Capítulo 6

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Arthur

Por que maldição Valentina estava mexendo com meus nervos com tanta facilidade?

Por mais que eu fizesse uma retrospectiva dos nossos últimos dias, não conseguia encontrar o momento da mudança. Quando ultrapassamos a linha das alfinetadas para uma onde o desejo de fodê-la feito um selvagem vibrava em cada um dos meus poros?

Isso não estava certo.

Cacete!

Pedi bebida para nós dois, respirando fundo enquanto voltava para ela, que estava rebolando conforme as batidas da música que tocava alto. Meus lábios ainda estavam anestesiados e eu conseguia sentir o sabor dela. Nunca fiquei tão excitado com a porra de um beijo, mas ali estava eu... com uma baita ereção somente por tê-la sentido tão perto. A garota era linda e sequer parecia ter noção disso. Não havia enfeite algum nos cabelos e no rosto mal tinha maquiagem, entretanto para mim, ela era a mais linda do evento.

Argh! Você demorou — rugiu ela, puxando a garrafa de bebida da minha mão. Virando de costas, ela continuou dançando, ignorando minha presença.

Me coloquei mais perto, colando nossos corpos de modo a sentir seu estremecimento.

— O idiota do Daniel está olhando para nós — comentei, rindo. Mas por dentro estava com raiva, porque odiei ver as mãos dele sobre ela.

Valentina também riu.

— E isso te preocupa?

Sacudi a cabeça, enquanto deslizava o braço livre em sua cintura.

— Nenhum pouco, querida esposa — respondi antes de entornar um gole da minha bebida. Em seguida, abaixei minha cabeça para sussurrar em seu ouvido: — Confio no meu sexy appeal.

Surpreendendo-me, ela se virou para mim.

— Por que está aqui comigo? — quis saber. — Volte para aquela loira com quem estava dançando mais cedo... — bebeu um gole generoso da sua bebida — Aposto que lá as portas estão abertas para você.

Franzi a testa, tentando entender o que ela estava dizendo.

— Loira? Portas abertas?

Visualizei seu sorriso.

— Pare de se fazer de bobo — ralhou. — Argh, vou dar uma volta. Saia da minha frente.

Tentou passar por mim, mas não permiti. Segurei-a pela cintura.

— Ei, ei... nada disso! — avisei. — Você não está bem para andar livremente por aí.

— Além de insuportável, é inconveniente também — rosnou ela, se voltando na minha direção. Dei risada da sua expressão fofa. Estava divertido observá-la mais solta, longe da postura séria de sempre.

DE REPENTE, CASADOS (APENAS DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora