MARIONETES

Capítulo 2

—Vamos lisa, chegamos — Katy me chamou enquanto saia do carro.
Abri os olhos e limpei a baba que escorria da minha boca.
— Eu não acredito que você dormiu Lisa, essa é a melhor viagem que nos já fizemos e você dormiu o caminho todo!
— Eu não tenho culpa se você ficou falando com meninos durante a noite e não me deixou dormir. — reclamei enquanto saia do carro. Meu queixo caiu, eu já tinha visto milhares de fotos daquele lugar, mas ver de perto é outra coisa. Esse lugar é incrível!
— Fala baixo! — Exclamou Katy irritada. — Se a mamãe souber disso ela me mata, e você sabe disso.
—Que lindo. — eu não conseguia parar de olhar ao redor. - Eu não acredito que estou na Disney! - Gritei. - Katy vamos em todos os brinquedos!

- Meninas vamos tirar fotos. - chamou a minha mãe.
Corremos até ela e tiramos uma foto em família.
Katy e eu fomos em vários brinquedos, a minha mãe comprou uma tiara de orelhinhas.
- Eu não vou tirar isso nem para tomar banho.
- Tá bom minha querida. - Falou minha mãe enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da minha orelha .

Eu estava muito feliz, aquela era a melhor viagem que já tínhamos feito. Normalmente nós viajavamos para a casa da vovó no interior, ela mora em uma fazenda. Não é que eu não goste de lá, eu gosto de andar de cavalo, alimentar os patos e ir ao lago pescar. Mas eu estava na Disney!
Aquele foi o melhor dia da minha vida.

Agora eu estou sentada dentro da minha cela suja. o comandante Wilson me entregou uma pasta. Ela tem tudo que preciso sobre a Katy. Tem até mesmo uma foto, ela e linda, igual a minha mãe, com cabelos longos e escuros, uma pele de porcelana e olhos claros.

Eu não vou conseguir fazer isso, ela é a minha irmã. Eu e a Katy nunca nos damos muito bem, mas era só coisa de irmãs. Eu nunca quis matar ela, na verdade eu quis uma vez quando ela arrancou a cabeça da Lulu, a minha boneca favorita. Mas era só raiva.

E eu não entendo porque ela está trabalhando no FBI, ela sempre quis ser estilista. Talvez ela tenha ido para o FBI para tentar me encontrar.
Eu tenho que fazer algo, mas quais as escolhas que eu tenho? Matar ou morrer. Se eu ao menos conseguisse fugir. Mas se eu fugir eu tenho que levá-la comigo, e tirar o rastreador. E vamos ter que lidar com os titereiros, nós nunca vamos em uma missão sozinhos. Eles não confiam, e não deve confiar mesmo.

A porta da minha cela está sendo destrancada, ele já vieram me pagar. Filhos da puta.
- Vamos! - Falou o titeireiro ao abrir a porta.
Saí da cela e fui mais uma vez algemada e amordaçada, como um animal. Mas na verdade é isso que nós somos, animais! Ou algo pior.

Fui levada para o ponto de helicóptero, tinha mais dois titeiteiros esperando, entramos e voamos em direção a cidade de New York. Onde pegamos um carro e e fomos até uma rua perto do prédio do FBI. Os titeireiros me entregaram uma pistola e uma faca, eu não podia usar armas grades em lugares muito expostos, e ia ser mais difícil de esconder. Algumas vezes temos que ser discretos.

Saí do carro e andei até um café, estava cheio de gente. A Katy sempre passava no café para comprar Donald's para a sua filha. Sim ela agora tem uma filha, e é casada com o Conor Willys. Eu não acredito que ela casou com aquele babaca, nojento que foi expulso da escola por transar com a professora.
Andei até uma mesa que tinha vista para a porta do café. Não demorou muito e uma mulher entrou. Ela tinha cabelo preto, olhos claros, pele impecável e vestia um terninho feminino preto. Eu não tenho dúvidas que aquele seja a Katy.
Levantei da cadeira e andei até ela que se dirigia ao balcão.

- Katy Miller? - Falei ao me aproximar.
- Willys, Katy Willys! - Olhou para mim, revirei os olhos. - Eu te conheço?
- Com certeza. - sorri - Precisamos sair daqui agora, você tem um carro?
- Tenho, mas porque eu preciso sair daqui?
- Não tenho tempo para explicar, precisamos sair daqui agora! - segurei seu braço. Katy souto-se rapidamente.
- Quem é você? - Exigiu saber.
- Tem certeza que não me conhece Kit kat? - Olhei no fundo dos seu olhos e dei um sorriso.
- Aí meu Deus! - colocou a mão na boca - Lisa?
- Me dá a chave do carro agora! Precisamos ir antes que eles cheguem.
- Quem chege?
- Só me dá a chave do carro porra!
Arrastei Katy para fora. A minha paciência acabou.
- A BMW - Falou Katy. Estávamos atravessando a rua para chegar ao carro quando ele explodiu. Fomos jogadas para trás.
- Corre! - Gritei. Um carro apareceu na esquina em alta velocidade
- Levanta Katy! - Levantei e fui até ela que já estava se levantando também.
- Vamos. - Falei enquanto corríamos.
- Para onde?
Alí, entra naquele beco, corremos por um beco escuro que dava a outra rua. Uma mulher estava estacionando o carro perto de um restaurante, saquei a arma e apontei para ela.
- Sai do carro! - Gritei. Ela me olhou assustada e levantou as mãos.
- Saí agora!
A mulher saiu do carro que ainda estava ligado. Katy e eu entramos, acelerei e saí cantando peneu. Os titeireiros estão atrás de nós, e estão atirando. Não temos como nos esconder, e eu ainda estou com rastreador.
- Levanta a capota! - Gritou Katy. - Levanta a capota!
- Dirige! - Falei.
- Que? Por que? - Olhou para mim confusa.
- Tenho que tirar o rastreador.
- O que? Que rastreador? - Questionou.
- Só dirige porra.
Katy e eu trocamos de lugar,peguei a faca que estava na minha bota, comecei a presionar o meu pescoço a procura do rastreador. Senti um pequeno relevo perto da nuca. Presionei a ponta da faca e dei um pequeno corte, enfiei o dedo dentro e peguei o rastreador e o joguei na estrada.
- Cadê eles? - Olhei para Katy.
- Param de nós seguir - Falou calma.
- Eles não pararam de nós seguir.
- Eles pegaram uma outra estrada, eles sabem para onde estamos indo.
- Para onde estamos indo?
- Para o lugar de onde você nunca devia ter saído. - Katy olhou para mim, em seus olhos não tinha um pingo de sentimento, eles eram frios.
Peguei a minha arma ao mesmo tempo que ela pegou a dela, estávamos uma apontando a arma para outra. Katy olhava fixo para os meu olhos. Ouvi uma buzina, olhamos juntas para frente.
- Cuidado! - Gritei.