#inLove

2.2 #boys

Storm

A hora do intervalo nunca foi tão necessária após uma aula de álgebra. Me pergunto como existem pessoas que acham tão prazeroso resolver equações matemáticas... Se bem que a matemática é de certa forma, mágica. Foi por causa dela que hoje eu me tornei uma viciada em jogos eletrônicos que dorme apenas quatro horas por dia, e é por causa da mesma que meu boletim não agrada muito meus pais.
Tá, admito que a segunda parte é culpa minha.

Recolhi meus materiais o mais rápido que pude para finalmente encontrar Sol. Saí em passos apressados para fora da sala. Em poucos segundos, meus livros estavam todos pelo chão após esbarrar justamente em Audrey McNee, a nossa querida capitã das líderes de torcida. Audrey fazia de tudo para mascarar sua personalidade desagradável, mas era impossível conter tudo aquilo apenas com corretivo e cílios postiços. Ela ri ao me ver apanhando minhas coisas, me ignorando completamente após isso sem ao menos oferecer ajuda... Atrás dela, Danielle Marks me observava claramente preocupada, porém não fez nada para resolver aquilo, e logo seguiu seu grupo.

— Obrigada pela ajuda, aliás. —murmuro para mim mesma, me recompondo em seguida e voltando ao objetivo principal.

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Procurar por Summer nunca foi uma tarefa tão difícil. Me pergunto se aquela garota havia se perdido em algum lugar da escola, algo que já aconteceu muitas vezes.
Desisto. Ela saberia onde me encontrar caso quisesse.
Escondo meu sanduíche em meu casaco preto, indo até a biblioteca para devolver o livro que havia pegado emprestado, e assim poder ler meu mangá em paz.

Perto das estantes de onde ficava o livro, sentado em um canto sozinho, lendo tranquilo, havia um cara. Um cara muito lindo. Senti um pânico no meu sistema. Não tento aproximação, seria muito constrangedor já que eu nunca saberia o que falar com ele... Apenas devolvo o livro para a estante, tentando pegar outro para disfarçar que eu estava com um mangá em mãos. Meus olhos fixam nele instantaneamente, me senti desligar por um minuto. A única coisa que me tirou do transe naquele momento foi uma dor insuportável no meu pé esquerdo e um barulho alto o suficiente para fazer com que ele dirigisse sua atenção para mim.

— Ai, merda! — falei no mesmo segundo, e ao perceber isso, sinto meu rosto queimar como se eu estivesse com a cara na boca de um fogão. Sorrio desajeitada, virando a cabeça na direção oposta e fechando os olhos em uma completa vergonha.

— Tudo bem aí? Doeu muito?

— Doeu mais saber que você percebeu isso... — ele ri um pouco, e eu só consigo pensar o quão estúpida eu parecia naquele momento — Desculpa te atrapalhar, pode voltar a ler.

— Não, tudo bem, se quiser pode ficar aqui.

Analisei a situação: Um cara muito lindo riu da minha gracinha, foi educado comigo e ainda me perguntou se eu queria sentar com ele. Talvez hoje tivesse sido o dia que o universo decidiu sorrir para mim, finalmente!

— Ah, sim, obrigada. — sento-me de frente para ele, o que acabou sendo uma péssima decisão, pois ele passou a me observar — Você é novato, não é? — tento não tornar aquilo ainda mais embaraçoso.

— Acertou. E você, quem é? — ele sorri.

— Storm. Posso saber seu nome também?

— Liam. Você também gosta desses mangás? — ele aponta para minhas mãos, e percebo que não o havia escondido, já que deixei o livro no chão do mesmo jeito.

— Sim, você curte?

— Não, mas meu irmão é fã. Gosto mais de fotografia. — ele mostra o livro que estava lendo, que na verdade era uma coleção de fotos profissionais impecáveis.

— Caramba, são incríveis... Gostaria de ter esse talento.

— Você deve ter algum talento para me mostrar.

— Claro que tenho, não viu como sou profissional em passar vergonha? Foi uma das minhas melhores performances. — ele ri outra vez. Me pego fitando seus olhos, que eram injustos de tão lindos e azuis.

— Adoraria ficar aqui e ouvir sobre suas outras performances, mas tenho que resolver uma coisa antes que o intervalo acabe. Então... — ele se levanta, fechando o livro e o enfiando em sua mochila — Espero te ver por aí, Storm.

— Digo o mesmo, Liam.

Ele sai da biblioteca.

Eu me levanto, pulando de alegria. Nunca tive muita sorte com carinhas, já que era difícil arrumar alguém descente que gostasse das mesmas coisas que eu... Claramente eu e Liam não tínhamos muito em comum até agora, mas ele me parecia ser descente, então, por que não tentar?

Era oficial: Eu tinha de achar Summer e contar tudo aquilo pra ela. Corro como uma louca.