Capítulo 7

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Ártemis ergueu a sombrancelha e olhou para todos, desconfiada.

Byron, - esse era o nome do príncipe, segundo as informações de Anais - estava a esperando na entrada do castelo. Um guarda real havia guiado ela pelos corredores até uma das saídas que dava aos jardins planejados.

A mureta de arbusto contornava a área verde, separando o jardim da extensa floresta logo adiante.

Havia uma estrada de pedra a sua frente que se bifurcava em três caminhos. Um visivelmente levava a uma trilha na floresta, outro ao enorme portão que protegiam o perímetro da área real e o terceiro os guiava até alguns bancos vazios perto de uma fonte.

Um grupo com entorno de cinco agentes desconhecidos estavam juntos ao príncipe. Eles não esboçaram reação alguma com a aproximação dela.

- Bom dia. - Sorri, agradável. - Peço desculpas por ter tantos acompanhantes conosco. Fique tranquila, eles não irão interferir em nada em nosso passeio.

A jovem permaneceu inexpressiva. Sinceramente, ela estava lá apenas para cumprir com sua parte do acordo. Achava difícil que ele conseguiria a convencer a ficar.

Portanto, não ligava para nada que ele fazia, com quem andava ou deixava de andar. Quanto mais rápido finalizasse, mais rápido ela estaria em casa.

- Nós vamos andar bastante. - Disse o príncipe, enquanto caminhava em direção ao enorme portão do Palácio. Ela já imaginava que esse seria o cronograma do dia, desde quando Anais bateu na porta do quarto e lhe entregando uma muda de roupa esportiva junto de um tênis confortável.

Caminhar, apesar do motivo para qual estava sendo feito, era algo que ela precisava. Contato com a natureza sempre a deixava tranquila e mais fortalecida. Trazia mais vida a ela.

Perceber isso, a fez questionar se ela também tinha habilidades assim como os moradores desse mundo estranho. E se caso exista a possibilidade que ela tenha, seria possível que sua magia estivesse ligada ao contato com a natureza.

Ártemis franziu o cenho com os pensamentos que sua mente estava criando. Não queria se imaginar participando dessa realidade. A última coisa que queria, era ser que nem eles.

- Sua criada comentou comigo que você se alimentou ontem a noite. O que você achou da comida? - A voz de Byron a trouxe de volta para a realidade. Era verdade. Após a conversa com o Príncipe no dia anterior, Anais a entregou outra bandeja de comida.

Dessa vez a criada não insistiu para que ela comesse, apenas deixou em cima da escrivaninha e pediu que se caso não quisesse, era só para deixar na cômoda que ela voltaria para pegar.

"Não há nescessidade de atirar alimentos pela sacada. Além de ser um comportamento muito imprudente, pois poderia ter atingido a cabeça de alguém, causando sérios ferimentos. Como é absurdamente insensato, considerando que muitas pessoas se matariam por uma colher de comida como essa."

O sermão que a criada deu, havia sido tão disfarçado de comentário que ela só percebeu o peso de suas palavras minutos depois. E seu pedido a fez se sentir mal pelo comportamento que teve.

Não por se importar se o prato atingiria a cabeça de alguém. Mas por já ter passado muita fome em sua vida e saber do quanto era amargo ver tanta comida sendo desperdiçada sem consciência com o próximo.

Até mesmo sua insensibilidade se afetava com esse tipo de comportamento.

Se o que eles disseram a ela era verdade, sobre eles estarem vivendo na realidade de uma guerra. Seu ato de rebeldia não passou de um descaso com a população que pouco tinha culpa por ela estar ali, e não para o rei que pouco se importava com o quanto ou o que era jogado fora.

Estrela Do Norte (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora