poncho: Eu não quero que fique no passado, você não percebe Anahi? Que eu estou completamente louco por você- falou se aproximando dela.
Annie: Assim como você esteve louco por tantas outras mulheres ao longo de todos esse anos, é apenas atração, é algo passageiro. Eu vou embora- levantou-se recolhendo sua bolsa e chamando sua cachorrinha.
A verdade é que Annie apesar de todo o sentimento que nutria por Poncho, sempre percebeu como ele tratava as mulheres com quem se relacionou, nunca tivera relacionamentos longos, e Anahi, apesar de tudo, tinha medo de estragar sua amizade, para no fim, ser mais uma namorada de Alfonso. Por isso foi embora, completamente confusa, deixando um Alfonso totalmente perdido no meio de sentimentos sempre reprimidos. Porém, uma coisa é certa, ainda tem muita água para passar debaixo dessa ponte e a história dos dois está apenas começando.
Oi meninas, desculpa o sumiço.
Quero muito começar a postar com mais frequência aqui. Espero que vocês continuem lendo e curtindo a história. Não farei vocês esperarem por muito tempo, em breve teremos mais capítulos aqui.Obrigada a todos os comentários!
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Ya Me Enteré
Fiksi PenggemarÉ perfeitamente possível sexos opostos cultivarem uma relação de parceria, afinidades e confidências. Dependendo do grau de intimidade adquirida, os dois correm um risco muito grande e que pode mudar suas vidas para sempre. Aquela voz tão conhecida...