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— Eu faço os experimentos e você anota os resultados. — Disse colocando os óculos já impaciente com o que aconteceu.
— É óbvio! Por mim você pode até fazer os dois sozinha. Seria um sacrifício que estou disposto a pagar. — Ele disse sarcástico cruzando os braços após colocar seus óculos também.
— Você vai anotar tudo! Você consegue pegar numa caneta e escrever num papel não é? Ou nem isso você é capaz de fazer?
— Já tá estressadinha é? Nem vou precisar mover meus dedos hoje...
— Olha só... Só faz o seu trabalho, ok? - Disse olhando para ele tentando não perder mais ainda a minha paciência.
— Faz o seu primeiro, senhorita inteligência.
Revirei os olhos respirando fundo e começando os experimentos. Era muito delicado, tinha uma quantidade específica, por isso precisava de paz e tranquilidade. Sem interrupções, distrações ou qualquer coisa.
— TENHA CUIDADO. — Rayden disse alto o suficiente para me assustar e derramar um pouco na nossa bancada enquanto ele se divertia rindo de mim.
— Ah seu idiota! Olha o que você fez!
E ele continuava rindo.
— Pede um pano para a professora. — Mandei tentando evitar que o líquido continuasse caindo no chão.
— Vai você, não fui eu quem derrubei.
Peguei e fiz o experimento rapidamente com o que ainda tinha para o deixar ocupado anotando enquanto eu ia pegar o pano. Por que ele é tão irritante? Como eu ainda não o esganei?
Depois de limpar e terminar todos as partes do trabalho, me certificando de que ele tinha escrito tudo certo, entregamos o trabalho para a professora e bem na hora, deu o sinal para "irmos embora".
— Ah que droga. — Bufei me lembrando da detenção.
Peguei minha mochila encontrando a diretora na porta esperando por nós. Depois de tanto tempo eu ainda tinha esperanças de que ela teria esquecido, mas pelo visto não. Fomos atrás dela que caminhava para uma sala que eu não conhecia e, enfim entramos. Me sentei formalmente em uma das classes enquanto o Rayden jogou a mochila perto da cadeira se sentando todo desajeitado. Escutei seu suspiro e seus dedos batucando na mesa logo que ele praticamente se jogou na cadeira.
— Duas horas para você, e uma hora para você. — Ela disse apontando para ele e depois para mim.
Concordei e vi ela trancando a porta e indo para sua sala com nossos celulares. Que ótimo, como vou sobreviver a isso?
Ouvi outro longo suspiro vindo de trás de mim. Não quis me virar e ver a cara dele, que deve estar pensando em um jeito de me irritar. Eu estava imóvel, apenas movia meus olhos, tentando imaginar o que se passava na cabeça dele. Me senti observada, e aquilo estava me incomodando, mas tendo uma ideia resolvi pegar um caderno e desenhar alguma coisa para passar o tempo.
Durante alguns minutos eu me senti entretida no desenho que consistia em uma menina de capa de chuva amarela. Aquele desenho estava ficando tão bonito que eu estava pensando em pendurá-lo no meu quarto ou algo assim. Mas é claro que minha felicidade dura pouco quando eu estou perto de Rayden Bak. De repente, meu desenho foi totalmente riscado por uma canetinha preta. Empurrei a mão dele gritando com o mesmo, o olhando com raiva.
Ele mais uma vez dava risada se divertindo. Caramba, ele não conhece outras maneiras de se divertir?
— Você deveria ver sua cara! —Ele riu — Fala sério, seu desenho tá muito melhor agora!
Não me contive, a raiva que eu senti dele naquele momento fez meu corpo esquentar e avançar nele querendo dar um belo soco naquele rostinho bonito. Me aproximei com as duas mãos em formato de punhos e com toda a minha força comecei a bater em seu peito, mas parecia que ele ria mais ainda, puxa, é sério que ele não está sentindo nem um pouquinho de dor?
Ele dava passos para trás tentando me parar enquanto ria, até que ele pegou meus dois punhos me virando para o seu lugar e ele tomando o meu, me colando na parede. Dessa vez ele olhava intensamente para mim, com as mãos prensando as minhas naqueles tijolos pintados enquanto eu olhava com raiva para ele. Seu sorriso ainda estava lá, e levantando a cabeça levemente enquanto seus olhos desciam para a minha boca, ele umedeceu os dele voltando seus olhos para os meus.
— Por quê você está me olhando assim? É só um desenho! Idiota.
— Você estragou o meu desenho! Você é o idiota aqui!
— Ahm... —Ele resmungou me soltando. — Estava ficando entediado, e você é a minha diversão.
—Você é um imbecil sabia?
— Você não acha isso realmente. — Ele disse rindo convencido colocando as mãos no bolso enquanto ia até o quadro.
Logo o mesmo foi riscado com meu nome e "idiota" ao lado dele.
— Por que você não me deixa em paz? — Perguntei realmente querendo saber qual seria sua resposta.
— Porque é legal irritar você. Você é tão... Você, que isso me faz querer te incomodar.
— Eu sou tão eu, — Ri irônica — Você quer dizer que eu não ando por aí babando por você?
Ele deu um leve sorriso como se estivesse se gabando colocando as mãos no bolso da calça novamente.
— Eu não preciso que você faça isso. E além do mais, você estaria no final da fila.
— Isso nunca vai acontecer! Sabe por quê? Porque eu não sou cega. Você não faz meu tipo. —Respondi cruzando meus braços.
— E alguém faz seu tipo? Ouvi dizer que você nunca namorou! Ah eu até entendo sendo você.
— Se você não calar a boca eu...
— Você vai o quê? Quer uma dica de como me castigar? Me beije. - Ele disse com um sorriso malvado no rosto.
Meus olhos se encheram de chamas, eu queria matá-lo. E iria ser com o meu estojo. Peguei-o rapidamente e joguei nele, mas ele desviou rápido pegando o apagador do quadro tentando jogar em mim. Por sorte eu abaixei a cabeça ouvindo o barulho que o mesmo fez ao cair no chão.
— Seu louco! — Disse levantando lentamente com os olhos arregalados. — E se isso acertasse em mim?
— Era o objetivo. — Ele respondeu simples coçando a ponta do nariz.
— Tudo bem... Tudo bem... Chega de brigar... — Disse ficando em pé finalmente, um pouco apreensiva.
— Ficou com medo é? Relaxa, eu não ia acertar você. — Ele tentou me tranquilizar enquanto dava alguns passos para perto de mim.
— Porque eu desviei.
— Se eu quisesse eu tinha acertado.
— Enfim, faz quanto tempo que estamos aqui? - Perguntei coçando minha cabeça, me sentando de volta na minha cadeira.
— Uns 40 minutos provavelmente. — Ele respondeu se escorando na mesa à minha frente.
— Ah que ótimo. Só mais vinte minutos e eu posso sair. — Disse levantando os braços em agradecimento
— Olha só, você sabe contar...
— Só mais vinte minutos... —Disse respirando fundo afundando meu rosto na minha mesa.
In Love
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In Love
RomanceCath não quer saber de namorados por enquanto, além de detestar o dia dos namorados por causa do evento intitulado In Love. No entanto, seus amigos a inscrevem sem que ela saiba e acaba sendo sorteada para a brincadeira com alguém que ela não supor...